Pedro.Colina 14/10/2022
Cidade de ouro
Comprei por conta do autor (Oscar Wilde), visto que o mesmo me encantou com O Retrato de Dorian Gray, então busquei por sensações parecidas com as que senti naquele livro e as encontrei aqui. Oscar nos apresenta oito contos, sendo o principal deles aquele que dá nome ao livro. A escrita é fantástica, o que já era esperado por conta do autor, então vou me ater a avaliar os contos separadamente:
-O crime de Lorde Arthur Savile: O primeiro conto abre muito bem as portas da obra e este, com certeza, é um dos melhores que já li. A leitura te prende do começo ao fim e o final é, definitivamente, surpreendente. É o mais puro Oscar Wilde.
-O amigo devotado: Definitivamente um conto pesado. A leitura de um determinado acontecimento me causou uma pausa silenciosa, mas ao mesmo tempo barulhenta. O impacto do conto é estridente por conta da literalidade de sua narração. Comparado aos outros, é um conto curto, mas com certeza um dos melhores.
-O fantasma de Canterville: Excelente. O conto que dá nome à obra é maravilhoso. É profundo e apresenta momentos de suspense, terror, comédia e romance, e passeia por eles muito bem, conseguindo levar a história as suas mais diversas reviravoltas, todas elas muito bem trabalhadas. O final é, inclusive, bem emocionante.
-O jovem rei: Não me agradou muito. É bom, mas nada mais que isso. O conto busca passar a mensagem de humildade, e de fato passa, mas não foi uma história que me prendeu tanto como as outras. Apenas isso.
-O milionário modelo: Mais uma vez um conto que busca apresentar o valor da humildade. Me agradou ainda menos que o anterior. É bem simples, não tem muita profundidade. É "ok".
-O pescador e sua alma: Um dos melhores. Aqui, Wilde nos leva a uma aventura espetacular, que mostra todo o poder de sua imaginação, com uma leitura magnífica, profunda e que, mais uma vez, se aventura em gêneros como romance, terror e aventura, de forma magistral. A empatia, a ansiedade, o medo e a inspiração/determinação estão presentes por todo o conto.
-O Retrato do Sr. W. H.: Aqui, confesso que, num determinado (e curto) momento, não me ative muito a leitura, mas apenas e unicamente pois já tinha entendido o que estava sendo passado e, por isso, julguei desnecessário me demorar tanto nesse determinado momento. Isso, de modo algum, é um ponto negativo do conto, que também é excelente e com um final que, ao lembrar, me arranca um sorriso do rosto até hoje. Inclusive, falando em lembrar, de tempos em tempos me peguei pensando nesse conto e na teoria que ele apresenta. Não vou me aprofundar mais que isso para não estragar a surpresa.
-O príncipe feliz: Uma das coisas mais lindas que já li. Digo "coisas" pois não me refiro apenas a contos, mas sim de leituras num geral. Esse foi o que mais me emocionou e que, até hoje, ao lembrar, toca meu coração. É o encerramento perfeito do livro e te faz se demorar naquilo que acabou de ler. É, inclusive, uma passagem deste conto que dá título à essa resenha. Ao mesmo tempo que é melancólico, aquece o coração.