spoiler visualizarMavih 28/11/2020
Emocionante
O Diário de Anne Frank conta sobre a vida de Anne um pouco antes da mudança, as complicações que surgiram para se mudar paro o Anexo e como foi sua adaptação ao lugar com mais sete pessoas. Depois de ser achada pelos alemães, a garota não pode levar seu diário e contar sobre o campo de concentração. Esse livro conta justamente isso, sobre os olhares daquelas que sobreviveram.
Os Últimos Sete Meses de Anne Frank foi um livro que não achei que precisava ler, até lê-lo. Soube de coisas que nunca imaginaria. Ler testemunhos de mulheres incrivelmente fortes e corajosas deixa qualquer um encorajado a lutar. Porque foi isso que elas fizeram. Até o último momento. Não é possível explicar como elas sobreviveram a situações precárias. No campo não tinha nenhum tipo de higiene, a comida era rara e quando vinha, a solidariedade falava mais alto e, a água preta que eles chamavam de café era compartilhado para que todos bebessem goles no mesmo ?copo?. O lugar que elas dormiam era horrível e às vezes mal conseguia, pois o medo de alguém chegar dizendo para ir à câmera assustava-as. O frio, a sujeira, pessoas conhecidas mortas tão perto, torturas, humilhações, agressões e doenças. Anne e Margot foram vítimas de tufo. Tanto quantos outros prisioneiros. Os piolhos e as sarnas. Quando as mulheres falaram que as pessoas que foram para câmera de gás tiveram sorte, a primeira reação de pessoas que leem isso é pensar que se eles não tivessem ido, teriam sobrevivido. Pois eu digo que as pessoas também morreram de doenças, de fome e de frio. E não adiantaram ficar nos campos de trabalho sofrendo. É compreensível que as pessoas no gueto preferiram ir para o gás. A possibilidade de serem libertadas quando a guerra acabar e poderem, finalmente, reencontrar com os familiares, foi a motivação daquelas mulheres. Além de poderem contar uma com as outras. Bem que dizem que ? a união faz a força?. Isso fez toda a diferença.
Descobri que existia amenorréia. E a pesquisei sobre a menstruação no Holocausto. A humilhação de estarem mais sujas e não ter como se cuidarem. Descobri algo que contribuíram para o sofrimento. Para terem controle de quem entrava e saiam de lá, eles faziam uma espécie de chamadas para contar todas elas, e isso demoravam horas. Faça chuva ou faça sol, elas tinha que ficar em pé para os comandantes contarem e verem se todas estavam presentes. E caso alguém morresse na chamada, começariam do zero.
A fé na humanidade diminui ao ver todo o sofrimento dessas mulheres.
Recomendo esse livro para todos.