Ana Júlia Coelho 29/10/202412 experiências pelo mundo, escritas por 12 mulheres diferentes, em formato de carta. O livro, por si só, já é uma experiência. Foi uma delícia pegar cada envelope, explorar cada ilustração e mergulhar em cada história narrada ao longo de poucas páginas. São histórias que variam de 6 a 10 páginas cada, e no final tem uma breve biografia sobre a autora de cada uma.
As cartas relatam desde experiências em lugares marcados por conflitos armados até férias em família. Algumas mais intensas, outras tão sutis que passam despercebidas. Mas todas com um ponto em comum: as viajantes queriam ter ficado mais tempo em cada lugar que visitaram.
Três histórias me marcaram, e uma me despertou um ranço inenarrável. A visita de Cecília Araújo a Israel e Cisjordânia traz um relato da miséria que os palestinos enfrentam pelos constantes conflitos da região. Me marcou muito a resposta de uma entrevistada jovem que afirmou que crianças palestinas são infelizes.
Clara Vanali me levou para passear, com ela e sua família, em Roma, e foi muito gostoso acompanhá-los visitando pontos turísticos que já vi pessoalmente (deu até vontade de viajar de novo, mas já passou).
Florencia Escudero, em Yangshuo, me fez pesquisar no google sobre a pesca na região. Ela contou ter se deparado, pela primeira vez, com homens pescando com o auxílio de biguás. Achei interessante, mas um pouco violento com as aves, que têm seus pescoços amarrados para impedir que engulam o peixe.
Já Ligia, em Berlim, me fez querer rasgar a carta de tanto ranço que senti. A gata vai pra um país diferente, sem nenhum dinheiro no bolso, e quer ganhar a vida tocando e cantando no metrô durante as viagens. Detalhe: É PROIBIDA ESSA PRÁTICA. Além de não respeitar as leis locais, ainda incomoda quem quer fazer seu trajeto em paz.
Mesmo assim, foi muito interessante acompanhar os relatos nesses formatos, mesmo que, apesar de se apresentarem como cartas, não terem a informalidade delas e a conversa com o destinatário.
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