Luciano Luíz 22/01/2017
A morte do Superman na década de 90 foi um marco. Além de ter feito as vendas acontecerem de novo, a ideia de matar um personagem famoso mostrou-se promissora e assim poderia ser utilizada com outros, não apenas na questão de morte, mas danos físicos (como o Batman que ficou paraplégico) e traumas psicológicos (muitos heróis). Mas, sem dúvida o grande personagem que fez Superman tombar também ficou na memória. Apocalypse. E isso foi num universo anterior aos NOVOS 52.
No atual, trouxeram Apocalypse para travar um combate muito mais mortífero. Em SUPERMAN – CONDENADO, dessa vez a morte do Super não seria física, mas moral e mental. A saga é épica em todos os sentidos. São mais de 500 páginas em dois volumes onde vemos uma das melhores versões do azulão, que após derrotar Apocalypse, tem seu corpo e mente tomados pelo monstro e assim o herói torna-se uma ameaça.
Além disso, há uma invasão em andamento e todos os demais heróis fazem o possível para lutar e também ajudar o Super. As personalidades foram levadas a outros patamares nessa trama. Os diálogos são muito superiores ao que vemos em outras aventuras, o nível de tensão, o círculo de amizades e claro, o amor entre Clark e Diana aqui é mostrado de uma forma sublime que vai indo para outras direções que mostram o quanto a relação deles é alicerçada por seus sentimentos que provam o quanto a vida dos outros é mais importante do que as deles.
Essa HQ de alguma forma é como uma homenagem aquela onde o Super morreu. Só que não fica só nisso. Mesmo sendo uma trama que ocupa mais de cinco centenas de páginas a leitura flui rapidamente. Tudo aqui funcionou muito bem. E mesmo usando um vilão que arquitetou um plano que é mais do mesmo que já estamos cansados de ver, assim mesmo tem seus momentos e percebemos que até a mesmice é necessária em um roteiro bem elaborado.
Enfim, é mais uma edição que compensa ter na coleção. É comum ver comentários de leitores que detestam esta versão do Superman dos Novos 52 (ou deste universo inteiro), mas realmente gostei da maior parte do que fizeram com o personagem, pois este aqui passou por mais sofrimentos que a sua versão do outro universo original (que está voltando devido ao término dessa fase de meia década junto com os demais personagens). Bem, o outro tinha morrido, mas nos quadrinhos, a morte não é o fim... é sempre um novo começo.
Nota: 10
L. L. Santos
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