Alex 03/08/2017
O TEMPO NÃO COMPROVOU A TEORIA
Uma obra que traz, além dos princípios do comunismo, diversas cartas escritas por Friedrich Engels, esclarecendo a intenção e lógica que buscavam aqueles que viam o crescimento das riquezas nas mãos de alguns poucos, ao passo que a maioria da sociedade ia se diluindo num antro de miséria. Nem mesmo os escravos, na visão de Engels, sofreriam tanto quanto o proletariado, que se via diante de uma disputa direta com seus pares para poder subsistir.
Quando nos deparamos com escritos como este, produzidos há 150 anos, precisamos seguir a velha máxima que o sociólogo Max Weber sintetizou: "é preciso enxergar o passado com os olhos do passado". No momento em que a revolução industrial tomava forma na Inglaterra, a tomada dos meios de produção por aqueles que detinham o capital era uma ameaça real à sociedade. Negar isto seria tanto hipócrita quanto inocente. E, em busca de uma revolução na sociedade que pudesse evitar que no longo prazo o capitalismo destruísse a própria humanidade do proletariado, Engels (e Marx) produziram sua filosofia utópica, uma ideia linda, mas que se mostrou, ao longo dos séculos, impraticável.
Hoje podemos perceber que o capitalismo não proibiu nenhum ocupante da base da cadeia de subir na vida com o fruto do próprio trabalho. Nascer pobre não condena ninguém a morrer pobre, embora os entusiastas desta ideologia falha ainda queiram assim acreditar.
O grande erro de Engels (e de todos os envolvidos com a divulgação da luta de classes em prol de uma sociedade menos capitalista e mais igualitária) foi acreditar que uma mudança política resultaria na mudança individual das pessoas.
O regime político pode mudar infinitas vezes mas, organicamente, as pessoas participantes da sociedade são, por natureza, como são: egoístas e egocêntricas.
Fôssemos nós solidários, cooperativos e honestos, talvez o regime comunista chegasse a ser aquilo que seus idealizadores sonharam. Por enquanto, que o mercado se autorregule e que todos tenham a liberdade de ser e buscar o que quiserem.