Van Gogh

Van Gogh Antonin Artaud




Resenhas - Van Gogh


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Rodolfo Vilar 17/04/2020

Um artista sobre outro artista
Livro Maravilhoso, não somente pela forma tão tenaz como o autor fala sobre Van Gogh, mas também em toda a profundidade que ele tem ao relatar sobre pinturas, sentimento e identidade com o pintor.
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Stella F.. 09/07/2021

Homenagem!
Este livro é uma defesa expressa para dizer que Van Gogh não era louco, que ele era sim um gênio, e quem fez mal a ele foi a sociedade cheia de regras, com sua psiquiatria que cria modelos, que coloca todos em uma caixinha rotulada, que se você for de uma caixa diferente, então tem que passar a ter um ensinamento, e voltar ao padrão, a “normalidade”.
Não, Van Gogh não era louco, insiste Artaud neste texto inspirado, ou então ele o era no sentido desta autêntica alienação que a sociedade ignora, sociedade que confunde escrita com texto (em qualquer coisa escrita é corpo, desenho, teatro) ela que tacha de loucura as visões exorbitadas de seus artistas e sufoca seus gritos no “papel impresso”: “Foi assim que calaram Baudelaire, Edgar Poe, Gérard de Nerval e o impensável conde de Lautréamont. Porque tiveram medo de que suas poesias saíssem dos livros e revertessem a realidade”. (pág 14)
O autor vai a uma exposição de Van Gogh, após o seu suicídio, e fica maravilhada, e em cima de suas obras, faz todo um estudo de sua genialidade de pintor, das escolhas de cores e manchas, sua assinatura, pinturas de natureza que parecem uma explosão, de seu estilo único.
“Uma exposição de quadros de Van Gogh é sempre uma data na história, não na história das coisas pintadas, mas na história histórica mesma”. (pág 46)
Van Gogh teve seus surtos: cortou sua própria orelha, foi internado, era introspectivo e tinha uma grande amizade pelo irmão, que no fundo não o entendia, e no final fica desolado com seu suicídio.
E Artaud culpa a medicina, especificamente um determinado médico que cuidou de Van Gogh no sanatório e a seu irmão que se aliou ao médico, que queriam que Van Gogh funcionasse de um jeito que seria adequado a eles, e não ao pintor.
“Theo talvez fosse bondoso com seu irmão, do ponto de vista material, mas isso não impede que o considerasse delirante, iluminado, alucinado e, em vez de acompanhá-lo em seu delírio, esforçava-se para acalmá-lo. Se ele, depois, morreu de remorso, que importa”? (pág 60)
Livro de difícil entendimento mas muito interessante!
O autor Artaud, assim como Van Gogh, esteve internado, e por vários motivos acredita que a sociedade, com sua falsa moralidade, e com a psiquiatria, tolhe os gênios, os tenta colocar em um lugar comum, os tenta fazer "normais".
Fiquei interessada em conhecer a pintura e um pouco da vida de Van Gogh. Só por isso, já valeu a pena."
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Giulianapetrucci 12/10/2020

A sintonia entre Antonin Artaud diante da opressão social
A gente sabe que suicidio é a ação de "assassinar a si mesmo". Aqui, no entanto, vemos o verbo usado de uma forma incomum, que é a forma que Artaud explicou como o suicídio do artista foi causado pela sociedade em que o pintor viveu.

Artaud traz uma percepção sensível das obras de Van Gogh, enxergando-lhes para além da visão como bombas atômicas revolucionárias . Para Artaud, suas obras eram tão potentes a ponto de desconcertar as instituições e os valores dominantes da época.

Van Gogh é visto por Artaud pelo conceito de alienado, ou seja, um homem que a sociedade se negou a ouvir ; um indivíduo que emite verdades insuportáveis diante das ideias hegemônicas consolidadas. Ideias perturbadoras que separam corpo e mente e fomentam a sensação de "ausência de si" , da qual Artaud também se viu como vitima, como Van Gogh.

Assim, a loucura não seria a causa da morte de Van Gogh, mas os conflitos internos travados no corpo do pintor onde a psiquiatria buscava retirar-lhe o espírito. Mesmo assim, Van Gogh buscou incansavelmente seu espírito, mas acabou morto por uma sociedade que “...para castigá-lo, por ter rompido as amarras, o suicidou.”

Assim, vemos um Artaud que descreve as obras de Van Gogh pela admiração que tem por um homem que via coisas grandiosas e míticas nos objetos e paisagens simples e terrestres da vida. A ousadia de Van Gogh foi encarar a realidade com uma profundidade maior que qualquer história épica.

O abandono da vida teria se dado pelo intermédio de Gachet, o psiquiatra do artista que o mandava pintar a natureza para que evitasse o fardo do pensamento, atrofiando, por fim, a sensibilidade do artista e o fortalecimento de seu espírito.

"Não existem fantasmas nos quadros de Van Gogh, nem visões, nem alucinações. Somente a torrida verdade de um sol de meio-dia. "
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Nádia C. 14/12/2017

Somente outro artista pode entender
Antes de depois de qualquer biografia sobre Van Gogh, leiam esse livro
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Gabi 28/08/2022

O Suicida da Sociedade
Nesse livro bem pequeno e potente Artaud acusa a sociedade e os psiquiatras de matarem Van Gogh e consequentemente de matá-lo também pois após concluir essa obra Artaud também cometeu suicídio.

"a sociedade amordaça a todos aqueles de quem ela quer se livrar, ou só proteger, por terem se recusado a converter-se em cúmplices de certas imensas porcarias. Um alienado, é, na realidade, um homem ao qual a sociedade se nega a escutar, e ao qual quer impedir que expresse certas verdades insuportáveis."
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