Letícia.Lari 03/01/2024
Uma história sobre o descobrimento do Eu
Phantastes foi escrito por George MacDonald em 1858. Então, prepare-se para ler sabendo que a escrita dele é bem rebuscada e romântica. MacDonald é também considerado o pai da fantasia moderna, e influenciou grandes nomes da literatura, como Tolkien e C. S. Lewis. E todo o Reino das Fadas que ele criou na história é surpreendentemente surreal. Os seres místicos, a natureza, os lugares e castelos, a arquitetura, tudo nos faz querer visitar esse reino e conhecê-lo melhor!
No entanto, o livro tem um objetivo diferente do que estamos acostumados, por isso uma leitura superficial da obra pode parecer para alguns "sem pé nem cabeça". Isso porque a linha narrativa da história não segue um fluxo contínuo, é como se houvessem pequenos ciclos, odisseias, que surgem, desenvolvem-se e passam, e o personagem principal segue adiante. Em Phantastes, a jornada desbravada, tudo o que o personagem descobriu e entendeu sobre si mesmo, sobre a vida e sobre o mundo, e tudo o que ele viu e sentiu nesse processo, é mais importante do que o desfecho final.
Por curiosidade, o jovem da história chama-se Anodos, que significa, no grego, “caminho de baixo para cima”. O seu nome se refere ao conceito tratado pelo autor durante toda a história, de que o caminho do Reino das Fadas é ascendente e transcendente, e a experiência de Anodos representa o poder da imaginação para o além-mundo.
Dito tudo isso, não espere que a história seja mais um conto de fadas, ela é muito mais profunda e filosófica! Leia com atenção e muita calma, e tente tirar do livro alguns ensinamentos para a sua vida. Aí sim, a leitura terá valido a pena!