Isabeli 18/05/2010
Resenha – Love you, Hate you, Miss you - Elizabeth Scott
"Crescer quer dizer que você percebe que ninguém virá depois para consertar as coisas.Ninguém vai vir para te salvar." (Love You, Hate You, Miss You - Elizabeth Scott)
Eu não conhecia os livros de Elizabeth Scott, e sigo ainda não conhecendo muito bem, mas Love you, Hate you, Miss you me prendeu e mexeu com os meus sentidos de um jeito muito forte e profundo. Não é um livro que fala sobre grandes sonhos de amor ou de casais juvenis felizes, como as histórias de livros que eu vinha lendo até esse momento.
Esse livro é um daqueles que me seduzem o olhar pela capa muito chamativa e pelo título muito intrigante. Foi incrível como tudo nele me chamou a atenção, e logo fiquei doente para lê-lo. Eu estava passeando um tempo atrás pelo Skoob, e de repente, eu o descobri. E ler Love you, Hate you, Miss you me fez refletir sobre muitas coisas, me sentir triste, me alegrar e concordar com Amy muitas vezes, ver seu ponto de vista, torcer por ela, enfim, me envolver completamente em sua história.
Love you, Hate you, Miss you fala da dor e das confusões de uma adolescente e da perda de sua melhor amiga. Sobre sua relação com os pais e com os colegas na escola. Mostra as irritantes sensações de ir para uma terapia e o que é um confuso sentimento de amor. Fala sobre passado e presente e de escolhas.
Poderia ficar horas falando e discutindo sobre as sensações, perspectivas e sentimentos que esse livro me levou a sentir. Apesar de ser uma ficção, de alguma forma, me pareceu uma coisa muito real. É incrível a forma como Elizabeth Scott explora e expõe tão perfeitamente os sofrimentos, os sentimentos, as confusões, as incertezas e certezas e as relações com o mundo que constrói as perspectivas e a personalidade de uma adolescente.
Amy perdeu sua melhor amiga em uma noite, em um acidente de carro. Devido a uma série de eventos que se segue antes do acidente, ela se culpa pela morte da amiga, se considerando a assassina dela. O livro começa 75 dias depois da morte de Julia, Amy retornando para casa, depois desse tempo todo internada em um lugar de recuperação e terapia por causa das bebidas, e se vê obrigada a encarar a realidade de não ter mais a melhor amiga ao seu lado, o convívio com os pais que de repente começa a ligar para ela e a escola.
No fundo, Amy nunca se sentiu bem com ela mesma. Muito mais alta que as outras meninas e ruiva, sempre se sentiu inferior e patética diante dos outros, ao ponto de consumir bebidas alcoólica fortes para fugir de si mesma e se sentir a vontade nas festas que freqüentava com Julia.
Para lidar com a dor e com todo o sofrimento, ela começa escrever em um diário textos em forma de cartas para sua amiga morta. Nessas cartas ela vai desabafar seus mais profundos sentimentos, confusões, estranhamentos de si mesma e suas melhores e piores perspectivas do mundo e dela mesma. Contudo, em seu mundo era somente ela e Julia. Até que ela vai percebendo coisas que ficaram no passado, que agora ela tem um presente para viver e escolhas para fazer por si mesma. Se ela quer ser feliz, ela vai ter que lidar com isso...
O interessante na história de Amy é a idéia que ela tem do amor e de gostar de alguém. Sua melhor amiga amava muito seu namorado, e Amy não podia entender esse tipo de sentimento e entrega por alguém. Isso porque seus próprios pais viviam uma relação de profundo amor um pelo outro, deixando ela excluída muitas vezes entre eles. Até que acontece com ela...
Esse livro é impressionante e instigante pela história. Não é uma leitura pesada, contudo é um pouco triste e a narração é meio confusa para o meu gosto. No entanto, você realmente pode se deliciar em ler o livro descobrindo um pouco mais a respeito da vida e de superação. A história de Amy é uma história não apenas da dor de se perder uma amiga, do que você deve ou não sentir ou como sentir, da relação de um indivíduo com a família, as pessoas e as normas do mundo, ou um drama adolescente. É um livro que mostra aos poucos o como temos que superar alguns sentimentos, e seguir em frente, e optar em seguir em frente, pois algumas escolhas somente nós podemos fazer e não vai vir ninguém para nos salvar...
Os personagens do livro são um pouco apagados, com a exceção da própria Amy. Essa história realmente me surpreendeu pela forma como mexeu comigo, com a minha cabeça. (Isso porque, eu confesso, já faz algum tempo que perdi minha melhor amiga... Então, foi um choque descobrir a respeito de que história contava o livro, não que minha situação seja igual a da personagem principal...)
Nota de 1 a 5: 5 (Maravilhoso!!!). Super recomendadissímo...