Gaby Harket 26/05/2015
Resenha: Nas Alturas
O livro "Nas Alturas" possui narrativa em terceira pessoa, a mesma nos apresenta um "estilo de vida" inadequado, tais coisas estão diretamente relacionadas com a protagonista, a mesma é uma Brasileira nascida no Rio de Janeiro, Marina é uma mulher fisicamente bonita, atraente e sensual, portanto, por onde passa atrair os olhares masculinos e as vezes femininos, ela utiliza esse seu "poder de sedução" para conquistar vários homens, ela é uma pessoa totalmente desapegada e fútil, sinceramente eu não gostei nenhum pouco dela, detestei seus comportamentos absurdos e intragáveis.
"Uma comissária brasileira que inicia sua trajetória se lançado pelo mundo afora, como as flechas de Quíron e seus centauros, sendo atiradas aos milhões pelo céu, aleatoriamente, iniciando mil caminhos, mas sem percorrer nenhum."
Marina trabalha literalmente nas "Alturas", pois é uma comissária de bordo, durante um bom tempo ela somente trabalhava em território nacional, entretanto, em breve poderá ser promovida e trabalhará em voos internacionais, ela viajou para França a fim de aperfeiçoar o seu francês, entretanto, a jovem é inteligente e possui fluência em outras línguas, essa sua habilidade contribuir para seus vários relacionamentos, através do seu emprego ela visita muitos países, mas, as paisagens/culturas dos lugares não são as primeiras coisas que ela percebe. Sem dúvida, o seu principal objetivo é conquistar belos homens, essa situação é bastante fácil e acontece sem moderação, na minha opinião ela possui características de pessoas viciadas em sexo/prazer, gosta de sentir-se fortemente desejada e plenamente livre, ou seja, sem ninguém para "pegar no seu pé", portanto, todos os seus relacionamentos são passageiros e rapidamente esquecidos, só são lembrados quando é para seu alto benefício, ela esquece de uns usando outros, ambos são homens completamente entregues a essa intensa paixão. Mas, será que vale a pena?
Bem, é obvio que não, Marina é o tipo de pessoa que não vale a pena se envolver, a menos que o rapaz seja igual, isto é, deseje relação passageira, a protagonista gosta bastante de variar, envolve-se com homens divergentes, cada um com a seu próprio jeito e características, em suas viagens/curtições ela conhece Brasileiros, Franceses, Americanos, Italianos, Israelenses e etc. Os homens sentem-se atraídos e fascinados por ela, a protagonista relaciona-se com a maioria deles ao mesmo tempo, ou seja, possui marido e vários amantes simultaneamente, os mesmos são tão loucos de paixão que acabam concordando, apesar do ciúme, alguns deles sabem dessa absurda situação, porém, chega um momento que tornam-se cansados e insatisfeitos, eles fazem boas propostas de casamento, pois querem construir uma família, mas a bela aeromoça não quer isso, a realidade é que ela não quer compromisso com ninguém, somente casou-se por interesse e vantagens, percebe-se que ela é ambiciosa, quase todos os seus relacionamentos são com pessoas ricas.
"Certa de que o melhor a fazer será buscar novas aventuras, novos amores, novas 'coisas' que a façam se sentir viva, decide ser de todos sem se apegar a nenhum, vivendo rasos amores, em troca de momentos de prazer. Sabia viver assim muito bem. Para Marina, sentir é mais importante do que se entregar. Colecionava paixões, e assim seguia mundo afora, trocando contato como quem troca de roupa.''
Percebe-se que eu não gostei da Marina, a mesma é uma personagem chata, inconsequente, vulgar e superficial, Marina possui atitudes que mim irrita, ela acha que tudo gira em torno de si, não se importa com os sentimentos dos demais, seduz, utiliza e reutiliza e depois "joga fora", tornou-se egoísta, se relaciona somente por prazer e diversão, aparentemente ela nunca amou de verdade, pois, quando se ama alguém não se deixa levar por desejos vãos, sempre tenta resistir as tentações e se mantém fiel, obvio se o companheiro(a) merecer o mesmo. Marina possui 28 anos de idade, então talvez no seu passado aconteceu algo que motivou essa sua maneira de viver, infelizmente o livro não menciona essa possibilidade, somente acompanhamos as loucuras e "aventuras" da protagonista, a trama possui muitos personagens, mas não conseguimos conhecer melhor os mesmos, pois a história é mais focada na aeromoça.
"...que ela seria dele, mas seria de todos os outros também." "...tenho minhas vontades, que são saciadas no momento que acontecem... O depois é depois, trazendo novas vontades."
A trama possui poucas coisas para se aproveitar, confesso que eu achava que tratava-se de uma história leve e divertida, porém, não tem partes engraçadas e possui repetitivas cenas de sexo, a trama é ambientada em belos lugares/países, mas eu gostaria que tivessem mais descrições, a leitura não é cansativa, entretanto, tornou-se meio chata e desinteressante, a trama e a protagonista são bastante previsíveis, o enredo possui partes meio confusas e repetitivas, mas a história em si é de fácil entendimento. Bem, fiquei incomodada pela falta de algo proveitoso na história, visto que não possui ensinamentos positivos, não mostrou-me que esse "estilo de vida" pode acarretar problemas, como, por exemplo, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez "indesejada", além das consequências do uso e ou vício em drogas. Apesar de tudo a trama também possui partes interessantes, despertou a minha curiosidade, pois eu queria saber o que aconteceria com os personagens, além de querer saber o final. A Marina precisa tornar-se responsável e amadurecer, pois ela só conseguirá ser feliz verdadeiramente quando mudar o seu jeito de ser, além disso, deverá valorizar os outros. Gostei e ao mesmo tempo não gostei desse livro, possui mais pontos negativos que positivos, portanto, eu não recomendo. Mas se você curte livros com essa proposta, com partes "quentes" e com diferentes relacionamentos entre personagens... Esse talvez seja um bom livro. Leia e tire as suas próprias conclusões.
site: http://my-stories-wonderful-books.blogspot.com.br/2015/05/resenha-livro-nas-alturas-camila-gatti.html