theus33 13/06/2023
? ? aquele com a Marília bela;;
Li Marília de Dirceu por estar na lista de livros obrigatórios da Fuvest 2024. Peguei ele como terceiro livro por acreditar, com base nos meus estudos de arcadismo, que as liras seriam fáceis de serem interpretadas, e de fato foram. Entretanto, a obra acaba sendo um porre.
Marília de Dirceu consiste num anexo de grande parte da produção literária de Tomás Antônio Gonzaga, burguês que ocupou altos cargos em Minas Gerais, na Capitania da Bahia e também atuou como juiz d'Alfandeha na colônia de Moçambique, após exílio. Preso por ser simpatizante da Inconfidência Mineira, movimento de emancipação, seus escritos costumam ser divididos em duas partes: antes e depois de seu cárcere.
A maioria de sua poesia, nos dois períodos é dedicada a Marília, até então sua noiva. Sendo assim, a presença da adoração ao campo, figuras míticas clássicas e adoração ao feminino, constituem não só um dos principais exemplos da literatura arcade, mas também do pré-romantismo.
Dada a premissa, é de se esperar uma obra interessante. E de fato, os poemas são bem construídos e muito bonitos, mas há de se levar em consideração que Marília de Dirceu constitui a obra de uma vida inteira de uma pessoa, com grande partes de seus poemas dedicados a seu amor. Logo, em poucas páginas, a obra consegue ficar repetitiva e sem cor. Os poemas da segunda parte, com a vontade ávida de Gonzaga de provar sua inocência e críticas ao regime da época, conseguem trazer algum entretenimento, mas este logo se esvai.
Confesso que esse livro vai ficar parado na minha estante para sempre, e se não fosse a Fuvest talvez não chegaria nem perto dele.