Ana Luiza 05/08/2016
Resenha do blog Mademoiselle Loves Books
A HISTÓRIA
Jason, Zack, Belle e Jéssica são amigos de infância. Os pais dos quatro são amigos também e vieram juntos, dos Estados Unidos, para morar no Brasil quando os filhos eram bem pequenos. Jason, Zack, Belle e Jéssica são inesperáveis e dividem tudo: suas alegrias, tristezas, dores e dificuldades. Agora, eles compartilham uma missão. Tudo seguia normalmente na vida de Jason e seus amigos. Longe de ser popular, Jason tem seus desafetos entre os colegas e tudo o que quer é terminar logo o ensino médio.
Mas as coisas começam a mudar quando o garoto passa a ter sonhos estranhos, nos quais sempre aparece a mesma espada. Logo, Jason descobre que Zack está tendo os mesmos sonhos e os quatro amigos se unem para entender o que está acontecendo. As coisas ficam mais malucas quando eles acordam um dia e têm a impressão de que todas as outras pessoas sumiram. Sem saber onde seus pais e irmãos estão, eles vão para a escola e lá têm algumas de suas perguntas respondidas. O anjo Gabriel aparece para Jason, Zack, Belle e Jéssica e lhes dá uma missão.
Um do demônio extremamente poderoso está tentando dominar a terra e apenas Jason, Zack, Belle e Jéssica podem impedi-lo, já que todas as outras pessoas se transformaram em zumbis. Assim, para salvar o mundo e quem amam da destruição, os quatro amigos embarcam em uma viagem recheada de perigo e muito mistérios. Em meio a várias incertezas e um exército de zumbis, Jason, Zack, Belle e Jéssica terão que aprender a lutar como um time caso queiram sobreviver. Mas será que quatro adolescentes conseguirão ser fortes o suficiente para salvar a humanidade?
A LEITURA E OS PERSONAGENS
Eu estava com boas expectativas para Sozinhos no Escuro. Apesar de nem sempre gostar de histórias de zumbis, pela sinopse e a capa, o livro me pareceu ser uma deliciosa e assustadora trama sobrenatural. Contudo, a obra não conseguiu atingir minhas expectativas. Já de início me incomodei bastante com a narrativa em primeira pessoa do autor. A escrita de Diniz não tem maturidade, é repetitiva, recheada de detalhes que não precisavam estar lá e não flui bem.
O que mais me incomodou foram os diálogos, as falas dos personagens soaram forçadas e deslocadas, afinal, quem, em meio de uma luta contra um monte de zumbis tem tempo para conversar, por exemplo? O autor até tentou agregar bom humor a história, mas o sarcasmo e as piadinhas que os personagens trocam não convencem e não conseguem nem mesmo provocar um sorrisinho. Nas últimas cinquenta páginas de Sozinhos no Escuro, percebi que a narração tinha melhorado, que a escrita de Diniz já estava um pouco mais madura, e acredito que o livro teria apenas ganhado mais pontos comigo se o autor tivesse reescrito o início…
Quanto a trama, infelizmente, também não consegui ser satisfeita. A história é clichê em vários pontos e, em outros, ficou confusa demais ou simplesmente inacreditável. Não consegui engolir o fato do Jason simplesmente saber dirigir e de todos os seus amigos terem aprendido a atirar e matar zumbis do dia para a noite. Outro momento completamente desconexo foi quando, do nada, é revelado que a Jéssica sabe ler latim e a Belle entende de magia negra, como se fossem habilidades completamente comuns e fáceis de aprender, e do tipo que você não revela para seus amigos.
Não consegui não me irritar com as muitas cenas de batalha, apesar de que faz sentido que em meio a um apocalipse zumbi haja muitos conflitos. Contudo, não pude não revirar os olhos para o modo de agir dos protagonistas. Em meio a uma luta eles tinham tempo de conversar e até mesmo de confessar suas paixonites um pelo outro, isso quando eles simplesmente não paravam tudo para tomar banho, limpar o carro ou ir ao shopping fazer compras, afinal, são todas atividades bem lógicas para se fazer quando o mundo está acabando e você é o único que pode impedir o apocalipse. Nesse ponto, os protagonistas foram bem convincentes. Jason, Zack, Belle e Jéssica são adolescentes completamente inexperientes, mas que se acham donos da razão e amam bancar os heróis – e eles definitivamente agiram como tal e conseguiram me convencer disso.
Os personagens agirem como adolescentes é completamente compreensível, afinal, não se pode esperar que jovens amadureçam do dia para a noite, mesmo em um apocalipse zumbi. Mas o que mais me decepcionou em Sozinhos no Escuro foi a própria história. O autor poderia ter tomado vários rumos que tornassem a trama surpreendente e única, mas acabou trilhando os caminhos mais óbvios e trazendo uma história de zumbis e demônios como muitas outras que vemos por aí.
A EDIÇÃO
Não tenho reclamações quanto a edição. A diagramação estava boa, o texto sem erros e adorei os detalhes (desenhos de zumbis) ao longo do livro. O tamanho e tipo de fonte também estavam bons e eu adoro que todos os livros da Selo Jovem têm páginas cor de creme e de material mais resistente. Eu gosto bastante da capa de Sozinhos no Escuro, ela é bonita e combina com a trama.
CONCLUSÕES FINAIS
Infelizmente, Sozinhos no Escuro não foi uma boa leitura para mim. Se eu pudesse resumir em uma palavra? Adolescente, tanto a escrita, quanto a trama e os personagens. Diniz tem muito a que amadurecer como autor, algo do qual ele é claramente capaz, já que no decorrer de Sozinhos no Escuro pude perceber a melhora de sua escrita. O livro não me rendeu uma boa leitura, entretanto, como sempre, recomendo a vocês que leiam a obra e tirem suas próprias conclusões. Acredito que os leitores mais jovens, que gostem de sobrenatural e que não sejam tão exigentes com suas leituras (como eu sou rs) vão gostar da obra.
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