Luciana Sabbag 06/11/2015Que livro maravilhoso, minha gente!
Ele narra toda a história política do Brasil, de João VI ao segundo mandato de Dilma, e explica como surgiu no país a ideia de que o governo é responsável por tudo. Cheio de bom humor, com ótimas tiradas, o livro explica porque nós, apesar de não confiarmos nos políticos, pedimos que o governo intervenha sempre que surgem problemas.
"[...] não confiamos nos políticos, não confiamos nas instituições políticas, não confiamos no governo, mas, ao mesmo tempo, queremos mais Estado. Contraditoriamente, pedimos mais intervenção mesmo sem confiar naqueles que integram o poder estatal. Como se o Brasil vivesse em dois planos na política: o plano da realidade e o plano da impossibilidade, que só existe na imaginação de uma parcela significativa da população que faz questão de se iludir em momentos de necessidade — ou de interesse circunstancial".
"Pare de acreditar no governo" abriu minha cabeça para a ideia que eu tinha de que tudo é obrigação do governo. Não é. Não deveria ser. Nenhuma nação cresce com um Estado-babá.
Aprendi mais sobre a ditadura militar (e até dá pra compreender os que clamam por sua volta), sobre o governo FHC e sobre as malandragens deslavadas do PT desde sua fundação.
"Dilma foi além e certamente encheu de orgulho seu mentor Lula. Diante dos índices econômicos desoladores, ignorou o que havia prometido e transformou a gestão do país numa aventura fadada ao fracasso. Mas manteve um vigoroso discurso “social”, incitou a luta de classes (inclusive no episódio das vaias na Copa do Mundo de futebol) e transferiu as responsabilidades dos insucessos de seu governo para as maléficas elites brancas. Dilma, como sabido, é preta e pobre". (Hahahahah)
Sobre a educação nas mãos do governo, a doutrinação é inevitável. "[...] de nada adianta seguirmos a sugestão da Pesquisa Social Brasileira, de que, para mudar a mentalidade estatista, será preciso escolarizar a população, se antes não tomarmos as rédeas da educação de nossos filhos em vez de entregá-las a professores cuja cabeça foi formada pelo Estado na universidade controlada pelo governo, que define inclusive o currículo. Isso inclui estar atento para impedir que os militantes disfarçados de professores continuem a doutrinar os estudantes dos ensinos fundamental, médio e universitário".
O livro mudou algumas ideias que eu tinha e foi uma grande aula de História. Acho que eu não marcava um livro como marquei este desde a época da faculdade. Bom demais, super recomendo!