Faro 13/12/2021
É um livro bom, que lida com temas importantes, mas sobre o qual tenho críticas importantes.
A proposta do livro parece ser uma caracterização geral da religiosidade afro-brasileira hoje e no passado. O livro não é extenso e aplaudo isso e, além disso, o faz principalmente evitando a comum repetitividade dos livros acadêmicos, o que aplaudo de pé. Nesse sentido, acho que cumpre de forma razoavelmente satisfatória essa proposta, aborda a diversidade da religiosidade afro no Brasil, em vez de ficar na caracterização superficial centrada na nossa visão contemporânea e urbana de Candomblé e Umbanda. O livro apresenta o movimento de buscar a "pureza" africana ou nagô e mostra também as críticas feitas a esse movimento, de modo que dá informações ao leitor para tomar sua posição. Demonstra a origem da Umbanda de forma boa, com apego às fontes históricas. O autor consegue construir uma narrativa histórica que busca a verdade, não uma história romântica, o que é condição necessária para qualquer trabalho histórico de valor.