Irving Bruno 21/02/2024
Final de explodir sua mente com todas as possibilidades...
2001 é um livro que você primeiro tem que tentar entender para depois concluir se gostou ou não. Apesar de ter uma trama maravilhosa e instigantes, algumas partes são monótonas devido ao fato de Arthur C. Clarke gostar de fazer explicações e descrições minuciosas sobre a parte científica das cenas, contextos e objetos.
O livro começa muito bom quando descreve a vida de homens macacos primitivos, liderados pelo personagem "aquele-que-vigia-a-lua", desde o cotidiano de sobrevivência na savana até a sua evolução e revolução cognitiva, descrita de forma empolgante após encontrarem um monólito alien misterioso.
O livro então salta para o período da guerra fria e corrida espacial e conta de forma INSTIGANTE, do ponto de vista do astronauta Heywood Floyd, uma missão lunar para investigar uma descoberta sigilosa e assustadora: um objeto misterioso ( um monólito) que é uma prova de vida inteligente alien e que aparentemente foi enterrada a 3 milhões de anos atrás ( coincidentemente no mesmo período que surgiram os humanos ).
O livro salta então 18 meses e foca numa missão espacial, na espaçonave Discovery, tripuladas pelos austraonautas Dave Bownan, Frank Poole, mais 3 austraonautas em hibernação e a inteligência artificial HAL 900, com destino a Japeto ( Lua de Saturno), com passagem por Júpiter. Inicialmente o objetivo da missão é um segredo, que descobrimos ao longo da narrativa após acontecimentos estranhos e cenas de tirar o fôlego.
Nessa terceira parte, temos cenas tensas, diálogos incríveis e uma trama que faz você querer ler para saber o que de fato está acontecendo, qual é o objetivo da missão é como vai acontecer em seguinte. Mas tbm nessa parte está presente aquela monotonia descrita no início da resenha, o que faz, para mim, o livro perder algumas estrelas. Apesar de amar o Arthur C. Clarke, eu desejaria que as explicações científicas dele fossem mais simples e empolgantes como o do Asimov ( mas está é minha simples e possivelmente mutável opinião).
Sobre o final, que explodiu minha mente de forma, requer muita atenção, imaginação e queima um pouco seus neurônios, pois foge tudo do que você já viu e imaginou e vai além ( como só o Arthur C. Clarke faz). De primeira, não o explodiu minha mente como "O fim da infância" e ficou um pouco aberto, mas após reflexão, achei o final perfeito, quando o autor introduz a "ultrapassagem do apego a matéria" como proximo passo evolutivo e recomeço da nossa história da humanidade e sua relação com o universo, abrindo fascinantes possibilidades de forma de vida, inteligências e visão do espaço.
Eu esperei mais do livro por causa da fama, e digo que não é um livro para todos. Mas para os fãs de SCI-FI, é leitura Obrigatória ??