A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile

A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile Gabriel García Márquez




Resenhas - A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile


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Nil 24/01/2021

Eu já tinha gostado bastante da faceta jornalística do Gabo em Relato de um náufrago e este livro confirmou a boa escrita dele neste estilo.
O livro conta a história de Miguel Littin, um exilado que se encontra em uma lista de pessoas proibidas de retornar ao Chile, que decide voltar ao seu país de nascimento de forma clandestina a fim de captar conteúdo para um documentário e um filme mostrando ao mundo como vivem os chilenos pós golpe militar.
A história é envolvente, mas, por vezes, o personagem principal comete tantos vacilos, que fica difícil acreditar que ele tenha conseguido finalizar sua façanha sem ser descoberto. Sendo assim, acredito que algumas histórias foram um pouco romantizadas para tornar-se mais atrativas.
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Leila 24/11/2023

A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, escrita por Gabriel García Márquez, apresenta-se como uma narrativa envolvente e cativante, revelando os eventos intrigantes e desafiadores vividos por Miguel Littín (baseada em eventos reais), um cineasta exilado que decide retornar ao Chile de forma clandestina durante o regime militar de Augusto Pinochet.

O enredo desenrola-se com a meticulosa preparação de Littín, que assume identidades falsas e opera sob a proteção de organizações democráticas clandestinas. O cineasta, disfarçado e enfrentando constantes ameaças, lidera três equipes de filmagem europeias, registrando mais de 7 mil metros de película que revelam a realidade do Chile após 12 anos de ditadura militar.

A narrativa não se limita apenas aos aspectos técnicos e logísticos da operação clandestina, mas também mergulha nas implicações humanas, profissionais e políticas desse feito extraordinário. Gabriel García Márquez, em seu papel de entrevistador e escritor, vai além do relato factual e busca compreender a aventura humana por trás da câmera.

A obra transcende a categoria de texto literário tradicional, assumindo a forma de uma excelente reportagem, onde o autor, simultaneamente envolvido em sua notável carreira literária, apresenta uma narrativa que mistura habilmente elementos jornalísticos e literários. Ao revelar os desafios enfrentados por Littín e suas equipes, García Márquez proporciona ao leitor uma visão profunda e impactante da condição chilena sob o regime militar, destacando a coragem e determinação daqueles que buscavam dar voz aos silenciados.

Assim, A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile não apenas documenta uma audaciosa empreitada cinematográfica, mas também oferece uma reflexão penetrante sobre os dilemas éticos, as complexidades políticas e as profundezas da condição humana em face da opressão. Gostei da leitura, é rápida e prazerosa, vale a pena.
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.Igor 08/11/2020

O relato das aventuras do cineasta Miguel Littín, exilado pelo regime de Pinochet e que retorna escondido ao Chile para filmar e denunciar a ditadura chilena, é simplesmente incrível, ainda mais por ser uma história real, e é uma leitura essencial, especialmente nos tempos em que vivemos.

Não vou comentar mais que isso, até porque é um livro curto, mas deixarei essa frase que o Littín encontrou escrita na antiga casa de Pablo Neruda, em Isla Negra:
"Un minuto de oscuridad no nos volverá ciegos".
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João Bruno 28/07/2020

Que livro, uma aula da história chilena, e dos efeitos nefastos do sistema político burro e ideológico, na vida das pessoas que só querem seguir sua vida, com sua dignidade.
Mas devo ressaltar que esse não é um livro do Garcia Marquez, ele foi tipo um ghost writer, ele simplesmente colocou no papel o relato de outra pessoa, a história é toda contada por Miguel Littin em primeira pessoa.
Mas é um grande livro, uma grande história.
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filipetv 25/03/2022

Em 11 de setembro de 1973, o governo socialista de Salvador Allende sofreu um golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet que resultaria na morte do então presidente e em uma ditadura sanguinária cujos ecos são sentidos até hoje no Chile. No mesmo dia, García Márquez enviou um telegrama à junta militar que assumiu o país denominando-a de "gangue de criminosos na folha de pagamento do imperialismo norte-americano". Além disso, prometeu não escrever ficção até que a ditadura no país sul-americano caísse e dedicar-se apenas ao jornalismo. Como sabemos, ele não cumpriu a promessa, já que "O Amor nos Tempos do Cólera" foi escrito e publicado na década de 1980.

Porém, em 1985, o diretor chileno Miguel Littín exilado pela ditadura de Pinochet passou seis semanas como clandestino no próprio país coletando imagens que renderiam um documentário de quatro horas para a TV e outro de duas horas para o cinema sobre o que o Chile havia se tornado após 12 anos de regime. No ano seguinte, García Márquez se reuniu com Littín e gravou 18 horas de entrevistas sobre a façanha do amigo, o que resultou em 600 páginas de relato, condensadas pelo autor em 150 e publicadas sob o título "A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile".

Assim como em "Relato de um Náufrago", de 1955, García Márquez realça suas qualidades como jornalista ao narrar a história do amigo, mas sem se despir da literatura, já que conta em primeira pessoa uma história que não é sua.

A publicação do livro teve um sabor de vingança contra Pinochet, o que foi confirmado pela queima de 15 mil exemplares do livro no porto de Valparaíso, numa demonstração de que não só a obra de García Márquez como também a de Littín haviam incomodado o regime, que dava seus últimos suspiros.
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Adri Crivelaro 20/09/2021

Conheço pouco esse Gabo jornalista, mas gosto tanto quanto o escritor. As situações que o cineasta e a equipe passaram no Chile são de dar um nó no estômago. Mesmo sabendo que conseguiram escapar, ficava na torcida enquanto lia a narração. Baita texto, queria poder ler tudo que aconteceu naquelas semanas. Recomendo demais!
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Barbara.Luiza 24/06/2021

Um grande rabo de burro em Pinochet
Se eu pudesse descrever Gabriel Garcia Marquez em uma palavra seria debochado. Um homem que ostentou o Prêmio Nobel de Literatura, a alcunha de Cronista da América e que, ainda assim, aparecia nos jornais sorrindo com um roxo no olho, que teria sido dado por Vargas Llosa e cujo motivo nós não sabemos.

Não é incomum ouvir histórias sobre as mentiras do autor, ele mentia para os amigos e também para os leitores. Talvez Miguel Littin seja um dos poucos sobre os quais Gabo mentiu a respeito tão abertamente.

É verdade que o cineasta chileno entrou clandestino em seu país durante a ditadura de Pinochet para fazer filmagens do que mais tarde seriam dois documentários e um grande rabo de burro no ditador.

Mas dessa história até a versão gabista há muito chão. Se Littin dizia não reconhecer sua história ali, com certeza conseguimos reconhecer o próprio Garcia Marquez que, num ato falho ou numa brincadeira de esconde-esconde, coloca nosso protagonista como jornalista.. mas quem mesmo é o jornalista?

Os metros de fita gravados são de Littin, mas quem tem espaço político para alfinetar esse rabo de burro em Pinochet é o nosso Gabo.

Ele se vinga da promessa quebrada de não escrever nenhum livro enquanto durasse a ditadura chilena ao mostrar a fragilidade dos apoiadores do regime, por conveniências ou falta de compreensão do que faziam, enquanto humaniza a militância contra a ditadura.

Gabo faz o que todo jornalista sonha fazer: mostrar o lado não contado da história. E a melhor parte de tudo é ser ele também um ficcionista. É aqui que memória, relato, recorte e ficção se misturam sem pedir desculpas.

Muito pelo contrário, imagino o sorriso no rosto do Gabo ao ouvir um debate tão minucioso, bastante divertido e, talvez, desimportante.
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Guy 27/05/2012

Ditddura e aqueles que sobrepujaram a vida dura
García Márquez escreveu "A aventura de Miguel Littín" (1986) inteiramente na primeira pessoa, a fim de assegurar autenticidade sobretudo no que se refere às emoções do depoimento. A estratégia é irretocável. Seguramente, seria muito menos impressionante ler, por exemplo, a passagem em que Littín conta o seu sofrimento para se acostumar à verdadeira metamorfose pela qual passou o seu o seu rosto a fim de não ser reconhecido pela repressão chilena, caso ela estivesse escrita na terceira pessoa. Ouvi-lo, isto é, lê-lo contar que nem sua própria mãe o reconheceu, tampouco os soldados do Palácio La Moneda, onde teve a audácia de entrar, é um prêmio - a favor da democracia e das artes jornalísticas
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inlibriveritas 28/12/2022

Miguel Littín é um dentre cinco mil nomes de pessoas exiladas e proibidas de retornar ao Chile durante a ditadura de Pinochet. Doze anos após o golpe, no entanto, ele conseguiu não só voltar ao Chile, mas passar seis semanas como clandestino coletando imagens que renderam um documentário sobre o regime ditatorial no país.

Em 1986, um ano após essa aventura de Littín, ele reuniu-se com Gabriel García Márquez para contar sua história (foram 18 horas de entrevista que resultaram em 600 páginas escritas!) e assim foi lançado ?A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile?, livro documental escrito inteiramente em primeira pessoa que narra os êxitos e os contratempos do processo de filmagens no país.

Com todo o seu talento jornalístico, Gabo consegue descrever muito bem, em surpreendentes 150 páginas, não só a vivência do cineasta e das equipes de filmagem durante o processo, mas o clima de terror e de tensão em que viviam os chilenos enquanto eram governados pelo regime militar. Vale ressaltar, como dito anteriormente, que a história é vivida por Littín, mas contada por Gabo; sendo assim, considero os dois responsáveis pela graça da obra.

É um livro com uma aura de suspense ? tendo em vista que Littín cometeu inúmeras gafes que quase o delataram ?, meio romance policial, e que, é claro, carrega seu peso político: ainda sob a ditadura Pinochet, cerca de 15 mil exemplares do livro foram queimados no porto de Valparaíso, mostrando o incômodo gerado pela obra no governo.
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Marlon.Abel 19/10/2022

Miguel Littin volta disfarçado ao Chile depois do exílio para montar um documentário sobre o modo de vida em meio a ditadura de Pinochet.
É a história da América Latina, ditaduras atrás de ditaduras financiadas por um certo país da América do Norte (nesse caso em específico, implementando o modelo econômico da escola de Chicago de forma experimental e com resultados desastrosos), que vende para a sua população o discurso de liberdade e modelo econômico ideal, enquanto exporta ditadura, exploração e miséria para financiar o seu "estilo de vida".
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@agabriiella 17/09/2020

Pra quem curte história
Esse pequeno livro é uma aula sobre os acontecimentos no Chile e dá vontade de procurar mais sobre essa temática nos outros países latino-americanos
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Alassë 02/05/2023

Para ter um vislumbre da ditadura no Chile
"Sentia-me tão ligado a elas, que resolvi guardá-las pelo resto da minha vida, como uma relíquia de tantas experiências duras que a memória poderia ferver em fogo brando nas cozinhas da nostalgia".

Gabriel García Marques realmente tinha o dom de colocar tudo em belas palavras.
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Liu 25/09/2022

Gabriel sendo periodista
Primeiro ponto? minha segunda leitura em espanhol.
Segundo? incrível como Gabriel é perfeito como periodista? uma narrativa incrível.
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Adria Raquel 20/11/2021

"Tomei consciência de que as seis semanas que deixava atrás não eram as mais heroicas da minha vida, como eu pretendia ao chegar, e sim algo mais importante: as mais dignas."
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