Blade Runner

Blade Runner Philip K. Dick




Resenhas - Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?


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Marcio Izidoro 20/04/2021

Que futuro!!!
Quando comprei esse livro, estranhei o fato de o título verdadeiro ser 'Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas', e logo me veio na cabeça o filme onde, pelo o que eu me lembre, não tem nada a ver com isso...
E realmente me lembro muito pouco do filme, embora tenha visto muitas vezes, mas há muito tempo já... e vejo que o livro é muito mais perturbador, mais intenso, mais visceral do que o filme, pois nunca me senti tão ligado ao filme como me senti lendo o livro.
A história é muito boa, rápida, com um fluxo muito bom... e te prende de uma maneira impressionante.
Recomendadíssimo.
Jazz 20/04/2021minha estante
O livro explica o título Andróides sonham com ovelhas elétricas?


Marcio Izidoro 20/04/2021minha estante
Não explica em palavras no livro, mas dá pra entender o título.


L.R 19/05/2021minha estante
Humanos sonham com animais reais, andróides "sonham" com animais falsos?




Manuela 27/10/2020

Uma leitura muito boa! Não conhecia bem as obras de Philip K. Dick e Blade Runner foi um começo agradável.
A maneira como PKD mostra a presença da religião na sociedade foi muito interessante.
Josh 27/10/2020minha estante
Sim, adorei como ele abordou a questão do mercerismo, especialmente como ele se liga com o Isidore e com o Deckard no final do livro, pena que cortaram esse arco do filme.


Manuela 27/10/2020minha estante
Sério que cortaram!? Eu nunca cheguei perto do filme. Que pena.




Heliton 20/10/2021

Programação para: 3 de janeiro de 1992 - Um longo e cansativo dia.
Com um certo carinho eu digo que esse livro aqui, além de ter sido o primeiro do Philip K. Dick que li na vida, foi também um dos primeiros, senão o primero, com uma edição bem superior dos que eu adotei para morar na minha estante. Aliás, depois de ter lido essa edição especial de 50 anos, confesso que sempre dá vontade de lê-lo várias e várias vezes. Acho que isso vale para qualquer uma que seja assim!

Aliás, a capa desse livro não é essa capa, ela é só um enfeite. Fiquei em transe quando quase o derrubei no chão, essa capa fake ia escorregando valendo da minha mão :/

Então, não vou enrolar muito sobre falar do que se trata a história do livro porque acredito que muitas pessoas a conhecem, ainda mais para quem é fã de ficção científica. Mas na boa, eu lembro que só comprei pelo hype das críticas de anos e anos desde o filme, por ser um clássico e tal; fora que não li sinopse alguma quando pensei em adquirir (quase nunca leio), pois já sabia mais ou menos do que se tratava, porém, eu tinha certeza de uma coisa, de que eu iria gostar, porque qualquer obra que me conecte a um mundo cyberpunk ou qualquer outro do subgênero punk existente já tem a minha atenção.

Blade Runner é uma das grandes referência do gênero cyberpunk, disso eu sabia, mas precisava ler para saber mais da história em si.

Sobre a construção da narrativa, de certa forma eu gostei. Já havia lido ele ano passado, acho, mal lembro, e naquela vez que o li eu não me conectei 100%, foi uma leitura corrida e confusa (lancei logo um 3,5 de depre). Só depois de um longo tempo decidi reler, e olha que coisa, o PKD se tornou um dos meus autores favoritos (só li UM dele!, mas já veleu demais para entra na lista).

Voltando a falar sobre a narrativa, eu sentia na minha leitura um clima de melancolia constante cada vez mais assim que ia passando as páginas. A causa disso muito se deve as descrições do ambiente e de estado de espírito dos personagens, principalmente sobre como o principal se comporta em um mundo devastado por uma grande guerra que ocorreu tempos atrás na linha de tempo da história, a GMT (Guerra Mundial Terminus).

Rick Deckard, assim como (ouso dizer) a maioria dos personagens, não é nada carismático.

Até porque, não imagino, como poderia ter carisma um personagem que precisa usar aparatos eletrônicos para controlar as suas próprias emoções? Isso me lembra a remédios controlados, de fato. Ainda sim, isso tudo se torna muito mais compreensivo quando você entende o contexto geral de como o mundo, o planeta Terra, se encontra. Pois, não é só o Rick que usa o "Penfield", mas quase a população toda faz uso desse mecanismo estimulador de ânimo e de outras coisas mais.

A Terra, o nosso lar. O lar do casal Deckard e de seu animal elétrico de estimação.

Quando eu estava lendo as partes que citavam a precipitação redioativa; a quase inexistência de animais; a partida de pessoas para Marte ou para outros mundos e, principalmente, sobre a poeira, eu já falei comigo mesmo: "isso tudo é o que os noticiários vem falando, sobre poeiras atingindo cidades, o clima do planeta indo de mal a pior e as viagens espaciais". A nossa realidade está cada vez mais parecida com a de Blade Runner, e isso não chega a ser surpresa alguma.

Se é algo que pode vim a ser incômodo ou não para quem for ler ou de quem o leu, talvez seja a questão da falta de desenvolvimento dos personagens ser quase zero na história; eu acredito que seja uma característica que faz da narrativa do autor neste livro, com exceção do personagem principal e do John R. Isidore (surge depois de algumas páginas como para servir de perspectiva para outros personagens...). Além do mais, fiquei querendo saber mais detalhes sobre a vida desses outros persons e sobre os problemas do mundo em si. Há muitos ganchos de coisas que, ao que parece, só surgem para cativar a nossa imaginação e interpretação, mas creio que o autor não deu foco nisso porque poderia desviar a atenção da narrativa principal, que é acompanhar a rotina de um caçador de recompensas caçando andróides e tentando encontrar algum sentindo na sua vida.

Essa resenha já está longa demais, e ainda nem terminei de falar metade do que eu senti lendo, mas é melhor parar por aqui :/; alguma hora eu volto e complemento com mais alguma coisa, porque rendeu demais essa releitura .

No mais, diria que a história pode ser até curta, cerca de 230 páginas, mas ainda assim possui uma quantidade considerável de personagens e é muito densa em questão de reflexão existencial de alguém preocupado com o seu próprio bem-estar e o da pessoa que vive ao seu lado.
Werbison 21/09/2022minha estante
Excepcionalmente maravilho


Marcos 10/12/2022minha estante
é maravilhoso, e pretendo ler de novo pra adquirir uma perspectiva melhor




Pandora 04/10/2017

As vezes olho meus livros lidos e absurdada percebo o quanto livros lidos há de um ano atrás parecem ter sido lidos em outra vida e o quanto alguns livros lidos há anos parecem ter sido lidos ontem. Sempre acho impressionante a capacidade que algumas histórias possuem de impregnar a mente. "Androides sonham com ovelhas elétricas?" do Philip K. Dick é um desses livros.

A história contada em "Androides sonham com ovelhas elétricas?" se passa em um futuro no qual a humanidade conseguiu tanto avançar em questões tecnológicas a ponto de se espalhar pelo universo quanto fragilizar o planeta Terra destruindo a diversidade biologia do planeta. No futuro de K Dick enquanto animais são artigos de luxo raríssimos, caríssimos, objetos de ambição cuja posse demonstra ou cria status para humanos as maquinas se tornam cada vez mais avançadas a ponto de surgirem androides esteticamente idênticos aos seres humanos inclusive com capacidade cognitiva maior que a humana.

Assim como na tradição judaico-cristã Deus cria os humanos, os humanos criam androides a sua imagem e semelhança. Assim como os humanos se rebelam contra a ordem divina provando da árvore do bem o do mal, os androides de K. Dick se rebelam contra os seres humanos, desenvolvem um desejo de liberdade e procuram se jogar na aventura de viver com autonomia. Para não dar tiros no pé, não vou mais longe nas comparações entre atitudes divinas, mas os seres humanos não deixam os androides livres, quando um deles se rebela são caçados e "aposentados".

No livro acompanhamos um dia de trabalho de Rick Deckard, um caçador de androides fugitivos, nesse futuro distópico. Deckard vive um daqueles dias imensooosss nos quais parece caber toda uma vida. Com ele caminhamos pelos meandros dessa sociedade na qual o sintético imita tão bem o orgânico que as vezes as coisas naturais parecem feitas de plastico e as de plastico naturais. Robôs tem vida interior, pessoas são apáticas.

Acompanhamos um jogo de espelhos e reflexos no qual o verdadeiro fica artificial e o artificial fica verdadeiro, diante de nossos olhos o corriqueiro torna-se miraculoso e o miraculoso corriqueiro. Ficamos aflitos enquanto junto com o caçado de androides acompanhamos robôs vibrantes em seu desejo de existir e humanos apáticos vivendo com o constante apoio de estímulos sintéticos. Maquinas conquistam nossa empatia, humanos se tornam repulsivos.

Lembro de ter visto o filme "Blade Runner, o Caçador de Androides" na universidade e ter gostado. Nele observamos a questão da memória, pois era ela a fragilidade dos androides. Aliás, uma das coisas mais tocantes do filme é um monologo de um dos androides sobre a experiencia de vida dele que se perderá para sempre com sua morte:
"Tenho visto coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque ardendo no cinturão de Órion. Vi raios gama brilhares na escuridão, próximo ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo como lágrimas na chuva. Hora de morrer."
Esperava ver o mesmo tipo de questão no livro, mas o rumo reflexivo para o qual K. Dick me levou foi outro. Sem a pirotecnia da produção cinematográfica ficou muito evidente o quanto nosso mundo é semelhante ao mundo no qual Deckard dorme e acorda. A diversidade biológica é cada vez menor, a tecnologia avança enquanto nosso psicológico adoece, é mais fácil adquirir qualquer coisa artificial que orgânica. O artificial parece orgânico, o orgânico artificial. Inteligencias artificiais convivem conosco, já somos convidados a confirmar a nossa humanidade.



Ao longo de toda leitura me perguntei junto com Deckard: "O que nos torna humanos?"; "O que nos difere das maquinas?", "O que me torna capaz de dizer 'não sou um robô'?"; "O que nos torna dignos de existir enquanto outras formas de vida perecem?". Para essas perguntas existem uma pluralidade de respostas, mas desde que terminei de ler "Androides sonham com ovelhas eletricas?", me pego pensando no fato de sobre todas as coisas K. Dick ter colocado em alto relevo a capacidade humana de ter empatia.

Por mais intelectivos que sejam os androides eles não são capazes de se colocar no lugar do outro, de amar, de sentir a dor do outro, ter a necessidade de serem generosos uns com os outros, descobrirem afinidades, construírem vínculos afetivos, formarem grupos capazes de lutar em conjunto por um "bem" comum a todos. A incapacidade de empatia torna os androides detectáveis, a individualidade, incapacidade de forjar vínculos afetivos, o egoísmo brutal os torna capturáveis. Acho que estamos cada vez mais nos tornando androides.

site: http://elfpandora.blogspot.com.br/2017/10/androides-sonham-com-ovelhas-eletricas.html
Rafael 07/01/2018minha estante
Fantástico!! Agora estou ainda mais ansioso pra ler o livro!


Pandora 07/01/2018minha estante
Espero que você leia e goste!!!




Ally53 20/09/2020

Gratidão pelo mimo, Philip K. Dick
Qual a necessidade de mexer com nossos sentimentos dessa forma?

Sem estruturas pra esse livro! Escrita maravilhosa, várias reflexões e críticas a sociedade, a vontade é de sair lendo tudo do autor, apesar de não ser fã de ficção científica.

Quase impossível descrever tudo que sinto em relação ao livro nesse momento, cheguei ao final:

"ACABOU ?????"

Agora posso sofrer de uma profunda crise existencial.
Anselmo_ 20/09/2020minha estante
Ele faz isso com a gente. Crises existenciais a cada livro.
Ubik seria uma boa próxima leitura...


Ally53 20/09/2020minha estante
Quando acabar de sofrer vou ler Ubik então, obrigada pela recomendação!




jems.wife 18/01/2023

3 de janeiro de 1992
Esse livro teve tantas analogias incríveis, pensamentos que são como um tapa na cara, e uma leitura tão boa da sociedade e como vivemos, o poder do ser humano e como ele vai ser sua própria ruína, como abusamos de coisas presentes no universo, prontos para destruir tudo aquilo que temos, tenho tanto o que falar sobre esse livro, com certeza recomendaria para todo mundo.
Santana 19/01/2023minha estante
Vc absorveu muito mais coisa que eu lendo esse livro, tô feliz que vc gostou :)


jems.wife 19/01/2023minha estante
:)




Isadora 17/07/2016

Androides sonham?
É um livro difícil de descrever. Muitas passagens são confusas, cabendo uma interpretação pessoal de cada pessoa. Mas, ainda assim, é possível perceber as questões principais que o autor quis abordar em sua obra.

O título me intrigou profundamente. Após a leitura, pude tirar dois sentidos dele.

1 - Aparecem ovelhas elétricas nos sonhos dos androides? Androids sonham?

2 - Androides sonham em possuir uma ovelha elétrica?

Essas duas perguntas são, no geral, o ponto chave da história.

Um caçador de recompensas recebe a incumbência de aposentar (ou matar) androides evoluídos. Essa tarefa, para o protagonista, possibilitará que ele realize um sonho há muito desejado: comprar um animal de verdade.

No universo do livro, animais vivos são uma raridade e, os que estão à venda, são caríssimos. É comum ter animais elétricos (o protagonista tem uma ovelha elétrica). Porém, quem tem animais elétricos é visto com desprezo e, quem tem animais vivos, possui status na sociedade e é bem vistos pelos vizinhos e amigos.

Então, a chance de eliminar alguns androides e ganhar dinheiro é uma ótima oportunidade. No meio dessa aparente simples jornada, o protagonista se vê diante de uma questão que lhe atormentará até o final da história.

"Androides podem ser como seres humanos?"

"É errado eliminar um androide?"

"Eu quero eliminar um androide?"

Eu também fiquei intrigada com todas essas questões. Ao mesmo tempo em que via genuína humanidade nos androides, também percebia a evidente falta de empatia inerente a sua composição. A cena em que uma androide corta, aos poucos, as pernas de uma aranha esperando sua reação, mostra que há algo de cruel em sua índole.

Apesar de tudo, o livro não busca concluir nenhuma questão. Eu, particularmente, não terminei a leitura concluindo que "isso é isso" e "aquilo é aquilo". Acho que o autor montou o palco e deixou que cada um responde-se as questões intimamente.
malvs 17/09/2016minha estante
O título é realmente intrigante! Sendo que o primeiro sentido q vc destacou é o que vem a mente de td mundo assim q ver o título pela primeira vez. Já o segundo sentido desse título so vai vir a tona pra quem ler o livro: androides podem sonhar( no sentido de almejar algo)


Isadora 25/09/2016minha estante
Isso mesmo. Acho que o autor fez de propósito, pois o título acaba tendo dois sentidos.




Léo 26/05/2020

Entendendo o filme Blade Runner pelo livro k
Peguei pra ler esse livro pra entender o filme que tinha me deixado muito confuso, mas deu tudo certo no final e achei genial a filosofia por trás da história.

Blade Runner, ou também conhecido como "Andróides sonham com ovelhas elétricas?", apresenta um mundo futurístico completamente cagado, onde pessoas selecionadas colonizam Marte e recebem robôs para ajudar em suas vidas, enquanto as outras tem que sobreviver no meio da poeira radioativa na Terra. A história tem o foco no personagem Rick, um humano que não pode migrar de planeta pois possuía a missão de aposentar os Andróides fugitivos de Marte.
Talita Costa 11/07/2020minha estante
Já eu estou pensando em assistir ao filme para completar meu entendimento da história kkkk


Léo 12/07/2020minha estante
Pega o antigo, pq o mais recente é como se fosse continuação do velho




Marcos Pinto 23/07/2014

Surpreendente!
Androides sonham com ovelhas elétricas? é um livro que eu gostaria de ter lido durante a faculdade, pois geraria excelentes trabalhos. Infelizmente, nenhum dos meus professores mencionou essa obra. Porém, tive a felicidade de conhecê-la através da editora Aleph e só digo uma coisa: você necessita ler este livro.

Não farei um breve resumo da obra, pois a sinopse elaborada pela editora está muito completa. Qualquer informação que eu venha a passar nada mais será que repetição do que já foi dito. Desta forma, vou focar apenas em analisar o livro. E afirmo-lhe, com toda segurança, você vai se apaixonar.

Philip K. Dick já consegue chamar a atenção para a sua obra com um nome no mínimo incomum. Porém, não apenas o nome do livro é inovador, mas também seu enredo. Em uma mistura de distopia e ficção científica, o autor narra a vida de Rick Deckard, um caçador de androides, após a grande guerra mundial.

“– Se você escolher – disse Iran, agora de olhos abertos e atentos – ficar mais agressivo, vou fazer a mesma coisa. Vou regular isso no máximo e você vai ter uma discussão que fará cada briguinha que tivemos até agora parecer coisa de criança. Vai, escolhe isso para ver; tenta. – Ela se levantou rapidamente, saltando sobre o console de seu próprio sintetizador de ânimo e parou, encarando-o, esperando” (p. 16).

A maior parte da população foi extinta; do restante, a grande maioria foi viver em acampamentos em planetas próximos. Os que ficaram na Terra batalham diariamente pela vida, seja pela terra infértil, seja pela poeira tóxica que paira no ar e deforma a muitos.

Neste cenário, onde boa parte dos animais já morreu, reina a desolação, a destruição e o sentimento de solidão. Com poucas pessoas por perto e com algumas idiotizadas por causa da radiação, os humanos procuram ter animais para alegrar seus dias. Porém, animais se tornaram artigos raros e alguns custam mais de dezenas de dólares.

Para apaziguar a sua solidão, Rick recorre a um animal elétrico. Parece algo surreal, mas é exatamente isso que o autor quer abordar. Diante desse cenário, ele faz uma análise profunda de como os humanos necessitam um dos outros para sobreviver. Quanto mais sozinho o homem se torna, mais doente mentalmente ele fica.

“O Nexus-6 realmente tinha 2 trilhões de componentes, além da faculdade de escolher entre dez milhões de combinações possíveis em sua atividade cerebral. Em 45 centésimos de segundo, um androide equipado com uma estrutura cerebral dessas poderia assumir qualquer uma das quatorze reações e posturas básicas. Bom, nenhum teste de inteligência pegaria um andy desses” (p. 40).

Para suprir suas necessidades emocionais, cria-se um sintetizador de ânimo, onde, através de ondas enviadas diretamente para o seu cérebro, você pode escolher seu humor. As pessoas, sem motivos para serem felizes, se tornam alegres artificialmente. Fazendo relação com nossa época, vemos uma crítica a crescente utilização de remédios como antidepressivos.

A sociedade, no livro, também criou androides com o objetivo de terem servos e também companheiros. Os androides são imitações perfeitas humanas, chegando a ser impossível descobrir quem é um robô ou um humano. A única diferença entre o orgânico e o sintético é que o último não consegue expressar empatia, uma característica tipicamente humana.

Outra característica interessante é que muitos androides possuem memórias falsas, chegando a pensar que são humanos. Por sua vez, o nosso próprio protagonista chega a uma confusão mental tão grande que começamos a nos questionar se ele é realmente um humano ou um androide iludido.

“Um farmacêutico em Marte, ele leu. Ou pelo menos o androide tinha usado essa fachada. Na verdade, ele deveria ter sido um operário, um trabalhador rural, com aspirações a algo melhor. Androides sonham?, Rick se perguntou. Evidentemente; é por isso que de vez em quando eles matam seus patrões e fogem para cá. Uma vida melhor, sem servidão” (p. 177).

Dick constrói um livro baseado no ser ou não ser. Há uma dicotomia constante entre o animal verdadeiro e o elétrico, o homem e o androide, a felicidade verdadeira e a induzida. O verdadeiro e o falso se misturam de tal maneira que, muitas vezes, é impossível distinguir o que é verdadeiro e o que é falso.

Não obstante a profundidade da obra, a escrita é totalmente fluída e o mistério permeia muitas partes dela, tornando a leitura rápida e contagiante. A cada página lida você quer ler mais dez, em um ritmo alucinante. A diagramação que é bem confortável também ajuda na velocidade da leitura da obra.

Não preciso nem dizer, depois dessa enorme e apaixonada resenha, que o livro se tornou um dos meus favoritos. Certamente vou reler a obra algumas vezes ainda, indicarei para meus alunos, amigos e claro, para vocês. Quem gosta de distopia vai amar o livro; quem gosta de ficção científica, vai adorar. Sem dúvida, esse é o livro que falta na sua estante.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2017/03/resenha-androides-sonham-com-ovelhas.html
Bianca 06/08/2014minha estante
Uau! Amei a resenha! Sempre fui muito fã de distopias e ficção científica, não é atoa que sou fã de O Guia do Mochileiro das Galáxias, Star Wars, enfim, achei incrível o tema que autor aborda, e principalmente, as críticas que ele faz a sociedade! Porém, o que mais me chamou a atenção foi esse título! No início achei confuso, mas agora já entendi :D Preciso muito desse livro, com certeza, será uma das minhas próximas leituras! *-*


territsen 12/08/2014minha estante
gente, que perfeição de enredo. Pelo menos foi o que achei depois de ler essa resenha. Muito muit muito interessante!!!




Raquel.Serafim 22/12/2021

Androides sonham com ovelhas elétricas?
Esta obra de Philip K. Dick expõe vários questionamentos a respeito do impacto da tecnologia na vida dos seres humanos, critica a religião, explora a existência e isso tudo publicado em 1968, um clássico atemporal.
A leitura do livro é acessível e imersiva, mesmo o leitor compreendendo alguns termos somente ao longo da obra. Talvez pela época que foi escrito, o modo como a história progride não é tão surpreendente. Entretanto os personagens são fascinantes, bem como seus diálogos que apesar de serem simples, demonstram uma complexidade suficiente para nos levar a embarcar na nave de Rick e vivenciar essa realidade distópica pós-apocalíptica.

"Você será requisitado a fazer coisas erradas não importa para onde vá - disse o velho. - É a condição básica da vida, ser obrigado a violar a própria identidade."

Humanos e androides, difícil distinguir, isso porque os humanos estão se tornando o produto de sua inteligência: máquinas. O natural torna-se o artificial, assim como os sentimentos, os animais e a religião, todos possivelmente programados. Metaforicamente atroz. Com tamanha inteligência artificial capaz de melhorar a vida das pessoas, ainda há miséria, abandono, desigualdade e um sistema completamente utilitário.

Deixo minha indicação aos incomodados crônicos que gostam de formular questionamentos e queimar muitos neurônios para elaborar boas respostas ou não.
Fernando 24/12/2021minha estante
Ótima resenha, me despertou o interesse em ler está obra atemporal


Raquel.Serafim 25/12/2021minha estante
Obrigada




lalinh_a 01/06/2020

Petição para cuidarem do cabeça de galinha mais bebê do planeta.
A sensação de uma leitura tão filosófica dentro dos sci-fi clássicos é revigorante, me fez gostar do protagonista de fato e torcer por ele. Entretanto, não consegui me relacionar da mesma maneira com os androides na maior parte do tempo; e, depois de determinada situação, me senti menos inclinada ainda a torcer por eles.
Simpatizei de verdade com o Isidore, meu cabeça de galinha favorito.
Mare 22/07/2020minha estante
Único personagem que gostei, simpatizei e torci foi o Isidore


lalinh_a 24/07/2020minha estante
eu tambémmmmm, ele é um querido e tem um arco super interessante




Gabriel2709 27/10/2022

Curti demais. Mesmo tendo poucas páginas, a história é muito bem desenvolvida e o mundo é muito bem explorado. Teve um final bom, mas queria ler mais histórias sobre esse mundo.

Pode não ter parecido por essa resenha, mas Blade Runner se tornou uma das minhas leituras favoritas e foi incrível, do começo ao fim.
Isabely 27/10/2022minha estante
philip k dick meu escritor fvrt ?


Isabely 27/10/2022minha estante
recomendo ler o tempo desconjuntado




Ryu 21/02/2022

*pílulas da felicidade são um tédio.*
Simplesmente uma das leituras mais marcantes que um adolescente de 15 anos poderia ter. Lembro vividamente de como me senti na época, dos primeiros questionamentos que tive a respeito do que é a felicidade ou realidade. Se a alma é o que define o homem num ser humano de fato, ou talvez, sentimentos como empatia que muitas vezes nos falta em diversos casos ao decorrer da nossa história teriam o mesmo peso?
Bom... hoje com 20, me vejo num ciclo parecido com o do Deckard no começo da obra, praticamente escolhendo se terei um dia feliz ou triste, tomando ou não a pílula da felicidade. Pelo menos ainda escolho.
Eai, Já tomou sua pílula hoje ?
Messias.Sousa 21/02/2022minha estante
Que resenha!!!!


Messias.Sousa 21/02/2022minha estante
Continue postando mais resenhas!




Julia.Piscitelli 02/10/2020

Vale a pena
Foi o primeiro livro de ficção científica que eu li. O início é meio parado e pra ser sincera eu não tinha entendido nada, esse é um daqueles livros que todo o universo fictício não é explicado logo de cara, mas as coisas vão começando a fazer sentido conforme você vai lendo. Vale a pena porque apesar de o início ser bem confuso (pelo menos, pra mim), o meio em diante é algo surreal. Um dos personagens principais, o Rick Deckard, é um dos personagens mais complexos que já li, ele tem dúvidas tão intensas, que apesar de você não viver no mesmo universo, elas se grudam em você também e no fim você não consegue nenhuma resposta para as questões filosóficas dele, porque você se faz as mesmas perguntas. Em contrapartida, o outro personagem que é abordado de forma sem pudor pelo autor, é o Mercer, que é como uma espécie de Deus, se é que podemos dizer assim. Mercer é um personagem que você passa o livro inteiro o admirando por despertar o lado humano nas pessoas, mas no final, o leitor se encontra numa situação de desilusão frente a ele, e você começa novamente a se questionar. Sinceramente... Muito bom.
yas_carliz 02/10/2020minha estante
adicionei na minha lista, adorei a resenha ?


Julia.Piscitelli 02/10/2020minha estante
Obrigada ??




Faluz 21/05/2021

? - Blade Runner - Andróides sonham com ovelhas elétricas?
Quem somos realmente? Conseguiremos transferir humanidade e principalmente empatia para as criaturas com inteligência que nos propomos a criar? Até onde isso nos leva?
Conseguiremos passar `a essas máquinas nossas angústias existenciais?
Duro imaginar, duro pensar em .... possibilidades.
mcorvere 21/05/2021minha estante
gosto mt desse! recomendo "sonhos elétricos" também do PKD é um livro de contos mt bom


Faluz 21/05/2021minha estante
Grata @mcorvere.




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