Leandro Matos 11/08/2014AC/DC | BIOGRAFIA CONTA A HISTÓRIA DEFINITIVA DA BANDAEscrita pelo jornalista britânico Mick Wall, AC/DC – A Biografia promete e entrega um relato isento e pontual sobre a história da banda de hard rock liderada pelos irmãos (e guitarristas) Malcom e Angus Young. Mick já foi editor-chefe da revista especializada britânica ‘Classic Rock’ e tem em seu currículo as biografas de grandes bandas e artistas do mundo do rock, como Led Zeppelin, Ozzy Osbourne, Lou Reed, Guns n’ Roses, Metallica, dentre outras.
Por não receber nenhum aval (nem empecilhos) dos biografados para a construção do livro, Mick (creio eu) teve maior liberdade para escrever sobre a banda, apresentando uma história mais atrativa ‘para todos’, não só necessariamente para os fãs da banda.
Durante a leitura podemos conhecer os detalhes e o contexto da formação da banda que teve seu início em 1973. Antes porém, é melhor entender brevemente como tudo começou…
O Clã Young tem origem na Escócia, mas precisamente em 1963 quando William e Margaret Young (pais dos irmãos Young) saíram de Glasgow, em busca de prosperidade e acabaram chegando à Austrália. Não à toa, pois a família Young tinha familiares estabelecidos no país. De uma família com 7 irmãos, Malcom e Angus sempre tiveram contato com a música. A influência e o interesse pelo rock veio através das bandas inglesas que despontavam na época e pelo irmão mais velho, George que fez certo sucesso no cenário musical da Austrália nos anos 60, com a banda Easybeats.
Desde cedo, os irmãos Young tinham o anseio de formar e tocar em uma grande banda. E não faltaram tentativas. Ambos formaram algumas bandas separadamente que não vingaram. Curiosamente, Malcom participou de uma banda chamada Velvet Underground (homônima com a banda americana formada por Lou Reed e Nico, porém sonoramente distinguível).
O primeiro show da banda já com o nome AC/DC foi 1973 em clube noturno de Sidney. Peculiar é a história sobre a origem do nome da banda. A sugestão do nome veio da esposa de George, Sandra. Ela havia se deparado com essa nomenclatura em máquinas de costura e eletrônicos da época e achou interessante sugerir aos irmãos. Sem muito relutância eles aceitaram e o nome ficou. Acontece que em meados dos anos 70, o termo AC/DC era uma gíria para bissexual e em várias entrevistas e depoimentos eles sempre negaram saber sobre esse fato e muito pouco se importavam com isso. Coincidência ou não, a banda fez alguns show em bares gays de Sidney, flertou um período com o glam rock e até chegaram a fazer uma pequena turnê abrindo para um show de cabaré de um travesti, que serviu de inspiração para o filme Priscilla, a Rainha do Deserto.
Durante a década de 70, banda lançou nada menos que 7 trabalhos autorais. E viu sua carreira crescer vertiginosamente. A ascensão da banda era algo que os irmãos sempre pregavam aos mais próximos. Porém, quando a banda estava colhendo os frutos de tanto trabalho e dedicação, e se preparava para lançar um dos maiores discos da história do rock o Back in Black, ocorria uma tragédia. Em Fevereiro de 1980, o vocalista Bon Scott, foi encontrado morto dentro do carro de um amigo. A sua morte na época não foi bem explicada e o laudo pericial registrou a morte como overdose. Os jornais da época afirmavam que Bon morrera sufocado pelo próprio vômito (assim como Jimi Hendrix e John Bonham, meses depois).
“Nenhum dos dois. Sou o raio do meio.”
Bon Scott, ao ser indagado se ele era o AC ou o DC.
Em luto por um mês, os irmãos Young decidiram continuar. Outros vocalistas substituíram Bon Scott por um período, mas nenhum deles parecia entrar na voltagem na banda. Até que um garoto enviou uma carta sugerindo um certo cantor de Chicago. O cantor era Brian Johnson, que era vocal de uma banda chamada Geordie e após uma audição com os irmãos Young, estava decidido, Brian seria o novo vocalista da banda a partir dali.
O livro trás ainda imagens raras das banda, curiosidades e vai muito além ao relatar o processo de criação dos álbuns e seus respectivos clássicos, o temperamento forte dos Young, as histórias das turnês e as origens dos ícones característicos do vocalista Brian Johnson e do guitarrista Angus Young. Mick Wall escreveu com propriedade sobre ‘a verdadeira história do AC/DC’.
A indicação e a ordem de leitura é só uma: ouvir/ lendo ou vice versa.
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http://nerdpride.com.br/literatura/acdc-biografia-conta-a-historia-definitiva-da-banda/