Psicanálise

Psicanálise Jorge Forbes




Resenhas - Psicanálise


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Marcelo 27/06/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
"Psicanálise: A Clínica do Real" é um trabalho organizado por Jorge Forbes, renomado psicanalista brasileiro, que aborda a prática clínica da psicanálise com inclinação lacaniana. Publicado em 2006, o livro oferece uma perspectiva bastante prática da clínica psicanalítica.

Cada capítulo é escrito por um psicanalista da IPLA e explora a dimensão do "real" na clínica psicanalítica, que vai além do imaginário e do simbólico, conceitos amplamente discutidos na psicanálise lacaniana. Os capítulos argumentam que o "real" é uma dimensão fundamental que influencia a subjetividade humana, mas que muitas vezes é evitada ou negada.

Ao longo do livro, são apresentados casos clínicos e reflexões teóricas, oferecendo exemplos concretos de como trabalha a clínica psicanalítica. Discute a importância de trabalhar com as dificuldades e impasses vivenciados pelos pacientes, ajudando-os a confrontar e lidar com o que é real em suas vidas, mesmo que isso possa ser desconfortável ou doloroso. Propõe que a psicanálise pode oferecer um espaço seguro para os pacientes confrontarem e integrarem o real em suas vidas, promovendo transformação e crescimento pessoal.

É um livro que desafia conceitos estabelecidos na psicanálise tradicional e oferece uma abordagem inovadora para a prática clínica. Achei um livro bastante interessante, de linguagem simples e gostoso de ler. Para mim que estava buscando um livro sobre a prática da clínica psicanalítica, esse livro atendeu totalmente as minhas expectativas.
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Mandy.Amanda 11/10/2019

Resenha: Psicanálise, a Clínica do Real / Jorge Forbes
Como proposta, o livro faz uma breve apresentação a respeito da psicanálise e sua origem até a psicanálise atual.
Foi através de Sigmund Freud (1856-1939), que a psicanálise teve sua origem. Porém, atualmente a análise não acontece como Freud realizava em sua época, início do século XX.
A obra discute o que é análise e do que se trata uma análise do início ao fim. É um livro onde os analistas discutem a respeito do que pensam quando estão tratando um paciente. Traz a contribuição distinta de quatorze autores dentro da mesma orientação, numa abordagem reflexiva e participativa. Privilegia uma leitura freudiana, mas especifica a psicanálise do século XXI, utilizando de uma orientação mais clínica e inovadora que é a orientação lacaniana. Aborda a história da psicanálise em quatro momentos: o original, da escuta freudiana; o de sentir o que não pode ser dito; o de uma nova escuta, filtrada pela ciência; e o de implicação, que é o tempo atual.
Se formos sintetizar a passagem da psicanálise do século XX para o século XXI, do ponto de vista psicanalítico, nós saímos de um tempo da supremacia do simbólico para o tempo da supremacia do real.
Pensar numa época da supremacia do simbólico é pensar um mundo moderno, um mundo industrial, uma era onde as pessoas se uniam, onde o laço social se organizava em relação a padrões unitários no sentido da vivência humana. Em que o padrão unitário maior é a família, na família a orientação era dada pelos pais e mais especificamente pelo pai. Nas empresas a orientação era dada pelo chefe e na sociedade civil como um todo, pela pátria.
Um dos aspectos da globalização e da revolução da qual nós somos passageiros do mundo moderno para o pós-moderno, é que uma verticalidade do mundo anterior, a do pai na família, do chefe na empresa, da pátria na sociedade civil, era um tempo em que a estrutura familiar se conceituava de uma forma diferente, e que foi deslocada para uma sociedade horizontal. Pois esse mundo mudou completamente, vivemos em tempos atuais. A angústia do século XXI é muito mais distinta que a do século XX, período em que Freud conceituou o Complexo de Édipo.
O livro é distribuído em quatro unidades, estabelecendo à psicanálise o começo, o percurso, o percalço e o final.
A primeira parte do livro fala da análise e seu começo, traz oito capítulos tratando parte da criação da psicanálise, da escuta freudiana. Após isso vem o pós-freudianos, que faz certo desvio na psicanálise, então muitas vezes o analista fala, completando o que o paciente não é capaz de fazer. Lacan não concorda com essa prática e retoma aos conceitos freudianos.
Nas proximidades do século XXI com essa passagem do mundo vertical para um mundo horizontal, Lacan cria a Clínica do Real, uma clínica que não lida com o sentido, que lida com o real. Em que o analista não responde a demanda do paciente, tendo cuidado com a inversão da demanda.
É uma clínica que vai levar a responsabilização do não saber. Lida com a opacidade da significação, então o analisando vai ser responsável pelo seu não saber. Outro tema da primeira parte é o da Psicanálise e Suas Psicoterapias, trazendo uma tabela que cita as características da psicanálise. E um ponto fundamental da psicanálise e da psicoterapia é que na psicanálise o analista dirige o tratamento e na psicoterapia o terapeuta orienta o paciente, levando a adequação.
A psicanalise dá flexibilidade, liberdade, desenvolve a singularidade, e a psicoterapia fixa num padrão, sobre o que se deve fazer ou escolher. Na psicoterapia, o paciente é levado a uma adequação de algo determinado, na psicanálise o paciente não é adequado a nenhum tipo de padrão. Sendo assim, a psicoterapia é moralista e a psicanálise é ética.
Na apresentação geral do livro, segunda parte, a clínica psicanalítica mudou. Não foram abandonamos os instrumentos deixados por Freud, mas a partir da mitificação da clínica com Lacan, esses instrumentos ganharam outra configuração e é preciso que os psicanalistas do século XXI saibam lidar com essas ferramentas.
A psicanálise entrou no século XXI com o signo da singularidade, e a psicanálise entrou com Freud no final do século IXX com o signo da particularidade. A partir daí Freud montou a teoria dele em cima das classificações que tinham o objetivo de tornar o sintoma (aquilo de que uma pessoa sofre), a ser motivada a fazer análise. Esse sintoma era provido de um sentido, sentido esse que apontava pra uma verdade, a verdade do sintoma, então foi à chave com a qual Freud trouxe a psicanálise para o mundo. Essas classificações são baseadas em um diferencial universal: Complexo de Édipo; Complexo de Castração; Interpretação (para que serve o sonho em uma análise); os Atos Falhos; etc.. A partir de todas as modificações acompanhadas neste livro, a cultura mudou, o sintoma mudou em razão da cultura, não podemos mais falar de um sintoma verdade. É uma psicanálise mais estendida, a clínica psicanalítica modificou.
A terceira parte do livro, A Análise, Suas Escansões e Seus Impasses. Traz a questão se é possível classificar um caso difícil, erros e acertos na análise, uma clínica por essência criacionista, uma reflexão clínica que abre uma possibilidade da psicanálise do seu tempo. A clínica lacaniana é uma clínica sem padrão, porém com princípios, levando em consideração a singularidade da escuta desse sintoma, desse sujeito que ele atende.
A clínica lacaniana exige um desacomodar. Quando com o atendimento com crianças e adolescentes, possibilita que a criança possa portar sua voz, sair do seu sintoma. Na interpretação lacaniana se trabalha a importância da palavra. Uma análise privilegia ir ao encontro do desejo.
No último capítulo, o livro defende que só tem um jeito de estar vivo, que é se responsabilizar pela esquisitice da própria satisfação. Quando se calcula o fim de uma análise, nós subordinamos isso à finalidade desta análise. O fim de uma análise acontecerá quando cada um de nós tiver a compreensão de sua serventia.

site: https://neuropsicopedagogiadosaber.blogspot.com/2019/10/a-pratica-da-psicanalise.html
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Adriano328 05/01/2024

?Psicanálise, a clínica do Real?, que também surgiu de um curso, o qual tive o grande prazer de participar como ouvinte, ?enfim, a Psicanálise no divã?, promovido pelo @psicanaliselacaniana . Esse livro é fundamentalmente prático, percorrendo a condução de uma análise de orientação lacaniana em seu começo, impasses e finalidades. Excelente para profissionais, mas também para estudantes do assunto .
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