O Manto do Soldado

O Manto do Soldado Max Gallo




Resenhas - O manto do soldado


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G. Turquia 03/03/2014

A França medieval pela vida dos santos.
O livro, cujo objetivo é apresentar a formação da França cristã pela vida de três personagens, foi escrito por um ex-socialista, e tem um significado muito mais profundo para o autor do que qualquer um pode ler.

O primeiro volume fala da vida de São Martinho de Tours, chamado de "o apóstolo da Gália", um soldado romano que vai viver como eremita e evangeliza o território que hoje é o sul da França.
Sua história de vida é contada juntamente com a de Antonius Galvinius, que age como narrador

Antonius, um pagão convertido na época da adolescência, deseja viver a vida monástica, como o santo. Seu único obstáculo é o pai, um pagão que nunca aceitou que o filho seja cristão. Ele, então propõe um desafio: que, por um período de tempo, ele debata com o pai se o Cristianismo é realmente verdadeiro. Ao final, se a fé dele permanecer sólida, ele pode partir.
É interessante analisar a figura do pai e do filho. Este, que parece ser a personificação do pensamente anti-cristão de outrora do autor, tem argumentos por vezes ridículos, baseados mais em ofensas à figura de Jesus e seus fiéis, que qualquer um poderia rebater (parecendo um pouco com esses neo-ateus da vida).
Antonius, porém, reserva-se a defender-se das acusações apenas contando a vida virtuosa de Martinho (sua atitude me lembra um pouco a frase de Francisco de Assis: "Pregue o Evangelho. Se necessário, use palavras"), que, segundo ele, poderia inspirar e tocar o pai, fazendo-o se converter de uma vida desregrada e pagã. Talvez seja ele a figura de cristão de Max Gallo, aquele que se utiliza mais da bondade expressa em seu rosto e ações para pregar do que em discussões altamente intelectualizadas.


Embora haja certos momentos de monotonia no livro, a sua ideia, ser um romance histórico, ao narrar a vida de São Martinho, é cumprida de maneira agradável, e ainda nos faz acompanhar o crescimento espiritual de Antonius, que muitas vezes sente-se cheio de vigor para falar, rezar e mortificar-se, e outras, vacila e duvida, perdendo a fortaleza e paz. Muito certo Aquele que disse "Bem-aventurados sereis quando vos odiarem, vos expulsarem e vos ultrajarem" e "No mundo, tereis aflições. Coragem! Eu venci o mundo."
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