spoiler visualizarFabiane 09/04/2015
Minha curiosidade pra chegar ao fim não é suficiente!
Como eu comentei ao acabar o primeiro livro, eu realmente tinha gostado do enredo, dos personagens e fui ficando curiosa para saber onde tudo ia dar... mas cheguei nos 25% do segundo e admito que não consigo mais.
A autora apresentou no primeiro livro (Proibida para mim) um grande potencial, e me cativou com uma estória até que diferente. Mas as falhas de revisão no primeiro livro da série nem se comparam a esse segundo (Seduzida por Ele).
Se para uma leitora comum (euzinha!), que lê apenas por prazer e passatempo, foi muito incômodo passar por tantas falhas ortográficas, eu imagino para um professor ou profissional competente da área de literatura.
Sério! Todos os diálogos estão sem pontuação adequada (ex: “Liam que surpresa”; “Nós duas temos muita sorte mesmo não é?”; “Doutor amnésia de Neil é permanente?”).
Não existem vírgulas separando o que precisa nas frases. Muitas vezes não há concordância verbal ou nominal. Diversas palavras sem acentuação. Crase empregada em lugares inimagináveis.
Onde precisa de vírgula, simplesmente não tem. E onde precisa de ponto final, tem uma vírgula. A falta de pontuação às vezes chega a deixar o leitor sem entender onde termina o diálogo e começa a narrativa na frase (— Jenny eu estou apavorada. Ele é tudo o que eu não sou — ela começa a pontuar com os dedos: lindo, elegante, inteligente e rico. O que pode ter visto em alguém como eu?)
Quem lê livros traduzidos (que me atire a primeira pedra quem nunca leu ^- )vai notar muita semelhança entre as famosas TMs e a maneira que o conteúdo é apresentado (“Olhando-o”, “irritando-o”, “livro-me”, “abraço-o”, “provoco-o”).
Eu encontrei algumas expressões que simplesmente não fazem sentido na nossa linguagem (independente de onde se passa o livro), mas que traduzindo para o inglês, eu conseguia notar de onde veio a tal fala. Como por exemplo, a troca do “está” pelo “é”, tão típico em livros traduzidos. Não entendo o motivo disso. Nosso idioma é tão rico! Não há motivo que querer abrasileirar tudo o que lemos por ai.
Mesmo com tudo isso eu ainda segui em frente, mas para minha surpresa, comecei a ver pontos desconexos com o próprio conteúdo e personagens. Nesse momento, desencantei de vez.
Num momento o sobrenome do mocinho e da família dele é Durant, no outro é Durante. A Jennifer que também é chamada de Jenny, do nada atende o irmão que a chama de Jane (?!?). Eu cheguei a dar um ‘localizar’ no e-reader, mas não achei mais nada de Jane, então realmente é mais uma falha de revisão. Assim como é falha de revisão o nome da personagem ser Jennifer e também Jeniffer.
Eu sei que estou soando uma megera querendo detonar a autora, mas não é essa a minha intenção. Eu não a culpo. Eu até acho que se ela tem talento de criação deve ir em frente para realizar os seus sonhos. Com ou sem editora. Independente ou não.
A abertura para lançamentos de livros independentes está grande, e sendo independentes, os recursos são mais limitados para os autores. Mas mesmo assim, ainda acho válido mandar o arquivo para uma revisão. O próprio Word tem corretor de texto, hoje em dia temos corretores on line, leitores Beta, etc. Se é pra seguir um objetivo como profissão, precisa ser com compromisso.
Agora, se o livro é lançado por uma editora (COMO ESSE!!!) ai o buraco é mais embaixo. Provavelmente sempre vamos encontrar falhas na ortografia, e sabemos que ninguém é perfeito. Os leitores acham isso aceitável. Nós notamos o errado, e seguimos com a leitura.
Mas quando os erros começam a atrapalhar a leitura, é porque existe um grande problema. Eu comecei a destacar tudo o que incomodava, e em 100 páginas tive 67 marcações. E isso, my dear, não pode ser aceitável. É injusto com o leitor que pagou pelo livro. É injusto com quem lê na espera de aprimorar a linguagem (independente do tema lido). É injusto com o autor, que abre mão de uma porcentagem nos ganhos para repassar à editora que aparentemente não cumpriu a sua parte no negócio.
Antes de abandonar de vez, eu cheguei a me dizer que se um dia eu visse que o livro foi revisado eu retomaria a leitura. Mas agora que repassei tudo pra escrever a minha experiência, acho que perdi o tesão de vez. Sei lá. Vamos ver. Quem sabe...
Ainda sobre a editora, se um livro nacional está como esse, eu imagino os que serão traduzidos. Eu vi que nos próximos lançamentos deles está o famoso Dominic, da L. A. Casey e acho que antecipadamente sinto pena dos leitores que estão ansiosos pela chegada do tal lutador rsrs.
Ps 1: só para constar, achei vários comentários no site da Amazon com o mesmo tipo de critica. Como não é uma reclamação isolada, espero que o livro seja realmente revisado. Eu, além do Amazon, ainda mandei um e-mail pra editora quando cheguei na página 27.
Ps2: ainda não entendi o motivo da série de chamar Nova York. Eu sei que os acontecimentos se passam lá e tal, mas vi pouquíssimas indicações disso na leitura. Não há referência de locais reais, detalhes da paisagem, bairros, etc,. Não achei crível. Se eu não tivesse visto o nome da série e alguém chegasse e me falasse que se passa em outra cidade, não faria diferença pra mim. Sei que muita gente critica autores que nunca foram num lugar e escrevem sobre ele (realmente não sei se esse é o caso da autora), mas não vejo problema nisso, desde que haja muita pesquisa. A tia Erika por exemplo, descreveu Seattle e Portland usando o Street View.
Enfim...
Se recomendo?
Nop! Principalmente se como eu, você tem quase 300 livros na lista aguardando a vez. Pula pro próximo!
#TimeIsPrecious. #WasteItWisely.
Bora aparar o coração peludo e seguir pro próximo antes que minhas férias acabem.