Paraíso dos Livros 29/10/2022
O Fantasma da Meia-noite • Sidney Sheldon
Após uma oferta tentadora de trabalho em Nova York, a família Yamada sai de Tóquio e alugam um apartamento em Manhattan, muito abaixo do preço de mercado. Apesar de o Sr. Takesh achar o fato estranho, ele se muda com sua esposa Keiko e seus dois filhos Kenji e Mitsue. Mas a gata da família, Neko, parece pressentir que existe algo incomum no local que mudará completamente a vida deles. Assim fatos sobrenaturais e surpreendentes começam a acontecer.
Diferente de outras histórias do escritor onde a trama ganha diferentes cenários e muitos personagens, dividido os fatos, semelhante a uma novela, neste livro Sidney Sheldon tem uma narrativa mais direta, mantendo o ar de mistério e suspense já conhecidos, mas, agora trazendo um olhar mais ingênuo, na pespectivas de duas crianças, que estão fora de sua zona de conforto, aprendendo a se adaptar a uma nova rotina, novos hábitos, cultura e ainda tendo que lidar com o misterioso caso da fantasma de Susan Boardman que aparece todas as sextas à meia-noite em seu apartamento.
Ter a visão de duas crianças, investigando e buscando pistas sobre um assunto criminal de maneira inteligente, sem perder a essência da curiosidade infantil, que ainda olha alguns fatos de maneira ingênua, sem maldade, sem malícia, faz a leitura ser leve e intrigante, pois nem tudo que é óbvio, será a resposta ideal, ainda mais nas histórias de Sidney Sheldon que ama surpreender seus leitores em suas páginas finais.
Além disso, os jovens fazem tudo em segredo dos adultos, tirando suas próprias conclusões de maneira equivocada, o que gera uma sensação de aflição, pois claramente o perigo parece ser um elemento silencioso que persegue as crianças a cada página virada, mostrando que a cada nova informação que eles conseguem para solucionar o mistério e juntar as peças do quebra-cabeça, as coisas podem seguir rumos drásticos e inesperados.
Por ser um livro infanto-juvenil e ter uma base mais simplificada, indo direto ao ponto, com um foco menor nas problemáticas adultas como em outras obras do autor, sendo mais fácil de chegar a algumas conclusões, talvez para alguns leitores isso seja um incômodo. Mas, para mim, foi justantamente essa atenção do autor, que fez a narrativa se cativante. Pois é possível sentir e imaginar as situações dos protagonistas por suas realidades, com reações coerentes com as suas idades.
E como em uma boa história de fantasma, o ponto final pode ser apenas o começo e Sidney Sheldon brinca muito bem com este elemento que unirá por mais tempo a família Yamada a eventos sobrenaturais.