@cheiade9h 07/08/2014
Biofobia me fisgou pela sinopse, então nem pensei duas vezes em solicitar . Estava imaginando um thriller do começo ao fim. Mas infelizmente Biofobia é uma leitura enganadora.
Primeiro de tudo, conheci o personagem mais chato/babaca/criança, o André. Segundo, a narrativa que enrolava, enrolava e enrolava. Terceiro, o final sem noção.
André acaba de perder sua mãe, uma senhora bem de vida, escritora de muitas obras e leitora assídua. Nisso, André tem que ir na casa de campo (onde atualmente sua mãe morava) e tem todo aquele baque de: "ai não cresci aqui", "ai essa casa enorme com uma pessoa só morando, whyy?" e mais questões exageradas ou não pelo personagem. Agora acrescente a natureza, a natureza em volta da casa, sufocando o André, incomodando o André, deixando o cara mais perdido que tudo. Até deixando a narrativa interessante com essa bizarrice.
André trazia a tona algumas questões sobre a vida, sobre o sucesso e a fama no decorrer do tempo em que fica na casa da mãe, tudo isso enquanto vivia respirando aquele ar puro e aguentando os incômodos que a mãe natureza causava a ele. O cara é um roqueiro falido, na crise da meia idade, não, ele não é um personagem fácil de se entender e nem se colocar no lugar, acho que pela primeira vez na vida li um livro com um personagem masculino mais louco, sem noção, sem falta de amor e tudo quanto é coisa ruim que uma pessoa pode ser pra ser um merda na vida.
Há uma certa lentidão na narrativa, pra você entender o incompreensível André. E muitas vezes, repetições de reflexões já feitas (boring) e quando parece que a narrativa pegou no tranco, finalmente chegou no finalmente, ela se transforma numa leitura confusa e com uma finalização acompanhada de um GRANDE ponto de interrogação. Muitas dúvidas apareceram quando fechei o bendito livro "o que realmente aconteceu com André?", "será que aquela entrevista que ele assistiu da mãe é realmente verdade?", "mas que porra?" ~pra falar o português claro~
Não sei se o André era problemático mentalmente mesmo, ou... Ou sei lá.
Mas pra salvar um pouco a leitura, temos a aparição da irmã, de um amigo e da sua ex-namorada. Mas todos eles eu imaginei que tivessem um objetivo na trama, serem mortos pelo André -qqq Sério, eu estava esperando violência desde o começo D:
E também como a natureza estava em tudo e perturbando André durante sua estadia na casa da mãe falecida, sério, era muito bom ler e ter a expectativa de acontecer coisas horrendas e tudo mais. Mas eram só expectativas.
Sobre a escrita do autor Santiago, ele me ganhou, mesmo com a minha dificuldade na trama a leitura fluía, tem um toque de 'narrador conversando com o leitor', um toque de 'personagem conversando com o narrador'. A forma da narrativa foi o ponto A+.
Biofobia foi uma mistura de altas expectativas com um final muito pouco desenvolvido, e isso me broxou completamente na leitura. Confesso que até fui ler algumas resenhas no Skoob pra ver se eu não tinha entendido errado a proposta do livro ou do seu final, mas mesmo assim, é assim que me senti durante a leitura e como me sinto em relação ao livro.
Enfim, Biofobia é um livro intenso e até indico pra quem gosta de roer as unhas enquanto lê, mas foi muito complicado pra eu aceitar que ele é tão mais reflexão do que ação. Ou tão mensagens subliminares, que nem percebi.
site: http://www.livroterapias.com/2014/08/resenha-biofobia.html