Adriana Scarpin 20/03/2015Esse livro é tão bom, mas tão bom que não consegui parar de ler e o terminei em poucas horas. Ele está dividido da seguinte forma:
- Primeiramente o livro começa explicitando o que é contrassexualidade que preza pela ausência de gênero guiada por uma veia desconstrutivista, para logo depois enumerar seus princípios na forma de artigos e finalizar com um modelo de contrato contrassexual onde o indíviduo reitera sua condição de trabalhador do cu.
- Em Práticas de inversão contrassexual há uma série ilustrativa de práticas da contrassexualidade a partir da subversão dos órgãos sexuais e suas reações biopolíticas.
- Em Teorias há a fundamentação filosófica a partir de Derrida do que representa o dildo na contrassexualidade, além de uma genealogia do orgasmo, do dildo e da intersexualização com ecos de Foucault e Judith Butler.
- No Exercício de leitura contrassexual temos da filosofia como modo superior de dar o cu onde se explica a homossexualidade molecular de Deleuze e Guattari a partir do Barão de Charlus do Em Busca do Tempo Perdido de Proust.
- Finalmente, como anexos, temos a etimologia do dildo e um pequeno relato do surgimento da butch no pós-guerra americano.
Além do conteúdo excepcional, a edição brasileira é de um requinte acachapante por ter inserido entre as páginas um cu táctil onde você pode inserir o seu dedo ou qualquer coisa pontiaguda que lhe apetecer.
Nota: Preciado parece inclinada a tentar saber se a apreciação do fist-fucking pelo Foucault teria sido fundamental para a elaboração de seus conceitos de biopolítica. Rá!