Queria Estar Lendo 18/08/2015
Resenha: Herdeira do Fogo
Herdeira do Fogo é o terceiro volume da série Trono de Vidro. São 508 páginas de muito desenvolvimento, muita coisa nova e muito plot twist, então eu precisei me centrar para saber exatamente o que comentar conforme as páginas iam passando.
Começando um pouco depois de onde Coroa da Meia-Noite terminou, estamos acompanhando Celaena nas terras distantes do reino de Adarlan, onde ela foi enviada para matar os líderes da rebelião inimiga. Mas ela não vai, porque Celaena fez uma promessa à Nehemia - e, se ela puder cumprir essa promessa e ajudar o seu povo a ser livre, ela vai tentar.
Para isso, precisa ir atrás da sua própria origem feérica, para descobrir sobre os amuletos que podem enfraquecer o tirano rei de Adarlan. Enquanto isso, acompanhamos vários outros pontos de vista, como Dorian, que está lidando com a própria e instável magia, Chaol, investigando um suspeito general que chegou nas terras reais, e uma nova personagem; uma Bruxa de Ferro.
Trono de Vidro foi um livro ótimo, mas, no quesito "exploração de mundo", foi pequeno. Coroa da Meia-Noite melhorou um pouco isso, mostrando mais da Celaena e deixando mais em aberto o passado trágico dela e dos feéricos; eis que chega o terceiro livro para expandir tudo.
Conhecemos uma Bruxa de Ferro, e foi uma das surpresas mais maravilhosas desta narrativa. Manon é a herdeira Bico de Ferro, líder das Treze, e é uma personagem insensível, horrenda e incrível. Nós não sabemos exatamente o que as bruxas estão planejando, só sabemos que elas estão à favor do império, e que o rei vai presentear-lhes com algo grandioso para que se fortaleçam ao seu favor.
Vou spoilar aqui e falar que o tal "presente" são montarias aladas, criaturas ancestrais muito poderosas - não, não são dragões - e que um deles, em especial, se torna o coadjuvante da história da Manon.
As Bruxas querem retornar à sua casa, no deserto, e o rei de Adarlan prometeu-lhes isso se o ajudarem a derrubar os rebeldes e os feéricos que restaram naquele continente; toda a narrativa da Manon tem foco nesse poder dela, na transformação de uma já líder para uma verdadeira comandante.
"Epopeias e poemas e canções tinham sido escritos sobre a rainha feérica, tantos que alguns até mesmo acreditavam que ela era apenas um mito. Mas ali estava o sonho - o pesadelo - em carne e osso."
Celaena faz um acordo com a rainha do feéricos; ela lhe apresenta as informações sobre uma coisa para derrubar o rei de Adarlan se Celaena for digna o suficiente de entrar na cidade mística.
Para isso, a assassina será treinada por um guerreiro feérico, e ah, meu coração shipper. Rowan é pura seriedade e frieza, bem diferente da seriedade do Chaol. Ele é imortal, tem centenas de anos de vida, já viu e viveu muita coisa, e treinar Celaena para dominar a sua magia é só mais um dia no purgatório dele; eu adorei como a Sarah construiu a relação dos dois. Não é um ship, mas é um ship.
No começo, eles são tudo sobre porrada, gritos e desgosto, mas com o passar das páginas, respeito e confiança e entendimento, por ambos terem vivenciado o pior dos dois mundos - especialmente Celaena, que, por ser parte feérica, vivenciou ambos os horrores. Não é a mesma coisa que ela tem com o Chaol, que é mais sobre o amor e a devoção e o carinho, e sobre como ambos possuem um laço fortísismo; com Rowan, Celaena é a parte selvagem dela mesma, é o seu passado revivendo, a força do seu poder, da sua herança mágica.
"Era a herdeira das cinzas e do fogo, e não se curvaria a ninguém."
Dorian, com seu poder inédito e estranho e sem controle, Celaena, herdeira do fogo, e Chaol, parado entre as duas pessoas que ele mais ama no mundo sem saber como compreendê-las, tentando ajudá-las sem saber como guiá-las naquele desconhecido.
As cenas de confusão do Chaol me partiam o coração porque ele é muito querido e solitário e ele tenta, ele tenta muito, mas não é tão simples. Não para o capitão da guarda, um soldado que cresceu acreditando nos horrores da magia, não para um rapaz que de repente precisou mandar a garota que ele ama embora para protegê-la, e assiste enquanto o melhor amigo se afasta por causa das omissões e da mentira.
E ah, aí entra mais um personagem novo! Aedion, general do rei de Adarlan, um dos únicos a sobreviver ao massacre que supostamente deveria ter matado a Celaena. Tudo o que eu posso dizer é que ele é muito incrível e que o arco dele vai surpreender o seu coração; impossível não cair de amores pela paixão dele a uma causa.
Herdeira do Fogo é uma obra trabalhada em ação, revelações chocantes e muito desenvolvimento da força das personagens. A Celaena e o poder dela são detalhes de tirar o fôlego. Toda a importância que a Sarah dá aos medos dela e como ela deve aceitá-los para se fortificar, o passado dela e o futuro que está reservado para a personagem, é tudo grandioso e muito bem intrincado nas 518 páginas deste livro.
site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2015/08/resenha-herdeira-do-fogo-mli2015.html