Resenhas - A Filha do Reverendo

Sammy 28/07/2024

Pobreza
É um livro mundano acima de tudo. Não tem solução mágica, não tem superação, não tem futuro ideal.
Acho que tudo isso prende bastante a essência do que é a pobreza. É a perspectiva da eterna perpetualidade da condição de miséria, é o sobreviver e não o viver, é saber que o mais importante do dia de amanhã é ter as contas pagas e não a imaginação ou sonho de uma vida melhor.
O futuro é incerto, mas para as pessoas pobres ele é bem definitivo, é a certeza da manutenção estamental de sua condição.
Viver na pobreza é uma condição de zumbificação constante, é a progressiva deterioração do corpo e da mente, é a dominação da liberdade e o aprisionamento do eu em prol da subsistência. É a maior infelicidade possível, viver sem ter tido o direito de viver.

Anna.Beatriz 06/02/2022

O melhor de George Orwell.
Toda a comoção em volta de 1984 e A Revolução dos Bichos me parece excessiva depois de terminar essa leitura. Me surpreende que ESTE não seja um dos livros mais badalados do Orwell.

O livro nos traz a protagonista Dorothy, filha de um pastor extremamente turrão, machista e folgado. O tipo de cara que se acha superior aos seus iguais. Por conta do seu pai encostado, Dorothy tem de tomar conta de todos os assuntos dentro e fora de sua casa. Ela toma conta das finanças, se preocupa com dívidas, cuida da casa, enquanto o pai só perde dinheiro em investimentos furados.

Apesar de doce com os ao seu redor, Dorothy é extremamente cruel consigo mesma. Por conta de sua educação cristã profundamente rígida, Dorothy se cobra muito em ser uma pessoa 100% perfeita e não se permite "errar", mesmo que esses "erros", na maioria das vezes, sejam apenas fúteis regras sociais e religiosas que ela foi ensinada a se impor, e que apenas servem para oprimir e manter a classe trabalhadora na linha. (TW: Menções de automutilação a partir daqui.). Dorothy carrega consigo um alfinete e aflige dor a si própria toda vez que sequer tem um pensamento que "manche" a perfeita - e hipócrita - moral cristã.

Em um momento, a pressão dessa vida de repressão e cobranças excessivas acarreta numa perda súbita de memoria em Dorothy que faz com que ela se perca de seu lar e comece a passar por inúmeras dificuldades. Uma delas sendo o fato de que a mulher de 28 anos se torna uma pedinte na rua, passando frio e fome. É triste pensar que esses cenários foram tão realisticamente descritos pois o próprio George já ficou em situação de rua em um momento de sua vida.

O livro aborda temas e discussões muito pertinentes, a vida e abandono de pessoas em situação de rua, trauma religioso, abuso psicológico, machismo, a luz do ensino sendo reprimida pelo capital e pelo conservadorismo, a necessidade de abdicar de suas vontades e sua essência para se adequar ao trabalho e manter seu emprego, a incapacidade de se dedicar à reflexão e contemplação em uma acelerada sociedade capitalista... Dentre muitos outros que vão sendo pincelados ao longo do livro.

Não li todas as obras de Orwell, mas sei que essa aqui estará definitivamente no pódio das favoritas.

Gabriel Cabral 24/11/2021

Fraco, porém Orwell
Escrito em 1935 esse é o primeiro romance de Orwell e é conhecido como um livro renegado, já que ele não queria a publicação desse livro, sendo publicado após sua morte.

A única edição no Brasil que eu achei até o momento foi a da editora "Pé da letra" que não me agradou nem um pouco, livro pequeno, letras pequenas, páginas ruins (terror para quem usa óculos), não que eu esperava muito pelo preço pago, porém não foi uma boa experiencia de leitura.

Agora sobre o Livro:
Como toda literatura de Orwell, ela é bem lenta e com algumas reviravoltas empolgantes, porééém, nessa obra Orwell abusou de lentidão, algumas dessas reviravoltas são até interessantes, mas logo se tornam desinteressantes novamente. Sobre os temas tratados, são até legais, mas não são bem exploradas, por ser o primeiro livro o Orwell e ser uma obra "renegada" acredito que vale a leitura se for fã por uma questão de curiosidade, não é o tipo de livro que eu recomendaria, mas também não é um livro terrível, somente pelo fato de ter a escrita de Orwell, diria como um livro Razoável.

C.F. 01/03/2021

Sou um grande admirador do livro A Revolução dos Bichos e li ano passado 1984 e também gostei da discursão envolvida no livro. Então busquei outro livro de George Orwell e escolhi A Filha do Revedendo.
O autor escreve muito bem, e neste livro acompanhamos a história da filha do reverendo, sua saída de casa e todas as consequências disso, os diversos perrengues pelos quais ela passa, e conhecemos um pouco mais sobre a sociedade da época e sobre como funciona as escolas para as moças. Dá para se fazer bem um comparativo com as escolas particulares modernas, onde muitas delas possuem um foco muito maior na mensalidade do que no aprendizado do aluno. Acho que esta foi a parte que eu mais me interessei.

Poliana 27/01/2023

Confuso, porém com uma boa mensagem
A Filha do Reverendo vai contar a história de Dorothy Hare. Uma filha disciplinada que faz de tudo para ajudar seu pai com as coisas da igreja e de casa, basicamente ela faz tudo para não estressá-lo. Este livro é dividido em 5 capítulo e posso dizer que do fim do capítulo 1 para o 2 é onde eu poderia ter desistido. Fiquei me perguntando quando comecei o capítulo 2 se tinha passado alguma coisa, pois no capítulo 1 a gente vê a trajetória dela em seus dias normais, porém no início do capítulo 2 a gente se depara com outro cenário sem saber o que está acontecendo e como ela foi parar lá. No início do capítulo 2 a gente vê que ela perdeu a memória e não sabe quem é e como foi parar lá e ela embarca em uma aventura com mais 3 desconhecidos a procura de emprego, nisto a gente vê um cenário que eu nunca tinha visto em um livro, sendo a vida de um morador de rua, a gente vê o lado dessas pessoas pela visão de Dorothy.
É um livro que tem de ter paciência, até o capítulo 2 o livro me dava sono e quando chegou o segundo capítulo me perguntei se realmente estava prestando atenção na história e me surpreendi ao ver que sim.

Rayanne205 09/12/2022

A história é envolvente no início, muito interessante mas do meio pro final ficou embolado algumas coisas. Porém é fascinante como George Orwell consegue me prender em qualquer coisa que ele escreva.

Paloma.Ferreira 24/09/2021

Dogmas, doutrina e fé
O livro é de acontecimentos monótonos, mas carregado de críticas.
Social: apresenta a dialética dos moradores de ruas da tão nobre Londres. Logicamente, sendo totalmente adaptável aos dias atuais. Desta maneira, surge uma pergunta "como lidamos com os moradores de rua que estão as nossas vistas?".
Caráter: a vizinha fofoqueira, o reverendo devedor, a filha do reverendo mentirosa (mente por não ter dinheiro para pagar a quem deve), o homem que tem uma amante e filhos bastados....
Político: ora, questões sociais são também inteiramente questões políticas.
A crítica maior é a religiosidade. A igreja, os dogmas e doutrinas da igreja. Este livro traz algo muito direto em relação a outros livros que tem a mesma carga de crítica, aponta a fé. Aqui a fé é questionada e posta à prova de maneira direta e intensa, ao mostrar uma Dorothy que mesmo após perder a memória e com ela a fé, como a própria personagem declara, continua a proceder da mesma forma. A realizar as mesmas atividades. Desta maneira, o autor nos leva a igrejas reais, com pessoas reais, que apenas seguem dogmas pré-estabelecidos, sendo portanto, livre de uma fé pura, genuína e verdadeira.

Ivan.Lucas 28/04/2023

Sofrimento
Adoro os livros do autor, mas esse de fato é bem cansativo de ler: sofrimento do início ao fim, poucos diálogo, narrativa pesada. Mas, uma visão bem realística da pobreza.

Owari 18/04/2021

Não é filha do reverendo, Apenas Dorothy
Acompanhamos Dorothy,filha de um pastor egoísta que acham que todos devem atura-lo por causa da sua posição.No começo vemos sua rotina normal, trocada depois que ela acorda em Londres é se vê obrigada a mendigar, tal como o escritor.Podemos ver a pobreza, o sexismo e a crise.E e na jornada dessa garota que vemos a força dela e de saúde companheiros

liivsreading 22/02/2024

Uma obra complexa e visceral!
O livro traz uma narrativa maçante e devagar, mas tem um tema tão interessante e vasto que esses pontos, pra mim, passam despercebidos. também gostei do desenrolar da história e o final me surpreendeu positivamente! é um bom livro, 3 ?

Debrinha 11/01/2022

Críticas sociais ácidas e coerentes, a verdade da pobreza e da escória humana contadas através de um livro de fácil leitura

Felibalex 15/04/2023

Orwell em sua essência
O livro traz um Orwell mais bruto e com todo o sentimento de classe aflorado. Ele apresenta todos os lados da pobreza que o próprio autor viveu na pele, e de certo modo parece ser bastante inspirado em suas próprias vivências. No entanto, a história é fraca e pouco coesa e em algumas horas enfadonha. Apesar do estilo marcado, na minha opinião run dos livros mais fracos do autor (só perde para um pouco de ar por favor).

Renba 03/02/2022

"pobre Dorothy"
Dorothy, a filha do reverendo. Tem uma vida simples dedicada ao trabalho, servir ao seu pai e a igreja. Sempre passando por muitas privações, fome, miséria, e até fake news de uma fofoqueira local de sua cidade em pleno século XX. Sorte que não existia internet na década de 30. Kkkkk

Após perder a memória sua vida é traçada a sorte .

Bookstan 17/10/2021

Instigante
George Orwell, na maioria das suas obras, questiona inegavelmente o poder do capital sobre a vida de qualquer personagem. A filha do reverendo não deixa de ser uma destas.
O autor opta por trazer uma perda de memória à personagem, porém não retrata isso de maneira eficiente, o leitor se perde juntamente com a personagem e não obtém respostas.
Traz questionamentos, entretanto não é um livro que me cativou por inteiro. Por várias vezes tive vontade de largar a leitura, porém não tive coragem.

Queria ter lido algo melhor.

JenniferSouza 03/01/2022

A filha do reverendo - George Orwell Resenha*
Esse foi o primeiro livro que li do tão bem falado Orwell. Escrito em 1935 e sendo um livro publicado contra a sua vontade, a filha do reverendo narra a história de Dorothy uma mulher de 28 anos que leva uma vida cheia ajudando idosos, doentes, mulheres e crianças na paróquia. Seu pai o reverendo abusa muito dela a pedindo para realizar as tarefas domésticas, pagar as dívidas e ainda ajudar na igreja.
Até que um dia Dorothy perde a memória e aí a história começa.
A escrita do Orwell é boa, tive facilidade pra ler, o livro é um pouco grosso e gostei de lê-lo para passar o tempo?
O final eu fiquei meio ???? Tem muitas partes ali que achei desnecessárias e acabam que fazendo o livro enrolar um pouco. No entanto gostei da minha leitura, lerei mais livros dele.