As Horas Nuas

As Horas Nuas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Horas Nuas


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Lurdes 10/05/2023

Rosa Ambrósio, atriz de (meia) idade, meio decadente, meio depressiva, muito alcoólatra e seu gato Rahul, quase uma consciência crítica, dividem o protagonismo e a narração principal deste livro visceral da Lygia Fagundes Telles.
Visceral como costumam ser suas narrativas.

Temos, ainda, muitos outros narradores e as situações passadas e presentes se entrelaçam em uma estória nada linear, nada lógica, nada sensata.

Lygia costuma nos desconcertar com suas personagens que se desnudam completamente aos nossos olhos, a tal ponto que podemos desconhecer alguns fatos concretos, mas ficamos com a sensação de termos penetrado no mais íntimo de suas almas.

Rosa se expõe, revela suas fraquezas, nos conta de sua vida e, principalmente, de suas perdas. Perda do primeiro amor, o primo Miguel, perda do marido, que se suicid@ após ser preso e torturad0 durante a Ditadura Militar e a mais recente perda, do jovem amante Diogo.

A analista Ananta (ninguém me tira da cabeça que é uma junção de Ana+anta), não é muito respeitada por Rosa, que no seu egoísmo não respeita mesmo ninguém. Suas queixas são sempre sobre o que fizeram de mal a ela ou o que deixaram de fazer, mas não consegue assumir suas próprias omissões, como em relação à filha Cordélia.

Além da repressão militar, outros temas são abordados, como a AIDS e a violência contra a mulher, não só a sofrida por Rosa, mas a citada na narrativa paralela de Ananta.

Destaque para as falas/pensamentos do gato Rahull. Impagáveis.

Um livro que vale à pena ler.
Meu preferido da autora ainda é As Meninas, mas este também é bom demais.
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Renata.Carmo 01/05/2023

O primeiro livro que consegui ler completamente em 2023. Gostei bastante principalmente das memórias do Raul, é incrível quando a gente começa a perceber a narrativa do ponto de vista de um gato.
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CAcera3 30/04/2023

As horas nuas - Lygia Fagundes Telles ??
Nesse que foi o último romance da incrível Lygia Fagundes Telles nós adentramos as mentes de quatro personagens.
A primeira é a personagem Rosa Ambrósio, uma atriz que já está no início da velhice e tem problemas com bebidas alcoólicas. Ao nos depararmos com a voz de Rosa temos um impacto com seu estado caótico que é uma mistura de embriaguez e infelicidade.
A segunda mente que adentramos é a do gato Rahul, o pet de Rosa. Através desse felino narrador ficamos sabendo de acontecimentos importantes a respeito da vida de sua dona, mas também conhecemos sobre as vidas pregressas desse personagem interessante.
Em terceiro temos Ananta, a psicanalista de Rosa; que mora no mesmo prédio e tem uma vida um tanto quanto monótona. Através dela temos conhecimento de um personagem muito enigmático.
Em quarto temos nos últimos capítulos do romance um personagem totalmente novo, Renato, que é um primo de Ananta. Ele aparece para investigar um acontecimento referente a psicanalista.
Nessa mistura de vozes a Lygia consegue, como é sua característica, imprimir sentimentos diversos e contraditórios no leitor nos apresentado seres falhos, frágeis, que carregam alguma bagagem emocional bastante conturbada.
Meus arcos narrativos favoritos ficaram com a Rosa e seu gato Rahul. Ela é uma personagem nada gostável, mas a medida que vamos descobrindo mais sobre ela passamos a ter alguma empatia. O Rahul, apesar de ser um gato, é uma reencarnação de uma vida humana e portanto traz essa humanidade dentro de si. Suas vidas são complexas e e trazem uma sabedoria que acaba sendo quase inútil devido sua condição animal.
Ananta é uma personagem interessante, porém não achei que ela foi bem explorada. Quanto ao Renato eu não gostei das partes dele, pois eu senti que não acrescentou nada de significativo ou novo e o personagem acaba ficando muito solto e alheio no romance.

No geral esse é um romance muito pungente, que trata de temas sensíveis com uma crueza e ao mesmo tempo poesia que se mesclam com maestria.

Vale ressaltar aqui que esse livro tem muitos gatilhos de suicídio, alcoolismo e depressão.

Instagram @maecomlivros
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Bruh 24/04/2023

Eu sinto que os livros da Lygia nunca acabam, eles sempre tendem a ter algo no ar, e novamente acontece aqui, talvez seja esse o mistério de sua escrita, sem contar o mundo fantasioso que ela emprega com normalidade. Livro bom, história bem construída, só senti falta mesmo de um melhor desenrrolar, mas acredito que sua intenção não foi destrinchar toda a história, e sim nos fazer passar de personagens e também acabar meio que as cegas. Minha próxima leitura será Ciranda de Pedra, no mais, eu recomendaria se você tiver interesse em uma escrita um pouco diferente do comum.
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Gabriela Gonçalves 17/04/2023

Ler Lygia é sempre uma experiência incrível! Esse foi o último romance que escreveu e tem uma leitura bem desafiadora por causa do fluxo da consciência. No começo você fica um pouco perdida e bem confusa, mas depois consegue pegar a linha guia. Gostei de ter contato com essa Lygia que escreve de forma fragmentada e jorrando diversas emoções. Essa leitura foi ótima para me lembrar que preciso ter calma e paciência, pois eventualmente as coisas serão explicadas e farão sentido. Às vezes a Lygia joga uma informação solta na página 10 e só explica ela na 130, por exemplo. Gosto disso! Entretanto, esse não foi um livro que me cativou tanto. Até agora, para mim, Ciranda de Pedra e os contos são os melhores trabalhos da Lygia. Não consegui me conectar tanto aos personagens, nem na história em si. No quesito genialidade da escrita, isso a Lygia arrasa sempre! É muito bom ler analisando esse aspecto. O que ela escolhe e como escolhe nos revelar as informações, como ela cria suspense com as palavras certas e como ela conta segredos nas entrelinhas. Te amo, Lygia! Sempre um prazer recheado de ensinamento literário quando leio você
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Niara 12/04/2023

"... as minhas memórias, tudo quanto é perna de pau já escreveu as suas, por que não eu? Hein?!... As Horas Nuas, você aprovou o título, também eu nua sem tremor e sem temor."

História sensível, que possui como um dos narradores Rauhl, o gato.
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LAvia 10/04/2023

Intenso e bem-humorado
É difícil definir ?As Horas Nuas?. Romance estilo fluxo de consciência, com narradores alternativos, personagens intimistas e complexos, final inesperado? Os capítulos beiram a aleatoriedade mas são calculados, formando uma narrativa teia-de-aranha com diversas facetas. Melancólico e profundo, mas muito bem-humorado e divertido.
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Cristiane 05/04/2023

As horas nuas
Rosa Ambrósio é uma atriz de teatro que se depara com os desafios que terá de enfrentar na carreira já que não é mais jovem.
Ela está solitária, o marido faleceu. Um professor brilhante, calado, preso político ... O amante e secretário foi embora, ela guarda uma esperança de que ele voltará. A filha, Cordélia, sente uma atração pelos homens mais velhos, o que incomoda, Rosa. A filha vai para um cruzeiro.
Rosa tem apenas como companheiras a empregada Dionísia e o gato Rahul.
Ela faz terapia com Ananta, outra mulher solitária.
Rosa se entrega ao alcoolismo e o leitor conhecerá todas as suas perdas: o pai desaparecido (saiu e não voltou mais), o primeiro amor (um primo que morre muito jovem), Gregório (que nunca mais serão o mesmo após a prisão e que vai morrer), a perda da juventude...
Ananta vai simplesmente desaparecer, seu primo alertada por uma das suas amigas vai procurá-la em hospitais, necrotério, fará uma verdadeira investigação.
A autora usa do fluxo de consciência o que faz da leitura desse livro algo vertiginoso.
Marcado por questões como a ditadura e a tortura, feminismo, alcoolismo e acima de tudo as perdas. O livro é quase que uma bomba relógio.
Além da autora nos presentear com um narrador inusitado: o gato Rahul.
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Marcia.Segtowich 05/04/2023

O livro conta um pouco da vida da atriz Rosa Ambrósio sob a perspectiva da própria artista em seu estado de embriaguez e de outros indivíduos próximos à ela. Na história, Lygia traz reflexões sobre o envelhecimento, a ditadura, o movimento feminista, saúde mental entre tantas outras coisas. A escrita de Lygia é brilhante e desafiadora. O livro termina com muitas questões em aberto, mas compreendo isso como intenção da autora e não falha de construção do roteiro.
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anarontani 02/04/2023

Gosteiii muitoooo

rahul protagonista do livro!

apesar de já conhecer fluxo de consciência, nesse eu achei bem de boa! bem mais suave q clarice lispector?

o final é aberto, e apesar de eu odiar final aberto, aceitei até q facilmente!
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Izabella.BaldoAno 01/04/2023

As Horas Nuas, de Lygia
As Horas Nuas foi um livro desfiador, sem sombra de dúvidas, mas também muito gostoso de saborear. aqui Lygia põe num caldeirão diversos temperos narrativos. há o fluxo da consciência de Rosa Ambrósio, uma atriz de meia idade, classe média alta e decadente - descobriremos em quais aspectos da sua vida reside essa decadência ao longo desse fluxo - e depois o fluxo da fala dessa mesma personagem; há a narrativa detalhista do observador gato Rahul, companheiro de Rosa; há a perspectiva metódica de Ananta Medrado, analista de Rosa e vizinha dela e de Rahul; e há, ainda, uma narrativa surpresa lá pro final. curiosamente, não há a voz de Dionísia, uma personagem super presente: ela fala apenas a partir da perspectiva do outro, e os por quês dessa ausência da autonomia da voz de Diú também se apresenta, de alguma forma, ao longo do livro.

pra mim, Rahul é a personagem principal e a principal estrela, mas... da maneira como o livro nos é dado, a personagem principal é a própria Rosa Ambrósio. Rosa tem uma vida marcada pelo luto, não somente o luto pela morte de pessoas próximas, mas também o luto pela perda de maneira geral - a perda da juventude, a perda daquilo que considera importante para manter seu status social, a perda de relações e, quem sabe, a perda de si mesma.

"a gente vai perdendo. perdendo uma coisa atrás da outra, primeiro, a inocência, tanto fervor. a confiança e a esperança. os dentes e a paciência. cabelos e casas, dedos e anéis, gentes e pentes - todo um mundo de coisas sumindo no sorvedouro, ô! meu Pai, tantas perdas. tive alegrias e tive ganhos, quero ser justa porque também ganhei mas hoje ficou sendo o dia da perdição. as ilusões maiores e menores. grandes e pequenos lábios."

eu poderia mencionar tantos aspectos dessa obra... a história de Rahul, a de Gregório, a de Ananta, a da própria Rosa... a perspectiva de uma personagem sobre a outra, o aspecto visual marcante das cenas narradas, a dor que muitos acontecimentos podem nos causar, a singeleza dos detalhes... acho que Lygia encerrou sua escrita de romances de maneira magistral, embora ainda hajam pontos nesse livro que não me agradam 100%.
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Raquel Marina 29/03/2023

Demorei muito para me conectar com a leitura, conseguir compreender de qual personagem era o ponto de vista do fluxo de pensamento. É preciso ir recolhendo as pistas que Lygia Fagundes oferece durante toda a narrativa para ir compreendendo os eventos da história. Alguns eventos? porque alguns mistérios permanecem. Isso não é um problema, pois o que vale é o modo como a autora desenha esse cenário caótico e melancólico. A complexidade de Rosa, Gregório e Rahul é fascinante. Não é uma leitura fácil, mas é inebriante e não se esgota na primeira leitura.
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pâm 27/03/2023

Fluxo da consciência, um pouco de suspense, muito mistério, investigação criminal e muita profundidade humana. Lygia é incrível demais!
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Edilene Freitas 25/03/2023

A história nos apresenta a Rosa Ambrósio, uma atriz que está em decadência, envolvida no vício álcool e sofrendo as perdas de seus amores, sendo o mais recente o seu assistente/amante, Diogo. No início é um pouco confuso, tendo em vista que somos lançados no fluxo de consciência de Rosa enquanto ela está embriagada, o que torna as informações bem fragmentadas. Mas ao longo da narrativa é possível se acostumar. O mais genial é termos um gato narrador, com expressões mais humanas até mesmo do que seus donos. O gato Rahul fez toda a diferença e fiquei esperado por mais capítulos narrados por ele. Lygia é sempre uma experiência única, mas prefiro seus contos.
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Adriana1161 23/03/2023

Um romance com ares de conto
A história de Rosa Ambrósio, atriz beirando os 60 anos, em fim de carreira, que fica revivendo seus papéis e seus amores.
Vai contando tudo em fluxo de consciência, pensamentos, e alterna a narração com Rahul, seu gato. Uma desordem essa ficcionalização da vida!
Gostei bastante, gosto muito da escrita da Lygia.
Ótima descrição da Praça da República!

"Mulher detesta mulher. Só essa história de mãe e filha que funciona. Às vezes." - Rosa
"O despudor das pessoas diante dos bichos " - gato Rahul

Personagens: Rosa, Rahul, Gregório, Diogo, Ananta, Dionisia, Cordélia, Miguel
Local: São Paulo - anos 80/90
@driperini
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