Meridiano de sangue

Meridiano de sangue Cormac McCarthy




Resenhas - Meridiano de Sangue


147 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Willian.Silva 16/11/2024

A guerra, a santidade e a supremacia do homem
A ditadura do judiciário, a tirania dos justos se arborizam diante dos espectros tangenciados por direções equilateras ao mesmo tempo distintas ante a uma persona dantesca funcionando como uma lanterna "as avesas" objetivicadora sobre a humanidade.
comentários(0)comente



ilhaparadis 10/11/2024

Visceral
Logo de cara dá pra notar que se trata de uma leitura difícil e nada confortável, não pela linguagem, porque é uma linguagem de fácil compreensão, mas é uma leitura extremamente difícil pelo seu conteúdo cru, visceral e muito direto.
Aqui vemos a história do Kid, que é um garoto muito pobre e que entra para o bando do Glanton, que é conhecido por caçar indígenas e coletar os escalpos e levar para quem os contratou.
Durante todo o livro nós vamos ver esse bando se locomover a procura de conseguir um determinado número de escalpos para levar. Então é uma viagem muito longa.
A violência é muito muito gráfica, porém, ela não é gratuita; nos trechos em que a encontramos é sempre com o objetivo de desenvolver a história e trazer consequências depois. Só que precisa ter estômago, pois trata-se de uma missão desumana e que nos trás a realidade sobre a raiz do mal que habita o ser humano.
Infelizmente o povo indigena na américa do norte sofreu muito.
Um personagem que me chamou a atenção foi o Juiz, ele é misterioso e pelo que eu pude entender, ele é a representação do mal. É algo quase sobrenatural, pois ele é extremamente inteligente, estrategista, polido quando necessário, onipresente e extremamente mau. Ele é complexo e um vilão detalhadamente construído.
Não é uma leitura que eu recomendaria para todo mundo, mas se você tem serenidade pra encarar eu acho que vai valer a pena, porque é um livro muito reflexivo, infelizmente nós conseguimos ver muito daqui na nossa sociedade atual, e ter os olhos atentos para essas coisas é o objetivo da literatura em primeiro lugar.
KatAudaz 14/11/2024minha estante
Já foi para o meu ?Quero ler?


ilhaparadis 14/11/2024minha estante
@KatAudaz vale muito a leitura, disparado um dos melhores que eu li esse ano




yvnvitx 09/11/2024

Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy
O livro narra as cruzadas do bando de John Glanton pelo coração do Oeste Americano do fim do século XIX, em busca de escalpos indígenas e recompensas.
A narrativa carrega uma linguagem preciosista, com um tom bíblico, e é regada de violência, crueldade e selvageria, um livro difícil para algumas pessoas.
Achei o livro lento em algumas passagens, confesso que esperava mais do enredo, porém a figura do Juiz me manteve muito interessado na história, um dos melhores vilões com quem tive contato em literatura.
comentários(0)comente



DRK 29/10/2024

Bíblia Americana
?Ele diz que nunca dorme?

Li Meridiano de Sangue em outubro de 2024 aos meus 22 anos, saliento essa data e contexto pois tenho certeza de que quando retornar minha leitura, minha visão sobre a obra não será a mesma.

Bem vindo ao velho oeste estadunidense, um lugar violento, mal, cercado de podridão e miséria mas acima de tudo muito belo, com desertos de areia e dunas que refletem as estrelas brilhantes do céu e que compõem a aurora escarlate de um mundo solitário em meio a um cosmos denso e alienígena.

Nesta versão realista e ao mesmo tempo mergulhada em fantasia de Cormac McCarthy, seguimos homens com sede de sangue e perdidos rumando a um propósito mórbido e tudo isso pela perspectiva de uma criança, o Kid.

Um jovem nascido em 33 e que nunca lhe foi ensinado o bem, apesar de saber muito bem o que ele é e de ter o desejo interno de o buscar.

Por partirmos de seus olhos noviços e nada incompreendidos sobre o mundo ao seu redor, muitas vezes McCarthy descreve cenários absolutamente inscrutáveis aos nossos olhos humanos e isso é irado.

Com muitas inspirações nas descrições bíblicas, McCarthy molda cenários como se fossem pinturas, o deserto dele no primeiro terço do livro não verosímil em visual mas em sentimento, transmitindo o que o protagonista, tão recém chegado nesse mundo tão imenso e macabro, concebe.

Esse poder sobre sua própria literatura é absolutamente genial e me pegou de surpresa, pois não é só um livro que narra mas sim um livro que entra na pele de seus personagens, que tenta discorrer o que eles sentem, mas de forma lírica, lúdica e muitas vezes completamente surreal.

O que o Kid é eu prefiro discorrer mais adiante, mas o que importa para essa etapa dessa análise é que ele é um protagonista absolutamente honesto, e que vai tornando o mundo ao seu redor mais e mais palpável a medida que o vai conhecendo em seu âmago, e recebe ajuda para isso.

Na trama, o jovem entra para uma gangue caçadora de índios, não por concordar com essa caçada ou por ter o desejo de vingança pelo o que seu grupo anterior (feito parte pelo mesmo motivo que o sequente), e sim apenas porquê era o único jeito de sobreviver.

Não há caminhos virtuosos, e os que tem, são assassinados por pessoas cruéis e jogados na sarjeta para o esquecimento, o único caminho que ele viu foi fazendo parte dessa dança macabra.

Descritos como ?Uma vista divina de alguma terra pagã alimentamos de carne humana?, o grupo liderado por Glanton e o Juíz caminha sobre aquelas terras perdidas matando, violando e queimando índios (ou qualquer outra pessoa que queiram); isso tudo baseado em fatos: Glanton e seu grupo de caçadores de escalpos realmente existiram e são o mais puro suco do que os Estados Unidos da América foram formados: por genocídios e barbáries.

Não há absurdo em dizer que Meridiano de Sangue foi uma tentativa muito bem realizada de escrever uma bíblia estadunidense, onde todos os percalços que daquela terra se originou estão pincelados.

E dessa razão bíblica e analógica surgiu o Juíz Holden: o maior vilão possível pois ele representa tudo aquilo que o homem é em sua essência: o mal.

Aqui eu preciso entrar no que estudiosos acreditam ser a maior inspiração de McCarthy: o gnosticismo.

Os gnosticos acreditam que o mundo é mal em sua essência e que o bem é um mistério, Como pode haver iluminação em uma realidade material? Como pode haver esperança oriunda da carne?

Essa questão, essa pergunta maldita, essa piada cósmica é o Juíz.

?Ele dança entre a luz e a escuridão?

Um homem de pouco mais de dois metros, albino, corpulento e sem nenhum único pelo no corpo. Ele acredita que a guerra é Deus, que a moral é apenas uma ficção criada pelos fracos para tirar o poder dos mais fortes e que o homem deve domar seu destino ou morrer tentando.

Ele quer apagar a memória do homem, quer apagar a cultura e destruir qualquer centelha de pensamento que renegue a realidade: a dança eterna entre os mais fortes pelo controle do mundo.

E ele transmite suas ideias com amor, adora falar e ser ouvido, adora contemplar o passado e ponderar sobre seu próprio futuro. Ele diz que nunca dorme, e diz que nunca vai morrer? o que isso parece para você?

Kid é o oposto a isso, pelo menos em sua essência. Apesar de não ter sido ensinado sobre a bondade, ajuda pessoas ao seu redor. Apesar de conviver com homens que veem na barbarie o prazer e a motivação sobre suas vidas, não toma parte deste desejo para si, apenas convive com isso, completamente alienígena ao seu próprio coletivo, e é isso que fascina tanto o Juíz.

Holden busca conhecer todas as coisas, pois, segundo ele, apenas assim um homem poderá ser suserano do seu próprio destino? mas ele não conhece o Kid.

Para o Juíz, Kid é tudo aquilo que não faz sentido, é a busca de um sentido no caos e a completa ausência sobre o que rege o homem.

Não há lugar para o bem no mundo que o Juíz quer domar. E o Kid não possuir nome é a estrela do bolo para essa dualidade tão fascinante.

Um homem que quer nomear todas as coisas é incapaz de nomear aquilo que renega a ti mesmo. Isso o deixa com raiva? Acredito que não, só fascinado mesmo.

O Kid definitivamente não é uma pessoa boa, não é essa luz que as analogias acima dele possam parecer que ele seja, mas Definitivamente é uma amostra de um possível horizonte de luz em uma noite sem fim, e que mesmo maculado por maldades e noções desprezíveis quanto a moral, ainda assim não buscava fazer parte dessa dança macabra.

?Ele diz que nunca vão morrer?

Apesar dessa minha perspectiva talvez um pouco ingênua, não há como negar que o mal sempre existirá; o Juíz estava tão contente com o mundo no século 19, imagina o que ele deve ter achado do século 20! E do que ele acharia de hoje do genocídio dos Palestinos.

Não há dúvida de que o Juíz está certo sobre a natureza do homem, é só abrirmos nossos olhos; Nossa história é e sempre será escrita com sangue por mais triste que isso seja.

Mas o mal não entende a bondade, a escuridão não entende a luz, e ela quer ela apagada, quer uma Aurora tardia, tão tardia que nunca poderíamos contempla-lá? e eu não sei vocês, mas se tem uma coisa que me deixa feliz é ver o mal falhando em suas tentativas.

Podemos vencer pouco, mas é nas poucas vitórias que reside a esperança, e não há nada mais poderosa que ela.

Ele pode até dançar, mas quem irá dançar por último eu tenho certeza que não será ele.

McCarthy escreveu uma obra densa e extremamente negativa, e que me fez refletir sobre muitas coisas, principalmente pela natureza do homem, e não há nada que me dê mais prazer num livro do que um autor que me faça pensar.

Ao falecido Cormac McCarthy, deixo aqui meus muito obrigado e que você tenha alcançado seu paraíso. Descance em paz.
comentários(0)comente



huskyseveriano 25/10/2024

Sangue no Oeste
Visceral, não teria outra palavra pra descrever essa obra. O autor conseguiu retratar a maldade humana em sua essência.
Os personagens centrais, são muito bem escritos. Senti o desenvolvimento nos primeiros capítulos arrastado, mas a partir da página 130 (aproximadamente, pois não me lembro ao certo hehe) os acontecimentos são impactantes. A história se passa no período onde houve a guerra Mexicano-Americana, 1845. Kid, o personagem que acompanhamos do início até o final do livro, é uma pessoa ingênua. Glanton e seu bando são mercenários, caçam indígenas e escalpes, porém, matam tudo que veem pela frente, sendo uma força caótica. O Juíz Holden, uma figura maligna, perversa e destrutiva, nada existe sem seu consentimento, faz o que quiser, com quem quiser, por vezes senti que este, fosse o próprio diabo, por cometer as maiores atrocidades contra quem encontrava.
A leitura é difícil, quase bíblica, em alguns momentos você pode se sentir perdido, pois não temos indicações de falas, como somos acostumados. A leitura vale a pena, mas se você é uma pessoal sensível e com forte senso de justiça, não recomendo, pois esse livro irá mexer com você das mais variadas formas, tingindo sua mente com vermelho sangue.
comentários(0)comente



Viajante Literário 19/10/2024

O pináculo da violência.
Quando penso no Oeste, imagino o deserto, coberto pelas partículas de areia que cobrem as histórias das pessoas que por lá passaram, viveram e pereceram. Penso nas inúmeras formas de isolamento, indo para longe, o mais distante possível de um mundo, que em sua formatação semeia o Caos.

Pensar em uma obra literária que balance através das cordas do destino para gerar um acontecimento sórdido e extremamente sincero é absurdo, é belo.

Meridiano de Sangue é este acontecimento literário. Não uma obra pensada para chocar, não pensada para entreter, mas sim para narrar uma jornada através dos meandros da terra, dos povos, da matança, do massacre e da implacável forma das coisas: a guerra.

O livro nos apresenta a história de alguns personagens, uma história que não se preocupa de poupar o leitor dos detalhes, uma história densa e de escrita maçante, uma história que fica na sua cabeça mesmo que de maneira não intencional. Uma história que atravessa seu pensamento acerca do que leva o homem a praticar o que faz. Tudo isso e mais um pouco será encontrado neste relato poético(pois é inigualavelmente bem escrito e orquestrado) quase fantasioso não fosse suas ligações claras com o que conhecemos da maldade do homem.

Cormac McCarthy não falha ao entregar uma história poderosa, que ao meu ver, se estabelece como uma das obras mais violentas, quiçá a mais violenta que eu já li. Não temos vilões, nem heróis, não tem personagem protagonista, nem mocinhos, temos apenas o pano que cobre a sordidez do homem abaixado. Temos o pináculo da violência estampada.

Leia se achar necessário testar seus limites para o aceitável em termos de leituras violentas.
comentários(0)comente



Lukas 09/10/2024

O Anti-Western
O que posso dizer? Sem dúvida um dos MELHORES livros que eu li na minha vida.
Acompanhamos o grupo de Glanton, um grupo de caçadores de escalão e digo todos os personagens são pessoas desprezíveis e cruéis que matam, estupram e se divertem fazendo. O protagonista talvez seja uma rara excesso nesse sentido mas ainda é uma pessoa que mata a sangue frio.
Mas sem dúvida o personagem que se destaca é o Juiz Holden, uma figura enigmática que é um dos senão o vilão mais maléfico que eu já vi na ficção.
Encerro com a frase do Juiz: "Tudo que existe na criação sem meu conhecimento, existem sem o meu consentimento"
comentários(0)comente



Felipe 03/10/2024

Faroeste raiz
O Meridiano de Sangue é um livro para quem gosta do faroeste clássico. Cormac apresenta uma história densa, seca e repleta de violência. Sem heróis e vilões, apenas pessoas que sofreram com a vida e conhecem apenas esse modo de viver.

O livro em si é muito interessante, mas a leitura é tão dura quanto a vida dos personagens.
comentários(0)comente



Sayonara 26/09/2024

Meridiano de Sangue
Definitivamente, "Meridiano de Sangue" não é uma leitura de fruição.
Sem um enredo baseado em reviravoltas, são páginas e páginas acompanhando o protagonista, Kid, a arrastar-se por paisagens inóspitas e desérticas junto a homens inescrupulosos que violentam os povos nativos e a si mesmos das piores formas possíveis. Paralelo a isso, alguns personagens, como o protagonista mesmo, Glanton, juiz Holden e o padre são peças que o autor usa para exemplificar uma teoria sobre a inevitabilidade da História, da guerra e do destino humano.
Nada fácil, nada muito agradável, mas válido.
comentários(0)comente



Anderson Rodrigues 26/09/2024

Uma jornada acompanhando demônios em um retrato do inferno
Com uma narrativa um pouco peculiar que as vezes pode ficar confusa mesmo assim poética em toda sua construção, McCarthy cria uma história que desconstrói o velho oeste que vemos em filmes de Hollywood e nos mostra talvez a verdadeira essência, um retrato do inferno e as atrocidades de seus demônios em uma jornada banhada a sangue do começo ao fim.
comentários(0)comente



Kvvvnn 22/09/2024

"Tudo o que existe na criação sem o meu conhecimento existe sem o meu consentimento."
Isso não é um livro, é uma ferida aberta no deserto. A vida sendo barata e a morte a unica moeda. Tão delicadamente pintado esse quadro do Diabo, apenas podemos contemplar.
comentários(0)comente



Victor 15/09/2024

?Ele nunca dorme, o juiz. Ele diz que nunca vai morrer?
O primeiro livro que eu li que não queria dar nota. Meridiano de Sangue, assim como Moby Dick, é maior do que uma quantidade de estrelas, maior do que números, maior do que opiniões. É um livro difícil, uma obra eterna, um texto inesgotável. Seco, cruel e visceral. Um livro que não é para todo mundo, e são essas prosas que perduram para sempre.

?Deus fez este mundo, mas não o fez bom para todos??

O livro tem tudo que amo: velho-oeste, personagens cinzentos, violência sem frescura, niilismo existencial etc. Seu ?clima? me lembra a primeira temporada de True Detective (talvez a melhor coisa que já assisti na minha vida), série que tenho certeza que bebeu muito de Meridiano de Sangue. Ambas tratam o mundo como um lugar violento, e o homem, como o centro dessa violência. Tudo é de forma crua, evidenciando o que somos na realidade: monstros (mesmo as redes sociais atuais mostrarem o contrário, ou seja, a humanidade chafurda na hipocrisia desde o início de sua espécie).

?A guerra é deus.?

Tudo está no texto escrito por Cormac por um propósito, desde a violência pesada até sua prosa sem o uso da forma padrão regular. No começo é estranho lê-lo, mas aos poucos vai se acostumando com sua forma seca de escrever. Amei o livro, mas ele não foi perfeito.

?A lei moral é uma invenção da humanidade para destituir de seus direitos os fortes em favor dos fracos.?

Apesar dos temas que amo, algumas coisas me incomodaram na obra. Inúmeras descrições de viagens e dos desertos que os personagens passavam durante a trama se repetem demais, tornando a leitura em alguns momentos de certa forma chata (sei que faz parte da ambientação do livro, mas cansa da mesma forma). O fato de a história também não ter um ?objetivo final? frustra em dado momento, você acompanhará ?apenas? a vida de caçadores de escalpos e suas jornadas violentas numa época onde a vida não valia nada (será que em algum dia realmente valeu?).

?O que une os homens, disse, não é a partilha do pão mas a partilha dos inimigos.?

A história real está na relação humana consigo próprio e com o mundo, enquanto destruímos tudo e somos destruídos de volta. Uma obra a ser estudada. A ser relida. Um livro que ficará na minha mente enquanto eu estiver vivo (junto com Moby Dick, primeira temporada de True Detective etc). Favoritado? E eu sei lá? só do fato de ser eterno na minha cabeça já é suficiente. E o juiz Holden? Que personagem, quantas camadas, quantas interpretações. Um dos melhores personagens já criados na literatura. Seria eterno no imaginário popular caso o livro tivesse uma boa adaptação audiovisual. Mas o Meridiano de Sangue é INADAPTÁVEL. Ainda mais depois DAQUELE final. As pessoas nunca estarão preparadas para essa obra, NINGUÉM NUNCA ESTARÁ!

?Ele nunca dorme, o juiz. Ele está dançando, dançando. Ele diz que nunca vai morrer.?
comentários(0)comente



Enzão 06/09/2024

Perfeito! O melhor livro que já li do gênero, e acredito que será por um bom tempo. Apesar de a tradução estar bem feita, é perdido um pouco da beleza do texto original, o que tende a naturalmente acontecer quando o autor se presta a descrever, da forma que McCarthy optou, as cenas mais violentas de modo tão belo, deixando uma contradição estética que funciona muito bem e nos da prazer em ler algo tão terrível. Isso me fez pensar no personagem que provavelmente vai ficar na sua cabeça após a leitura, o Juiz Holden. Se kid é o motor deste carro chamado meridiano de sangue, Holden é a logo. Gigante, albino, de força sobrenatural e extremamente inteligente, astuto e cruel. Este proselitista de marca maior e adepto fiel da guerra é o principal elemento a dar substância à história. E que no final nos traz a questão principal, ao meu ver, acima de tudo o que foi abordado durante o livro. Se formos ser, em nossas vidas, bons ou maus, isto é secundário, primeiro, temos que decidir se vamos dançar ou não e eu espero que você dance.
comentários(0)comente



iagofelipeh 05/09/2024

PRECISAREI RELER!

Tive bastante dificuldade em adentrar a narrativa em vários momentos, o que prejudicou imensamente a experiência. Agora, o que eu senti nos 25% finais do livro é bizarro. É uma violência ainda mais brutal, impactante e chocante.

E comecei a me inserir na história, da qual antes eu me sentia MUITO aquém. Os últimos dois capítulos são surreais...

A cena final é PERTURBADORA e deixa margem para interpretações que beiram o trauma.

Como meu aproveitamento da leitura foi extremamente prejudicado (uma pena), essa obra entra como uma das prioridades na minha lista de releituras a serem feitas.
comentários(0)comente



pedrolucasmr 16/08/2024

Confuso e Brilhante
Meridiano de Sangue é um livro completamente diferente de tudo que já li. A temática dele foge do que estou acostumado a ler, e a prosa de McCarthy é muito única e diferente. O livro beira o psicodélico e, por vezes, é propositalmente sem sentido. Os personagens são bem construídos, o mundo é cruel e sanguinário, e as conclusões são propositalmente vagas, assim como a narrativa, ficando a cargo do leitor tirar suas próprias conclusões.

McCarthy insinua alguns pontos, deixa outros ambíguos, vagos ou dúbios, e cabe a você, como leitor, escolher o que entender dessas situações. A única verdade absoluta do livro é que o deserto é cruel e ninguém está seguro, psicológica ou fisicamente.

Gostei bastante do livro; ele me intrigou de certa forma em toda a sua psicodelia e vagueza. No entanto, acredito que não foi o momento ideal para lê-lo; talvez eu tivesse tirado ainda mais proveito da leitura em outra ocasião. Também me parece o tipo de livro que pede uma releitura, já que conhecer a sua estrutura talvez esclareça alguns pontos e facilite as conclusões.

No geral, recomendo para os que têm estômago forte e gostam da temática de faroeste.
comentários(0)comente



147 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR