Carla Jeanine 15/03/2017Achei fraco!Perry Palomino sempre teve a auto estima extremamente baixa, teve uma adolescência solitária e estranha, a verdade é que sempre houve algo incomum com a garota. Agora ela é uma jovem mulher extremamente decepcionada com sua vida, ela se formou em publicidade, mas na empresa que trabalha parece nunca conseguir uma oportunidade, portanto é apenas uma frustrante e comum recepcionista. Ela se entristece ainda mais com seus pais que não a apoiam em nada, a não ser em perder peso e não perder o emprego, e o ciúmes ainda ganha lugar quando sua irmã mais nova passa a lucrar com seu blog de moda, o que aos olhos de Perry é uma coisa idiota e inútil.
"A única coisa mais assustadora que lidar com os mortos é lidar com nós mesmos."
Perry sempre acreditou que ela tinha algo de muito importante e especial para fazer na vida, ela só ainda não havia descoberto do que se tratava, mas indo passar o final de semana com seus pais na casa de um tio, ela percebe que alguma coisa está prestes a mudar. O farol abandonado na propriedade do tio sempre foi um mistério para todos, pois pelo que se sabe, ele nunca sequer funcionou desde sua construção. Numa onda de coragem e cansada de sua vida medíocre, Perry resolve explorá-lo sozinha e tudo começa a ficar extremamente macabro dentro do lugar quando ela se dá conta que é o mesmo lugar que tem povoado seus pesadelos nos últimos dias. Com a atmosfera pesada, portas batendo, uivos do vento, e vultos que se mexem nas sombras das paredes, ela descobre que o lugar é realmente assombrado, e uma estranha presença parece conhecê-la muito bem.
Para começar, o livro é narrado em primeira pessoa, mas a Perry me irritou profundamente. Ela é bem engraçada em alguns momentos, super irônica em outras, e as descrições da autora são excelentes, principalmente quando se refere a ambientação e aos sentimentos da personagem nos momentos de maior suspense, mas a Perry é aquele tipo de mocinha auto depreciativa e que pensa o pior de si, e essa é uma característica que eu costumo detestar em protagonistas, as ações dela não condizem com a idade da personagem, e sim com as atitudes de uma menina rejeitada de 17 anos. No livro temos o encontro de Perry com Dex, um produtor que por acaso também estava investigando o famoso farol abandonado. A princípio ficamos confusos em relação a Dex, não sabemos afirmar se ele é realmente uma pessoa, ou se ele se trata de alguém que estava apenas na imaginação de Perry pelo momento de susto e estresse. Mas conforme a história se desenvolve, observamos que Dex também não é tudo o que aparenta e que ele também possui alguma coisa de incomum, e é por isso que ele e Perry se identificam tanto.
Gostei muito da escrita da Karine, mas achei que muitas lacunas ficaram vazias, e espero que sejam preenchidas nos próximos volumes da série. Em algumas cenas, como estamos vendo tudo através da narração de Perry, ficamos bastante perdidos e sem compreender se o que está se passando é realmente real ou é tudo imaginação da garota, e vou te dizer que isso criou um suspense incrível e deu um medinho sinistro em algumas partes. A leitura é interessante, mas como eu disse se torna cansativa porque fiquei sem paciência com a personagem. Do meio em diante, quando as coisas parecem funcionar, a atitude de Perry também muda um pouco, então espero que essa mudança gradual alcance os próximos volumes.
Acredito que os amantes do terror não vão cair de amores pelo livro, algumas cenas de suspense realmente elevam a adrenalina e te deixam curioso para mudar de página, mas não dá para sentir tanto medo assim, entretanto o desfecho nos deixa um gostinho, e uma afirmação de que o próximo livro será mais sinistro que o primeiro.