Resenhas - O Deserto dos Tártaros

Matheus Souza 20/07/2024

Melancolicamente espetacular.
É impossível ler essa obra e não se sentir impactado não só pelo seu final, mas por toda a história contada do início ao fim.

Michela Wakami 18/07/2024

Muito bom
Que livro espetacular!
Impossível você sair dessa leitura, sem pensar melhor, como investir seu tempo, que nos é tão precioso e tão mal gasto, pela maioria de nós.
O tempo passa e não percebemos, somos de muitas formas, induzidos a fazer mau uso dele.
Seduzidos por coisas ou por pessoas que não acrescentaram nada na nossa vida de bom.
Esperando por algo que nunca virá, ou que levará décadas para chegar até nós e quando chegar, será tarde demais.
Confiando em pessoas que vão te trair e que não se importam com você.

Um livro com ampla reflexão.

Fernando.Hasil 14/07/2024

A vida passa...
A vida de um militar que vive toda sua vida adulta à espera de algo grandioso em sua carreira, num forte extremamente isolado. As escolhas que podem nos levar a ver a vida passar, e nunca acontecer o que esperamos.

Quara 11/07/2024

"O tempo entretanto corria, sua batida silenciosa marcando cada vez mais precipitadamente a vida, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. "Pare, pare!" se desejaria gritar, mas ve-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam inertes, acaba-se sendo arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca."

MARYNHA 07/07/2024

O DESERTO DOS TARTAROS
AS esenhas aqui sao iguais ao do instagran apenas lá tem videos ok ? Grata.

O DESERTO DOS TARTAROS. IMPACTANTE

O que dizer deste livro tão pequeno mas tão impactante ? o que pode haver de interessante em um forte de fronteira, num deserto, numa rotina monótona e sem perspectiva alguma de ação ? Pode haver uma PESPECTIVA DE GLÓRIA. E o ser humano é dotado de ESPERANÇA.
O jovem sargento DROGO, é destacado para um forte na fronteira do deserto, deixa sua mãe e parte para sua jornada, é um militar, vai com sonhos de glórias pois há uma “sugestão” de que um ataque de bárbaros( os tártaros) é esperado,o que faz deste forte ser estratégico para defesa do país.
Porém logo viu que TALVEZ fosse apenas uma lenda o tão esperado ataque e resolveu que não queria permanecer ali, mas lhe foi sugerido permanecer por quatro meses para não prejudicar a carreira. E ele ficou, e escolheu ficar mais um pouco e de repente já não queria partir, pois TALVEZ E DE FATO, não fosse lenda mas uma VERDADE que faria heróis aos que estivessem ali, no lugar certo, na hora certa, bastava estar ali, com paciência e prontidão, vigilante, cumprindo SISTEMATICAMENTE seu dever em escalas e regras militares, no verão, no inverno, na noite, no dia, e assim o sargento DROGO ficou toda a vida no FORTE, ESPERANDO. Será aconteceu o que ele esperou ? Se sim , valeu a pena ? E se não, valeu a pena ?
Este livro fará CADA LEITOR se perguntar sobre sua vida. Que escolhas você faria ou fez ? A de permanecer num lugar seguro de vida, e esperar atentamente por algo que TALVEZ seja certo e te fará HERÓI ? Ou de SE MOVER em busca do TAMBÉM incerto e enfrentar a jornada do desconhecido futuro ? Uma coisa é certa, ao jovem ou pessoas já maduras, ao ler este livro se perguntará antes mesmo de chegar lá na frente ( ou se já chegou ) e OLHAR para trás( ou para sua realidade presente) valeu a pena ? E isso te fará PENSAR, como DROGO fez por toda uma vida. Quer ser impactado sem ser por um livro religioso ou de autoajuda? Então leia O DESERTO DOS TÁRTAROS e decida se quer esperar os tártaros ou não. Seria possível ESPERAR algo e ao mesmo tempo MOVER-SE ? Sim. É um verdadeiro clássico.


5 estrelas ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐


site: instagran @miniarte21 @livroscit tik tok @livroseamigos @livroscit @taisa.goi.f

Wesleyotio 29/06/2024

Tudo passa
Nesta obra somos levados a reflexão sobre nosso breve tempo de vida, acompanhamos um jovem militar cheios de sonhos e desejos que é mandado para um forte que em outrora teve grande importância, mas que agora nada acontece. Contaminado por uma febre de que logo os inimigos chegaram e poderá ter uma batalha gloriosa e prêmios de honra, ele torna sua estadia cada dia mais prolongada.

Os dias sempre iguais fazem a sensação de tempo ser reduzida, assim a mente o personagem permanece a mesma, mas seu corpo e os que estão ao seu redor não, o que nos leva a pensar o quanto uma rotina dura e igual, pode fazer esquecer que ficamos velhos e aquilo que tinha sabor, não é mais o mesmo.

Por sempre está a espera o personagem vai aos poucos abrindo mão de coisas, em busca do momento certo para sua glória e que o sacrifício vai valer a pena. Será? Aqui entra o elemento da procrastinação, deixar de fazer determinados desejos pelo fato de termos tempo para realização posterior pode ser uma faca de dois gumes e nisso que a obra evidencia muito.

A felicidade sobre o olhar dos outros também deixa seu registro na obra, fica notório que o personagem sofre por isso e até mesmo se limita por isso, mas o que tem haver o olhar do outro sobre o que nos torna feliz? Seria necessário aprovação de alguém a respeito de nossa felicidade?

Acredito que a obra nos induz a pensar o que estamos fazendo de nossa vida, que talvez estamos esperando demais, que o tempo passa e tudo muda, mesmo que mentalmente isso não seja evidente, por fim a obra lembra que somos finitos e devemos encontrar uma forma agradável de gastar esse breve tempo de vida.

Henrique 23/06/2024

Buzzati é preciso e elegante ao retratar a cruel passagem do tempo e as armadilhas com que frequentemente se mantém a espera de uma reviravolta, as quais podem sustentar uma duradoura apatia.
Este livro é um alerta, semelhante ao alerta que oficiais mais antigos dão aos recém-chegados em diversos trechos da obra, alertas esses que são insistentemente ignorados e reprimidos, resistindo, ainda, o apego à ideia de que basta esperar, e o destino reservará uma justiça.
Expandindo a reflexão, o Tenente Drogo, personagem principal, confronta-se constantemente com uma realidade vazia, esgotada de significados em que se apegar, mesmo quando retorna à sua cidade natal, que mostrou-se muito aquém de suas expectativas e romantizações. Portanto, compartilhamos da angústia de Drogo. O que fazer? Para onde ir? E se de fato as expectativas forem sempre impossíveis, sempre além?
Finalizo reiterando a maestria e a sensibilidade com que Dino Buzzati nos conduz ao logo dessa jornada.

Carolina.Lausmann 19/06/2024

A angústia do tempo
Difícil começar a escrever essa resenha. Bom, até onde posso me lembrar, esse foi meu primeiro contato com a literatura italiana. Demorei algum tempo para iniciar a leitura, pois já sabia o que me esperava durante o livro, mas nossa... nunca imaginei que seria metade do que foi. Toda a questão da passagem do tempo e como ela é cruel quando não nos damos conta, a forma como é narrada, tudo isso me impressionou muito.

Além disso, fazia muito tempo que não sentia certos sentimentos ao ler, como os que senti com "O Deserto dos Tártaros". Angústia, muita ansiedade e melancolia são alguns deles (e não me entendam mal, a experiência foi MARAVILHOSA). É um livro pequeno, 170 páginas, mas por conta da densidade dos meus sentimentos, levei alguns dias para finalizar. Sempre sentia algum tipo de aperto no peito.

Por último, mas não menos importante de deixar registrado, toda vez que lia, me vinha a música "Time" do Pink Floyd na cabeça. Impossível não correlacionar as duas obras.

"And then one day you find
Ten years have got behind you
No one told you when to run
You missed the starting gun"

5/5 e favoritado

JairDantas27 11/06/2024

Sublime.
Buzzati, por meio de "O Deserto dos Tártaros", nos leva para uma concepção do tempo e a futilidade das ilusões buscando alcançar algum propósito, algum significado. Muitos determinam como chato, perdido, extremamente monótono, mas Tártaros faz de forma profunda um convite para analisarmos nossa vida, nossos sonhos, nossos esforços, considerando o tão temido tempo. É melancólico, dolorido e extracontratual sentimental em alguns momentos.

"O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. "Pare, pare!", se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo que parece lento, mas não para nunca."

Andreia 08/06/2024

? O jovem tenente Drogo é designado para servir no Forte Bastiani, o que crê ser a primeira etapa de uma carreira gloriosa?.
Seu propósito era servir no distante forte por pouco tempo e logo poder retornar à cidade e desfrutar da sua juventude, porém a expectativa de glória de uma batalha, o levou a uma longa e melancólica espera. Essa obra nos leva a refletir nas expectativas que temos da vida e como agimos diante das decisões que podem mudar o nosso futuro ou nos acomodar.

Mayra.Mattoso 06/06/2024

Neste livro acompanhamos a vida do jovem tenente Giovanni Drogo desde o momento em que começa a prestar serviço no forte localizado próximo ao deserto dos tártaros.
O livro traz muitas reflexões para a nossa vida, mostrando como podemos desperdiçar anos de nossa existência atrás de uma esperança incerta de felicidade. Possui frases belíssimas para descrever a passagem do tempo.

Tami Silveira 05/06/2024

O deserto dos Tártaros
Tedioso ao extremo. Porém, não dá para negar que o livro passa uma mensagem atemporal, triste (ao meu ver) e verdadeira. Apenas por esse fato gostei da leitura, mas nunca demorei tanto para ler um livro de 200 páginas.

Léo 02/06/2024

A espectativas que esvazia a vida
Neste livro, Drogo desperdiça toda a sua vida na esperança de deixar sua marca na história lutando uma guerra que não chega.
Até aí parece uma trama simples, mas de capítulo em capítulo, a obra ganha cada vez mais profundidade, revelando a dimensão crescente da inércia e como isso consome a vida de Drogo, sugando todas as suas pretensões que não a de lutar uma guerra.
Isso em si já torna essa narrativa poderosa.
Mas o livro é enriquecido por uma abordagem que absorve as paranóias que ocorrem no Forte Bastiani, faz o leitor comprar as percepções distorcidas dos personagens sobre eventos corriqueiros (ou não?) que acontecem ao redor do Forte. Sem falar nas frases esmagadoras que se espalham pelas 170 páginas.
O capítulo final é a cereja do bolo, finalizado no tempo certo, encaixa perfeitamente nos questionamentos que a temática central que livro traz.

O Deserto dos Tártaros é uma obra curta que tem muito a dizer sobre todos. É sobre vida, juventude, espectativas, passagem da vida, envelhecimento, propósito, ambição, ilusão, e o anseio humano em deixar um legado.
5 estrelas é pouco para avaliar este livro.

Edno.Jesus 30/05/2024

Um livro necessário com alguns gatilhos!
Não esperava que esse livro fosse ser tão bom e difícil ao mesmo tempo, a fábula sobre vida,tempo,decisões que você vai se identificar em alguma parte da história!
O livro vai fica marcado na sua vida, isso pode ser bom ou ruim!

adjalina.menezes 23/05/2024

'quem sabe faz a hora...'
Apesar da temática militar esse livro brilhante é sobre a passagem do tempo, sobre como se vive a vida.
O tenente Giovani Drogo é destacado para servir no Forte Bastiani e vai para a unidade militar com a expectativa de vivenciar uma guerra. Mas a guerra nunca vêm e ele consome sua vida nessa expectativa futura.
Essa obra tem várias camadas, mas podemos lê-la como uma advertência para não viver na zona de conforto, não viver de expectativas irreais e esperar um futuro que possivelmente não virá. O "deserto" é esse futuro cheio de esperanças que não se confirmam e no fim a vida parece vazia de sentido.