Rayyjacts 03/10/2024
"Queres matar-me? Ah! Para que bodas, pai, convidas-me?"
Novamente, volto à elogiar Eurípides. Provavelmente, o meu único arrependimento sobre "Ifigênia em Áulis" é não ter feito como sugerido na introdução do livro, e separado para leitura em sequência a "Ifigênia em Áulis", o "Agammênon" de Ésquilo e a "Electra" de Sófocles.
A "Ifigênia em Áulis" é, junto de "As Troianas", o meu pedaço preferido do teatro grego e, com certeza, um dos melhores trabalhos de Eurípides. Ifigênia em Áulis, como os outros dramas gregos, não é uma história comprida... Mas, diferente de "Hécuba" (também de Eurípides), por exemplo, não tem problemas com ritmo. A narrativa é precisa no que está contando, e não se embola com os próprios acontecimentos.
A participação de personagens à que não sou tão afeiçoado, como Agammênon e Aquiles, aqui, são extremamente cativantes. Principalmente, no que diz respeito ao atrida.
E particularmente, não me senti decepcionado com a representação de personagens, que já gosto, como Agammênon ou Clitemnestra.
Ao longo da leitura, consegui sentir bem tudo o que circundava o sacrifício de Ifigênia, o que ele significava e como impactava os personagens, e em vários momentos o texto veio à me comover com os seus diálogos, que considero o ponto forte de Eurípides como dramaturgo e escritor. Não é a primeira vez que isto acontece quando leio uma obra dele.