alex 11/01/2022
Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift (1726)
Trata-se do relato de 4 viagens feitas pelo narrador:
1) a uma terra de humanos minúsculos,
2) a um país de humanos gigantes,
3) a uma região com uma espécie de nave espacial (em 1726!!) onde vivia a corte, e
4) uma última na qual os seres racionais são cavalos (e os humanos são seres irracionais e selvagens).
A única visão que temos é aquela apresentada pelo próprio narrador. Por isso, apenas nas últimas páginas é levantada a possibilidade de todas as histórias serem resultado de uma eventual loucura dele.
Em todas as histórias o narrador sempre se posiciona bem nas sociedades em que chega, quase sempre mantendo relações com os reis e a corte. O aprendizado das novas línguas ocorre muito rápido (no máximo em 5 meses o cidadão já está mantendo longas conversações com essa gente importante).
Não deixa de ter uma visão bastante eurocentrada sobre o que é civilização (em contrapartida aos demais povos), mas a novidade é o tom cínico e crítico em relação aos diversos aspectos dessa sociedade: os reis, a corte, os advogados e juízes, a corrupção, as guerras por motivos fúteis, etc.
Ps.: o prefácio do Rui Barbosa, de 1888, é o ponto mais baixo dessa edição. Logo no início, muito longo e grotescamente subalterno e acrítico.