Resenhas - To The Lighthouse

Clio0 08/07/2022

Virginia Woolf é uma das maiores escritoras inglesas do século XX e não é á toa.

Em To The Lighthouse (Rumo ao Farol em português), acompanhamos a evolução de uma família em férias às vésperas da Primeira Guerra Mundial - é realmente interessante notar os paralelos que a autora faz entre as alianças e desavenças entre os membros familiares com o conflito citado, embora talvez seja preciso um certo conhecimento de História para isso.

Uma das grandes marcas da autora é seu estilo específico de escrita em que metáforas são construídas para descreverem ações e noções abstratas.

Isso pode parecer um pouco raso para leitores tupiniquins, mas na língua Inglesa existem os tão chamados "blocos de palavras" o que basicamente quer dizer que certos adjetivos sempre são usados com determinadas palavras, ou seja, descrições novas são raras e quando aparecem, precisam ser realmente interessantes e precisas. Esse é um dos grandes trunfos de Woolf; minha favorita é uma das mais populares do livro: a drop of ink diffusing in a beaker of water (algo como "uma gota de tinta preta se dissolvendo em um béquer de água).

A história é intimista com viés filosófico a la Clarice Lispector, porém menos curioso e mais depressivo. Pode facilmente desagradar aqueles que não gostam desse estilo narrativo.

Recomendo.

Rahul0 15/11/2023

Os Mortos são a Neblina do Mar
A história se mostra comovente e cheia de vida na trajetória até o farol , mas isso se esvai com a chegada lá. O que antes era tão belo com uma ternura filosófica , é devastado com o passar do tempo e a morte dos personagens. Assim , aqueles que restaram nessa vida dolorosa concluem a jornada deixada pelo tempo , embora estejam demotivados e inseridos n'uma saudade alucinógena.

Eliza.Beth 04/12/2021

Não senti nada?
Começo dizendo que ao ler o texto é perceptível que se trata de um bom livro.

Ele só não me tocou. E eu diria que tocar ou não o leitor é o grande feito desse livro, pois não acontece quase nada.
É bem subjetivo. Se você encontrar algum tipo de identificação com algum personagem e seus dilemas pessoais, você tem tudo para amar esse livro.
Caso contrário (como eu), se não conseguir essa identificação, você vai passar batido pelo texto. E o texto será só linhas, páginas, capítulos que simplesmente não conversam com você.

No começo, é interessante tentar entender, buscar os detalhes, depois fica cansativo tentar sem receber nada em troca.
Da metade em diante, se tornou uma leitura tediosa para mim.

Não sei se lerei outras obras da autora.
Sinto que não é meu estilo, e quero viver outras histórias, aquelas que fazem meu coração acelerar e me tiram o sono.

carolina macedo 22/04/2021

finalizei a minha releitura e estou novamente encantada com a riqueza desse livro! para minha surpresa, foi bem mais fácil entender e aproveitar a obra lendo no idioma original do que traduzido. o foco do livro não está nos acontecimentos, mas sim nos pensamentos e sentimentos dos personagens. ao final, fica bem claro a complexidade e dualidade de todos eles. favoritado mais uma vez!

@livrosdelei 14/08/2022

Virgínia e o mundo dos pensamentos
Ler Virgínia é sempre um desafio para mim e para muitas das pessoas que me acompanham. Geralmente preciso tentar umas duas vezes antes de conseguir mergulhar nas profundezas que Virgínia propõe em suas obras.

Esse mergulho aconteceu de forma intensa durante a leitura de ?Ao farol?, que me apresentou diversos desafios. Aliás, a leitura conseguiu fluir para mim na terceira tentativa e também com a ajuda de um audiobook (narrado pela Nicole Kidman, que faz um sotaque britânico horroroso, mas interpreta bem).

O livro conta sobre as 2 visitas que a família Ramsay faz à Escócia, a primeira em 1910 e a segunda em 1920. Os personagens centrais e a narrativa vai navegando entre os pensamentos e percepções de cada membro da família e de seus conhecidos. Assim, Woolf conseguiu explorar as complexidades e ambiguidades do pensamento de cada membro da família ? além de nos mostrar as percepções muito individuais que cada um tem do outro.

Grande parte da genialidade do livro, na minha opinião, é a forma em que ele é escrito ? porque não existem diálogos ?tradicionais? como vemos nos livros em geral. Todos os acontecimentos ocorrem dentro da mente dos personagens (em conformidade com o movimento modernista que Virgínia fez parte). O livro é curtinho, mas exige bastante tempo para ler e entender (vale várias releituras, por sinal).

A verdadeira aventura da obra ocorre na complexidade dos pensamentos de seus personagens. Aliás, os eventos importantes e dramáticos do livro acontecem de maneira leve.

A obra é genial e trata sobre diversos assuntos, sendo os principais (para mim) a (i) complexidade da afetividade entre as pessoas; (ii) posição da mulher na sociedade/família; e a (iii) indiferença na qual o tempo passa com relação aos acontecimentos da vida.

Eu super recomendo esse carrossel de personagens e pensamentos que é ?Ao Farol?. É uma obra complexa, mas igualmente linda e cheio de significados. Vale ser lida diversas vezes.

Rafaela 20/09/2020

"His own little light would shine, not very brightly, for a year or two, and would then be merged in some bigger light, and that in a bigger still."

"They became part of that unreal but penetrating and exciting universe which is the world seen through the eyes of love." (P. 39)

Fabio.Noret 22/05/2022

Creio que o livro, para mim, começou um tanto quanto ?perdido?, porém, foi quando me perdi na leitura que me encontrei nela também. Precisei de arcabouço teórico-crítico para entender a obra de forma mais integral. Minha única questão foi com o fato de a autora escrever períodos longuíssimos, o que tornou a leitura mais demorada. Entretanto, 5 estrelas sem pestanejar. Livro incrível.

@lucassntn 03/06/2018

Simples e complexo
Virginia Woolf é expert em pegar um enredo super simples e transformá-lo numa história épica. Nesse livro não é diferente, uma simples ida a um farol é destrinchada por sua escrita detalhista cheia de floreios, repetições e um incrível fluxo de consciência. Tão intimista é o desenvolvimento dos personagens e da história, com uma narração tão bem escrita e detalhada, que por vezes se esquece se ela é em primeira ou terceira pessoa. Incrível!

Marina. 06/07/2022

saboroso
simplesmente tudo oq a virgínia woolf tem de mais dourado para oferecer
me senti naquela cena de ratatouille onde o remi come o queijo com morango, uma explosão de sabores

danriien 29/01/2024

No início foi uma leitura difícil, ainda mais pq foi o primeiro livro que li em inglês no original, mas com o passar das páginas, foi ficando mais envolvente. de fato, não há nada de mais no enredo da história. porém, a maneira como vamos entrando na cabeça de cada personagem e como vamos descobrindo eles por eles mesmos, é muito sublime.
imagino que não vá agradar a todo mundo, mas vale a experiência!!
a segunda parte do livro é uma das mais interessantes. me peguei emocionado com ela.

fatimaria 19/02/2024

She would move the tree rather more to the middle
Acho que nunca li um livro que captura tão bem o que é ser humano e existir nesse mundo em uma janela de tempo específica. todos os personagens parecem pessoas de verdade com emoções conflitantes negativas positivas neutras dificuldades para se expressar e facilidades para se chatear. foi impossível para mim não gostar de todos eles, não sentir tudo junto com eles.

e a escrita da virginia woolf é simplesmente monstruosa, assustadora. as teias de relacionamentos conversas e divagações que ela constroi são tão complexas e profundas e ao mesmo tempo tão diretas e simples que as vezes você se perde onde nem deveria se perder. ela sai da cabeça de um personagem e vai para outro com uma facilidade tão grande que você só percebe a transição quando ela já aconteceu a um parágrafo atrás.

e a frase título dessa resenha será algo que eu de verdade vou levar para minha vida toda, algo que ressoou muito comigo de maneiras que não consigo nem explicar.

Tata 12/12/2009

De Virgínia Woolf
Livro muito detalhista e com muitas imagens!!
Tem que ter paciencia mas é muito bom

Isadora1250 01/10/2022

simply quotes.
"For now she need not think of anybody. She could be herself, by herself. And that was what now she often felt the need of - to think; well not even to think. To be silent; to be alone. All the being and the doing, expansive, glittering, vocal, evaporated; and one shrunk, with a sense of solemnity, to being oneself, a wedge-shaped core of darkness, something invisible to others... and this self having shed its attachments was free for the strangest adventures."

"And all the lives we ever lived and all the lives to be are full of trees and changing leaves."

"And if one can neither think nor feel, she thought, where is one?"