Tamirez | @resenhandosonhos 23/08/2018Spider BonesEu sou super fã da série de TV Bones e fiquei empolgada por conhecer esse livro ao saber que a obra de Kathy Reichs havia inspirado o seriado. A autora é uma antropóloga florense e uma fonte inesgotável de informações tanto para os livros quanto para o programa, onde auxilia na produção. Mas, não se engane, a Temperance Brennan dos livros é bem diferente da da série.
Primeiro que estamos no Canadá e não nos Estado Unidos, como em “Bones”. Na série, a personalidade da protagonista também é super diferente. Essa Temperance é direta, mas não é tão alheia aos sentimentos quanto a que conhecemos no programa de TV. Spider Bones não é o primeiro livro e sim o 13º, porém, como são história independentes, é possível ler ele sem ter conhecimento dos outros, assim como a maioria dos episódios da série.
Para que o leitor não se perca com os detalhes de background da história, a autora insere as explicações sobre a vida da protagonista e sua relação com os outros personagens, contextualizando a história pessoal que não acompanhamos nos outros livros e que faria falta aqui se não estivesse presente. Essa Temperance já foi casada, tem uma filha adulta, um gato e um pássaro. Também já teve um caso com o tira do departamento de Homicídios com quem ela contracena, mas eles terminaram quando ele resolveu reatar um relacionamento passado.
Ryan seria o equivalente a Seeley Booth do seriado, mas com bem menos carisma. Ele tem bem pouco destaque no livro e não é cativante. Mesmo sabendo que eles não tem mais um relacionamento e que ela permanece atraída por ele, recebemos a informação de que eles terminaram o que tiveram por escolha dele, mas o mesmo voltou a dar em cima de Temperance, passando o livro todo dando sugestões sobre se envolverem de novo, e eu simplesmente não consegui simpatizar com o personagem.
Já o contato dela no Hawaii é super cativante, porém já sabemos que ele é casado e que nada vai rolar entre eles, apesar de ser possível perceber que há uma história ali. E outra coisa que se apresenta diferente são as características físicas dos personagens, portanto é praticamente uma “Bones” alternativa, para quem é fã da série e já tem outros dados mentalizados. Porém, tudo isso é só o background da história e a verdadeira ação está em descobrir quem são os donos dos corpos confundidos.
Esse é um livro de investigação com muita tecnicalidade. É preciso gostar de acompanhar esse tipo de narrativa, onde vamos recebendo informações fracionadas de dados científicos que comprovam ou não algo, e que isso acaba por gerar outra descoberta. Por vários momentos achamos que matamos a charada, mas alguma peça muda de lugar e o final provavelmente não será nenhuma das opções que o leitor pensou no começo do livro.
Apesar das informações técnicas, a escrita da autora é super fluída e fácil de ler e eu gostei bem mais do livro do que estava esperando. Fazia tempos que eu não lia algo nesse estilo investigativo e retomar esse ar da mistério de forma leve me deixou com vontade de encarar outras coisas, apesar de não ser um gênero que eu me interesse por ler constantemente.
Acho que para os fãs de Agatha Christie, Harlan Coben ou até mesmo Dan Brown, que gostam de desvendar mistérios, Spider Bones pode ser uma boa pedida. O nome do livro faz sentido para mais o final e já aviso que a capa é bem mais sinistra que a história em si, portanto os mais receosos podem encarar tranquilamente. E, é claro, é um prato cheio para os fãs da série!
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