Andre Luiz 20/04/2012
Vinho novo, odres novos
Da mesma forma que o tabernáculo, Jesus representa, em si mesmo, a habitação de Deus com o seu povo. Jesus mesmo compara o seu corpo ao templo.
A consumação do sacrifício de Jesus culmina no rompimento do véu do templo, demonstrando que o acesso à presença de Deus passa a se dar através de Jesus, na atuação do Espírito Santo.
O tabernáculo foi plano de Deus, pois representa sua natureza dinâmica. Já o templo foi idéia humana permitida e honrada por Deus, desde que o homem se mantivesse fiel ao Senhor.
A única justificativa para os templos e edifícios de igrejas seria de ordem prática, como lugar de reunião de pessoas. A Igreja não é o local onde se reúne para cultuar a Deus e sim a reunião destas pessoas.
A Igreja primitiva não construía templos. Só depois de 200 a.C que iniciou-se a construção de edifícios próprios para igrejas.
O período em que a igreja se reunia nos lares e em locais diversos foi marcado pela maior vitalidade e crescimento da Igreja, ou seja, a igreja cresceu mais rápido sem estar “restrita” por suas instalações.
Os edifícios das igrejas nos dão testemunho de cinco características da igreja em nossos dias:
IMOBILIDADE: os edifícios só são viáveis, pois as igrejas perderam sua mobilidade. Ao invés do IDE, estamos cada vez mais arraigados a um pequeno espaço territorial.
INFLEXIBILIDADE: acabam determinando e limitando a forma de atuação da congregação, geralmente, planejado para destacar uma única pessoa que falará por todo o grupo.
FALTA DE COMUNHÃO: Os prédios são impessoais e desconfortáveis, não são feitos para a comunhão cristã como as casas.
ORGULHO: As igrejas têm investido muito dinheiro em seus edifícios dizendo qye se trata de dar o melhor para Deus, parecendo mais uma ostentação ligada ao orgulho carnal do que uma realização focada em Deus.
DIVISÃO DE CLASSE E RAÇA: As igrejas atuais são marcadas por uma pequena diversidade. Ao se referir a determinada denominação, é fácil inferir o nível de educação e a classe social da maioria dos seus membros.
Para muitas igrejas a solução seria abolir os templos e voltar às reuniões nos lares. Isto faria com que tais membros se conhecessem melhor fortalecendo os laços de amor e comunhão e para a reunião de toda a igreja alugar espaços apenas para algumas reuniões.
Existem 4 categorias de Igrejas:
IGREJA-CORPO: É o tipo mais próximo da experiência do novo testamento. Não está limitada pelo edifício, podendo viver e crescer indefinidamente.
IGREJA-CATEDRAL: Está igreja se identifica com o seu templo. É o edifício que determina toda a programação e o estilo de culto. O foco está na propriedade e não nas pessoas.
IGREJA-FANTASMA: Se orgulha de não ter templo, mas também não tem consistência.
Não podemos confundir o “edifício” com a própria Igreja. Os bens da Igreja, incluindo seus edifícios são instrumentos para a realização de um fim maior que é a reunião dos santos de Deus, está sim é a verdadeira Igreja.
Apesar da grande popularidade de Paulo e Pedro, peças fundamentais para o crescimento da igreja e propagação do evangelho, sabemos que a Igreja não teria obtido sucesso se não fossem pessoas fiéis com menos projeção pessoal.
O vinho novo do evangelho precisa de odres feitos por mãos humanas – estruturas para alcançar o mundo. Quando os odres envelhecem e não são renovados, impedem o crescimento espiritual, o progresso do evangelho.