spoiler visualizarnanda :) 19/12/2023
Quero Ser Vintage: definição de livro conforto <3
“Achei que Oliver estava tentando dar duro antes, mas agora percebo que é o oposto - ele não tenta, ele apenas é, decide uma coisa e não confere se isso vai funcionar para sua imagem ou se ele vai ser visto de forma errada. Já que o resto de nós é tão autoconsciente, sua presença parece calculada. ninguém pode ser tão possivelmente alegre, dizer o que pensa, sentir o que sente. Posso entender porque as pessoas não gostam dele por essa mesma razão. É bem mais fácil chamá-lo de falso. Porque, se ele é verdadeiro, então isso torna o resto de nós impostores.”
Encontrei esse livro a muito tempo no sebo da minha cidade e, mesmo tendo essa capa tenebrosa, resolvi pegá-lo, já que a sinopse me interessou.
E, sendo bem honesta, eu sou obcecada por essa história. Eu adoro ela, em todos os seus sentidos, em todas os seus aspectos, em tudo, tudo mesmo. Essa história é a minha definição de conforto, e, de uns dois anos para cá, me disponho a ler anualmente esse livro.
A história em si é simples, mas é feita de forma maravilhosa. Os dramas da narrativa são bobos, mas a autora coloca você dentro da mente da Mallory de uma forma que todos eles parecem os mais plausíveis possíveis. Dessa forma, o livro é como um rom-com dos anos 2000 em forma de livro, e é uma graça.
Mas acho que o que mais me atrai na narrativa é que a autora poderia ter mantido tudo na história de forma básica, já que não se espera do título algo revolucionário; mesmo assim, essa história é recheada de personagens únicos e interessantes. Até na formação da cidade tem dedicação! Dá para perceber que a autora tem carinho pela narrativa.
Isso fica óbvio quando vemos a Mallory. Ela é uma das melhores protagonistas que tem, sendo uma adolescente viva, que não se encaixa em nenhuma caixinha específica de protagonista. É uma graça acompanhá-la, e me sinto uma amiga íntima enquanto leio a história. Seus aspectos são todos muito interessantes e bem desenvolvidos, e, em especial, sua mania de listas é simplesmente uma graça.
E ver que o Oliver também a enxerga dessa forma faz com que o romance entre eles seja ainda melhor! A relação entre eles é muito bem desenvolvida, slow burn na medida certa, e o fato que ambos são personagens desenvolvidos e cativantes ajuda muito para o leitor torcer por eles. Eu gosto demais da relação dos dois, e a cena onde eles conversam a noite toda pelo telefone é a definição de romance para mim!
Além disso, me deixa muito feliz como, mesmo a história sendo sobre a Mallory, a autora é capaz de mostrar que o mundo ainda segue em frente. Os outros personagens, como a mãe e a avó, ainda tem seus problemas e situações a lidar, e isso contribui para a sensação que é mais que uma história.
Assim, acho que esse foi um dos primeiros livros que li em que o desenvolvimento de personagem é o foco central, e por isso ele tem um lugar tão especial em meu coração.
A escrita também, apesar de não ser floreada, é muito gostosa de ler, e a leitura é muito fluída. Como é escrito em primeira pessoa, a autora soube muito bem definir a voz da Mallory durante a história, e, de novo, é como conversar com uma amiga.
Em resumo, eu adoro essa história. Sei que ela é simples e completamente anos 2000, mas eu tenho um carinho imenso por esse livro, e toda vez que leio, esse carinho só aumenta. É um livro leve, gostoso, e, para mim, simplesmente perfeito.