Sra.Flowers 24/01/2022
Não deixei o livro me vencer - Resenha O Apanhador de Sonhos
De todos os livros que coleciono como leituras feitas do universo criado por Stephen King, certamente “O Apanhador de Sonhos” foi o livro mais difícil para terminar. Uma história com início confuso, personagens que se misturam e às vezes fica difícil de saber quem é quem. Não consegui mergulhar neste livro como geralmente faça em suas outras histórias, realmente demorou para engrenar.
O Apanhar de Sonhos é aquela história que muitos amam ou odeiam e ao fechar a última página, é algo realmente plausível. Alguns vão ter a sensação de dever cumprido, outros vão ter amado a jornada. Eu praticamente tive que vencer essa história, fiquei um ano com ele entre idas e vindas. Quando cheguei a segunda parte, onde Derry (a cidade de It) é mencionada, algo acabou me pegando e foi avançando na história, dando outra oportunidade para ela.
Gosto muito dessa conexão que o King faz dentro do seu universo e a simples menção de outro lugar, mas resgatando aquele ar sombrio de Derry, assim como o sumiço de crianças e de outros eventos que ocorreram, fazem a gente se questionar sobre a relação de “O Apanhador de Sonhos” e It - ambos com alienígenas em suas tramas.
Neste livro, o grande problema são os alienígenas e como eles estão transformando a vida das pessoas que tiveram contatos com eles e foram contaminadas. A área precisa entrar em quarentena, e várias coisas bizarras acontecem. Um livro com cenas bem explícitas em vários momentos. Se Stephen King já é conhecido pelas suas matanças, neste livro ele mostra que não tem dó alguma dos seus personagens, eles têm um propósito, mas vão sofrer.
Quando encerrei a história, corri para ler uma parte da Biografia do King onde é contado um pouco sobre o momento que este livro foi escrito e quando ocorreu o lançamento. Confesso que depois de ler essa passagem, gostei um pouco mais dele.
King escrever O Apanhador de Sonhos depois de sofrer um acidente, o autor for atropelado, passou por uma série de cirurgias e passou muito tempo usando vários remédios. Assim como Jonesy (de O Apanhador de Sonhos), após sofrer o acidente, personagem e autor acabam enfrentando um problema no quadril e outras questões que conectam os dois. Também é possível ver King em Duddits, o personagem que teve leucemia na trama, precisava de doses cavalares de remédio para aguentar as dores que sentia diariamente, Duddits usa alguns remédios que King também teve contato nesta época.
Após ler essa passagem também deste texto auxiliar, King fala que escreveu esse livro para os meninos. Uma história de meninos, para meninos, o que eles fazem quando estão juntos. O autor é famoso pelas suas personagens femininas, e por isso viu a oportunidade de escrever essa história, focado nos homens e como eles agem entre eles, uma viagem de amigos de infância. Por isso, acho que me senti um pouco distante desses personagens.
Duddits é um garoto com Síndrome de Down, mas o King usa uma outra forma para chamar o personagem de especial, dando poderes para que ele de fato seja um elo de união entre os personagens e o fio condutor da história, mesmo aparecendo esporadicamente na trama.
Recomendo a leitura, acho que cada um terá realmente uma experiência particular com a história de acordo com as suas outras leituras. Não deixa de ser uma história surpreendente, um terror mais explicito e que em alguns momentos chega a dar realmente muito medo.
Demorei muito tempo para terminá-lo, tive que arrumar formas para ir avançando na história. Comecei lendo no e-book e quando retomei a leitura, acabei usando a função da Alexa de leitura para acompanhar a história. Por fim, em uma das visitas a Livraria Cultura, comprei o livro físico, uma edição já usada, pois era de um outro leitor que deixou ele para a venda no sebo da livraria. Com ajuda do livro físico, percebi que já tinha avançado muito na leitura do e-book e fiquei mais estimulada para terminar.
Assim como a trajetória dos personagens desse livro, fiz a minha trajetória para encerrar a leitura.
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