Gabriela Cravo e Canela

Gabriela Cravo e Canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


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Aline Lima 09/06/2023

Que livro, minha gente!
Como desenhar uma obra de Jorge amado, né? O autor é incrível, sem dúvidas. Nesta obra, especificamente, ele fez um retrato da sociedade de ilhéus da época retratada de forma tão peculiar, que, na verdade, é uma representação perfeita da sociedade brasileira adaptada à realidade nordestina. E a crítica feita a determinados costumes e mentalidade aparece de forma sútil, mas bem clara, o que dá um sabor especial às narrativas.

E a estrela da obra, claro, é Gabriela. Uma menina-mulher independente, que emana luz, distribui sorrisos e vive de forma leve. Não é limitada por preconceitos ou pelo sistema, pois tem uma essência livre. São essas características que fazem dela uma personagem amada e respeitada pelos outros, capaz de se movimentar e influenciar os diversos círculos da sociedade de Ilhéus.

Fazia muito tempo que não pegava um livro de literatura clássica, e voltar a fazer isso com Gabriela foi simplesmente perfeito.
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Natali Pacheco 05/06/2023

?O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, isso basta.?
Que livro maravilhoso! Sinto não ter lido antes, demorei demais pra começar a ler Jorge Amado. Me apeguei demais aos personagens e a todo o enredo da história. Sinto que queria mais, queria Gabriela, cravo e canela volume 2. ?
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gonzalez2799 04/06/2023

Bom, mas não lerei de novo.
O livro é bom, bem no estilo de Jorge Amado. A descrição do livro realmente nos leva pro nordeste, num quente úmido bem específico do Brasil.

Apesar do livro abrir muitas portas e não dar respostas convincentes pra todas, e ainda deixar algumas abertas, é uma história divertida.

Algumas reflexões sobre o papel da mulher e a vida privada versus vida pública são bem interessantes, mas um pouco abaixo do nível de outras história do autor.

Vale a pena, mas não tenha pressa.
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Sena 20/05/2023

Essa releitura foi maravilhosa! Jorge Amado nos prende de uma forma magistral. Com o subtítulo: Crônicas de uma cidade do interior, o romance de Gabriela e seu Nacib é um pano de fundo para os vários enredos e subenredos sobre Ilhéus de 1925.
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Thiago275 12/05/2023

Incrível
Publicado pela primeira vez em 1958, Gabriela, Cravo e Canela marca um ponto de virada na escrita de Jorge Amado, em que ele se afasta da literatura mais política e engajada e começa a escrever crônicas de costumes, somando sensualidade e humor à nunca abandonada crítica social.

A história de Gabriela se passa na Ilhéus dos anos 1920, que começa a enriquecer com o cultivo do cacau. No entanto, nessa Ilhéus cheia de dinheiro, o progresso econômico não carrega consigo o progresso social: a honra do marido traído (principalmente se for um coronel) deve ser lavada com sangue.

O livro conta a história de amor de Gabriela, uma moça recém-chegada do sertão da Bahia, e Nacib, um "brasileiro das arábias", descendente de sírios e dono do bar Vesúvio. Um dos personagens masculinos mais interessantes já criados por Jorge Amado.

Vários temas aparecem aqui, no entanto, além do romance (cheio de idas e vindas) entre os dois: disputas políticas, fofocas locais, o modo como os fazendeiros dominavam a região à base de trabalho semi-escravo, tudo contado na prosa deliciosa que só Jorge Amado tem.

Uma das coisas que me chamaram a atenção é que Gabriela, apesar da sua enorme fama na literatura e na cultura brasileira, aparece relativamente pouco no livro, em especial se a compararmos com outras protagonistas igualmente famosas, como Tieta, Tereza Batista e Dona Flor. Mas isso talvez se explique pelo fato de que, como já dito, esse é o livro que inaugura uma nova fase do autor.

Digno de nota é que, ao lado de Gabriela, Jorge Amado cria figuras femininas que, mesmo sem ter a mesma importância na trama, possuem histórias igualmente interessantes: Ofenísia e seu langor; Malvina e seu segredo; Glória e sua solidão. Os capítulos levam, inclusive, o nome dessas mulheres.

Gabriela, com seu cheiro de cravo e sua cor de canela, personifica as mudanças pelas quais passavam o Brasil e a Ilhéus da época. Com seu jeito matreiro, ela consegue romper a cruel lei da honra lavada com sangue. Uma personagem inesquecível, e um livro que vale a pena ler.
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Lice 09/05/2023

O camarada fez coisas aqui...
O livro é bom, mas eu tive dificuldades para alinhar a escrita e o significado das palavras. Vencendo a dificuldade da língua fui capaz de apreciar uma linda história de amor.
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Fabiana 07/05/2023

Clássico atemporal
Aqui Jorge Amado conta a história de Ilhéus, a terra do cacau, dos coronéis, da lei dos jagunços, do sangue que lava a honra do homem, da politicagem.
E tudo isso tem como fio condutor a chegada da retirante Gabriela na conservadora cidadezinha.
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juhreoli 06/05/2023

Sempre Gabriela...
Gabriela é inexplicável, uma beleza extraordinária que encanta a todos por onde passam. Igual a esse livro.

Ilhéus é típica daquelas cidades do nordeste litorâneas, com seus costumes/crenças e cheio de fofocas ( o livro tá recheado delas ) você fica tão absorvido pelas descrições, que é como se você estivesse realmente lá ouvindo os boatos enquanto come um petisco no bar de seu Nacib.

Amo o jeito que Jorge Amado escreve e as sensações que ele nos transmite através do papel.
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ted_luar 30/04/2023

Primeira vez lendo Jorge Amado, talvez daqui uns dias eu leia capitães de areia, mas se tratando de Gabriela eu, sinceramente, preferi a novela com a Juliana Paz
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Gabriela 30/04/2023

Ilhéus em movimento
?Gabriela, cravo e canela? é muito conhecido pelo romance de Nacib e Gabriela. Entretanto, essa é só uma das faces dessa grande obra, cujo subtítulo ?Crônica de uma cidade de interior? já mostra ao leitor atento que um mero romance não será o único tema.

Um dos livros mais famosos de Jorge Amado, ?Gabriela? é ambientado em Ilhéus, no ano de 1925, e se inicia com dois fatos interessantes. Primeiro, o assassinato brutal de Sinhazinha e dr. Osmundo pelo marido dela, o coronel do cacau Jesuíno Mendonça. Segundo, pela extrema dificuldade dos navios de aportarem em Ilhéus, devido à geografia da barra. Esses dois acontecimentos, aparentemente desconexos, são determinantes para toda a história.

Aqui, a própria cidade de Ilhéus aparece como se fosse um personagem. Cada descrição da cidade é minuciosa, cheia de vida, fazendo com que nos sintamos dentro do livro. Além de sua estrutura física (como a situação da barra), seus costumes também são dissecados e expostos ao leitor (como o assassinato de Sinhazinha e Osmundo).

?Gabriela? é sobre o conflito entre o atraso e o progresso. O atraso de uma cidade em que honra de marido traído só se lava com sangue versus o progresso de uma cidade que precisa de um porto independente. O primeiro aspecto está intimamente ligado ao segundo, pois diversas vezes o narrador onisciente nos suscita o seguinte fato: é uma cidade com ares de progresso, modernizando o comércio local, protagonizando as disputas políticas entre o ancião coronel Ramiro Bastos e o jovem metropolitano Mundinho Falcão; mas uma cidade em que as traições dos maridos ainda são vistas como normais, uma cidade em que esses mesmos maridos adúlteros, quando traídos, matam suas esposas e os respectivos amantes ? tanto que, quando o coronel Jesuíno comete seu crime, ninguém tem dúvida de que ele será inocentado pois, até o momento em Ilhéus, homem algum jamais havia sido condenado por lavar sua honra.

É neste cenário que surge Gabriela, uma jovem retirante, contratada pelo árabe Nacib para ser sua cozinheira e arrumadeira. Uma moça que traz consigo sensualidade e leveza, o cheiro do cravo e a cor de canela, riso fácil e rosa atrás da orelha? todos os seus encantos fazem com que Nacib se envolva com ela e a proponha em casamento. Quando eles se casam, entretanto, Gabriela muda: ora porque Nacib impõe mudanças ao que seria apropriado de uma senhora casada, ora porque sente-se como um pássaro engaiolado. Numa cidade como Ilhéus, em que senhoras casadas deveriam ser recatadas e caseiras, ser sorridente e livre era mal visto em Gabriela, motivo pelo qual o casamento mostra-se como uma prisão para ela.

Todo o livro é permeado por diversos aspectos que representam o atraso e o progresso. Todo o enredo macro ? da política local, dos escândalos, das querelas ? entrecruza-se com o enredo micro ? o idílio amoroso de Nacib e Gabriela. Um retrato genial de como a vida pública confunde-se com a vida privada em cidades interioranas, em especial no Brasil dos anos 1920.

Leia ?Gabriela? para além do romance e o livro se tornará ainda mais grandioso do que já é.
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Sayd 21/04/2023

Encantadora Gabriela
Ainda surpreendido com essa narrativa, tão atemporal mesmo que se passem mais de cinquenta anos, com viés um pouco mais ideológico que suas obras anteriores, Jorge Amado nos presenteia com o romance do sírio Nacib e da mulata Gabriela em meio aos avanços da terra do cacau, tanto de progresso na cidade quanto na mentalidade de seu povo. Posso dizer que uma cena que me impactou muito foi a morte do coronel Ramiro Bastos, apesar de ser adversário do Mundinho, a forma que veio a ser descrita chegou a me fazer chorar. Doce e maravilhosa, Gabriela vive.
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lucasfrk 16/04/2023

Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado ? comentário
Gabriela, cravo e canela representa uma guinada artista na carreira de Jorge Amado, que até então abordava as temáticas sociais de maneira mais austera ? para alguns, panfletário ?, mas que, a partir dele, passa para a crônica de costumes, assumindo uma dimensão mais coletiva. Aqui estão as tipologias sociais populares, retratadas num quadro crítico da zona cacaueira. Amado aborda amplas questões, em especial o conflito que se dá entre os velhos costumes com a crescente e gradativa modernização da cidade. Em meio à dinâmica do coronelismo e do preconceito racial (envolvendo a denominação de ?turco? ao árabe Nacib, por exemplo), o tema do adultério surge como símbolo da prosperidade proporcionada pela exportação de cacau e até mesmo das hipocrisias e contradições de uma sociedade versada por valores quase que estritamente masculinos. As personagens femininas dão mais ?sabor? ao livro, que evocam essa sinestesia do estilo de Jorge Amado, além de pequenos momentos/personagens que rompem gradativamente com essa dinâmica de conservadorismo. A questão da libertação é evocado por Gabriela, uma figura quase infantil de tão espontânea (talvez a única personagem não unidimensional ou facilmente rotulada), desprendida dos valores burgueses de etiqueta, de recato e de um certo ideal de ?civilidade?. Em última instância, é um romance bastante pitoresco que pinta, através da figura da mulher, um retrato do povo brasileiro.
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Marcus 16/04/2023

Suco de Brasil
Gabriela é puro suco de Brasil. De um Brasil do século passado, que infelizmente, ainda se mostra igual. Ao mesmo tempo, é puro suco de Bahia, com sua alegria, sensualidade, sabor e festa. Jorge Amado é um dos maiores autores brasileiros, e essa talvez seja sua obra-prima.
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