Raphael 27/03/2015
Um vício de verão!
Um gosto de verão, lançado pela Rocco no início deste ano é o primeiro título da britânica Helen Walsh que tenho a oportunidade de ler. Com críticas positivas do The New York Times, The Guardian dentre outros, é um romance ficcional que promete. E cumpre!
A História
Um gosto de verão se passa na Ilha de Maiorca, que faz parte do arquipélago das Ilhas Baleares, ao leste na Espanha. Em viagem de férias a Jenn, personagem principal, tem sua tranquilidade interrompida com a chegada de sua enteada Emma, criada como filha, e do namorado dela, Nathan.
A chegada do rapaz, até pouco tempo franzino e nada atraente, mas que agora apresenta um corpo exuberante para os seus 17 anos, chama a atenção de Jenn e desperta nela um sentimento que poderíamos chamar de pouco apropriado, tendo em vista que o rapaz é namorado de sua enteada e Jenn por sua vez, é casada.
Durante as férias, que do ritmo calmo, dado por dois adultos, é levada a ebulição comportamental de dois adolescentes, Jenn vai ficando cada vez mais vidrada no jovem Nathan. Seu desejo e sentimento cada vez maiores passam a se tornar uma obsessão. Sendo que para Jenn, seus desejos são correspondidos por atitudes pontuais de Nathan. Ora pelo toque pouco usual, ora pela exibição indiscriminada de seu corpo de porte atlético e sedutor.
Impressões
A ambientação da história dada por Walsh é excelente para construção da ficção. O calor sempre presente, combinado com um clima instável, uma ilha suscetível a calor intenso e tempestades inesperadas fazem com que você imagine com precisão o ambiente narrado em um gosto de verão.
O tom erótico - que me surpreendeu - está presente desde o primeiro capítulo, mas em intensidade suficiente apenas para deixar o leitor a vontade e imaginar o que mais aconteceu durante os momentos íntimos dos personagens. Assim, Walsh apresenta uma narrativa excitante, mas não vulgar.
Um ponto incômodo, é o uso excessivo dos pronomes ele e ela, que em alguns pontos do livro poderiam ser substituídos durante a tradução - presumindo que não exista tal vício no texto original.
Entretanto este incômodo não chega perto de atrapalhar o conjunto da obra que é o livro, pois é um título gostoso de ler. Recomendo a obra sem dúvida alguma. Helen Walsh conseguiu tratar de um assunto já saturado na literatura, que é a presença de um novo elemento na estrutura familiar, e ainda assim trazer algo novo. A história é viciante, o ritmo é constante a leitura corre solta e muito leve.
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