A Moratória

A Moratória Jorge Andrade




Resenhas - A Moratória


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Ana Laura 08/06/2020

A Moratória - Jorge Andrade
O texto escrito em forma de peça teatral, mostra a decadência de uma família proprietária de uma fazenda de cafezais no interior de São Paulo nos anos de 1929 e 1932. A decadência dos latifundiários que foi representada mostra o fim da aristocracia rural sucumbidos à crise econômica de 1929 e a política imposta por Vargas em 1930. Mas ao mesmo tempo também foca no conflito de gerações, de valores tradicionais em uma sociedade que vive a rápida mudança provocada pelo êxodo rural, pelo dilatamento das cidades e pelas mudanças das elites.

fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_moratoria/
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Suzana295 30/05/2020

A história se passa em dois planos e conta da vida de uma família endividada devido à crise do setor cafeeiro e corre o risco de perder sua fazenda
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Livia 23/02/2020

Livro rapido de ser lido e com uma historia q prende o leitor
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Duda de Lemos 15/08/2011

só as minhas impressões
Não me arrisco a escrever resenhas, não sou boa nisso, mas esse livro mexeu muito comigo. Ganhei-o há uns dois anos, e ficava pensando quando na vida chegaria o momento de conhecê-lo de verdade, já que só o conhecia superficialmente de olhá-lo na minha estante.

Engraçado que parece que chegou a hora certa de lê-lo. Dizer que chegou a hora certa de lê-lo não é falar de algo sobrenatural, mas os livros que você lê vão lhe preparando para os outros, para que você possa senti-los melhor, entendê-los mais profundamente, além das inúmeras coisas que você vive e desfruta nessa curta vida, elas também lhe preparam.

Dos livros que considero que me prepararam para ler "A Moratória" fazem parte, principalmente, "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, "Homens e Caranguejos" de Josué de Castro e "Levantado do Chão" de José Saramago. A medida que ia lendo "A Moratória" ia me lembrando da história destes títulos. Além de me lembrar do período em que meu avô teve que vender suas terras por causa da construção da barragem de um açude, tendo que ir morar na cidade. Lembrei-me da luta do MST, e dos vários e vários casos no Brasil inteiro das famílias que são obrigadas a deixar suas terras onde nasceram e viveram, e gostariam de morrer, por causa da construção de empreendimentos, ou porque o agronegócio e o capital as esmagam. E, mesmo sendo o drama de uma família pequeno-burguesa, é uma ótima descrição dos dramas vividos na transição entre tempos históricos, da crise do café para o início do processo da industrialização do Brasil.

Nunca li muito teatro, só assisto. E foi tão massa... massa ler o texto que é levado pros palcos... fiquei com vontade de assisti-lo!
Ultimamente ando assistindo muitos espetáculos e esquetes de dramas psicológicos bem pessoais, na verdade muito individualizados. O que é bem óbvio que nós nos identificamos muito com eles, já que a maioria desses dramas de alguma forma falam de nós mesmos.

No entanto, foi muito interessante ver que Jorge Andrade conseguiu falar de um drama social, que é perfeitamente possível que qualquer pessoa possa identificá-lo, exigindo somente que esta tenha uma sensibilidade para além de seu umbigo e questões particulares, e ao mesmo tempo conseguiu colocar os dramas pessoais dos personagens, mas não de uma maneira intimista já que a proposta era diferente.

Ler "A Moratória" é também ver como o teatro pode, e deve, cumprir o papel social de contribuir para que pensemos a sociedade. Acho que anda faltando isso nas últimas peças que tenho assistido. Parece que pensar a sociedade é clichê e chato, e só as singularidades de nós, sujeitos, é que são realmente importantes.

"A Moratória" pode ser chata para quem ainda não conseguiu ter essa sensibilidade de se enxergar no coletivo, e ser coletivamente.

É muito interessante ver como o "seu" Quim é a expressão de um patriarca, e de como as mudanças põem em questão o "poder do macho" provedor, patriarcal. Ver a Helena como o modelo de mulher, o Marcelo e seus vários dramas, um personagem muito curioso, e que para mim já nos deixa reflexões sobre vários dramas vividos por sujeitos nesses tempos modernos, e a Lucília, que quando a família está na pior coincidentemente é a filha que ajuda a manter a casa. Não se pode acusar Jorge Andrade de não tratar de questões individuais. Os personagens nos abrem inúmeras possibilidades de reflexões.

E uma das coisas que achei fantástica no livro foi o jogo que Andrade fez intercalando o passado e o presente da família. Foi genial porque poderia ter ficado confuso e chato, mas pelo contrário, ficou interessantíssimo e dinâmico, já que era a partir dos momentos do passado que tínhamos mais elementos para entender a história toda.

É um livro que eu não dava nada por ele, e que me senti sendo devorada pela história. No final, entendi o por quê do título "A Moratória", e me senti muito surpreendida. Assim, a leitura vale a pena.
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