steph (@devaneiosdepapel) 21/09/2015The Girl on the Train - Paula HawkinsThe Girl on the Train foi vendido desde o começo como "o novo Garota Exemplar". E como adorei tanto o livro quanto o filme, a minha curiosidade ficou muito atiçada para ler o quanto antes.
A protagonista de The Girl on the Train é Rachel, uma alcoólatra no começo dos 30 anos que acabou de passar por um divórcio e ainda não o superou, mesmo dois anos depois. Rachel é uma personagem bem estruturada, mas com uma característica até então inédita pra mim: ela não foi feita para ser amada pelo leitor. É praticamente impossível sentir empatia por uma pessoa que está no fundo do poço e não faz nada pra sair daquilo. A gente fica com raiva e pena dela, porque é um erro atrás do outro! Só de lembrar já to ficando irritada, haha
O livro conta sua história utilizando do ponto de vista de três mulheres. No começo a gente não entende muito bem o porquê destas narradoras serem importantes, mas logo tudo se encaixa e enxergamos que as três estão interligadas.
Acompanhamos a vida monótona de Rachel, pegando seu trem das 8:04 toda manhã, observando a paisagem de Londres e voltando pra casa ao fim do dia. O início do livro, apesar de um pouco lento, desperta bastante nossa curiosidade, pois sabemos que a história é um thriller e algo está para acontecer em breve. E quando este "algo" acontece, somos levados a um drama policial, que envolve crimes, investigações, testemunhas e tudo o mais. A partir daí nossa cabeça começa a maquinar todos os tipos de teorias, tentando de alguma forma achar um relação entre os acontecimentos e a vida de determinados personagens.
Vou dizer logo: não compre/baixe este livro pensando que tem alguma semelhança com Garota Exemplar. O que Paula Hawkins fez não chega nem aos pés da obra de Gillian Flynn, tanto em relação aos personagens quanto ao enredo em si. O único ponto parecido é que algumas partes da narrativa estão no passado e outras no presente, mas fora isso, as personagens femininas não tem nada a ver com a (maravilhosa, diva suprema) Amy Dunne.
Agora vamos falar sobre a "revelação" final. Confesso pra vocês que eu não sou dessas de ficar maquinando loucamente o desfecho de um mistério, geralmente só quero chegar no fim logo pra matar a curiosidade. Mas foi impossível não desvendar o que realmente havia acontecido, descobri bem antes do final e fiquei impaciente porque a autora continuava a dar pistas falsas. Revirei os olhos inúmeras vezes como quem diz "miga, já saquei, para de enrolar que ta feio".
Outro ponto não tão legal foi que achei um pouco desnecessária a presença da narração do ponto de vista da Anna. A autora conseguiu diferenciar bem as vozes das outras duas narradoras, mas no momento em que começa o primeiro capítulo da Anna, fica nítido que a personagem é rasa e superficial, além de genérica.
Não foi uma experiência marcante, porém, acho que vale sim a pena ler The Girl on the Train, porque até a parte investigativa, a atmosfera é de puro suspense. Quando vamos nos aproximando do final é que tudo fica meio melodramático, meio novelinha, além de ter esta questão de ser meio fácil desvendar o mistério.
Então fica a recomendação. Não vá esperando encontrar um livro sensacional com uma reviravolta espetacular. É uma leitura boa, mas que não tem nada de extraordinário.
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