A cor púrpura

A cor púrpura Alice Walker




Resenhas - A Cor Púrpura


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Lais544 23/11/2020

A Cor Púrpura, não só aborda a violência contra a mulher e o racismo, mas também fala da precária educação das mulheres, em especial as negras, do machismo,da religião e da descoberta.
Ao passo em que é um livro de leitura muito fácil, quebrado em cartas geralmente curtas que você lê sem ver o tempo passar, ele traz grandes reflexões de forma descomplicada.
Quando terminei de ler, fiquei parada um tempo absorvendo o fato de que essas personagens não são reais, algo que parece tão absurdo visto o nível de envolvimento delas na história.
Jorge.Silva 23/11/2020minha estante
Bem interessante :D


Priscilla 31/01/2024minha estante
As personagens não são reais porque a história é uma ficção, mas na realidade das cidades e dos interiores uma vida semelhante a dessas mulheres é a realidade que elas tem.




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

A cor púrpura, de Alice Walker - Nota 10/10
Escrita por meio de cartas, a obra de Alice Walker é considerada uma das mais importantes da literatura norte-americana. Retratando a triste vida de Celie, uma mulher negra que nasceu em uma família pobre do sul dos Estados Unidos, a autora aborda temas de extrema relevância social, principalmente o difícil papel da mulher em uma sociedade opressora e patriarcal.

Desde a infância, Celie sofre abusos, tanto físicos como psicológicos. Essa violência contra a protagonista choca e incomoda o leitor e, logo nas primeiras páginas, já ficamos sabendo que, ainda criança, Celie fica grávida de seu próprio padrasto. Em uma situação de total desprezo à sua condição de ser humano, a personagem nem mesmo tem direito de ficar com seu filho. A única ideia de amor e afeto que Celie conhece vem de sua irmã, Nettie, cujo destino vai traçar caminhos distantes daqueles vividos pela protagonista.

E é a partir desse cenário que conhecemos as dificuldades vivenciadas por uma mulher nascida à margem da sociedade. Celie é tão humana que não há como não se comover com sua realidade e sentir vontade de tirá-la daquele ambiente tão violento. A construção da personagem é, realmente, incrível!

A escrita também é muito interessante e, para aproximar o leitor da realidade e da pobreza dos negros no sul dos EUA do começo do século XX, Walker se vale de uma linguagem extremamente coloquial. A gramática é deixada de lado e substituída pela oralidade e é o som das letras que constroem a mensagem de Celie.

Enfim, apesar de ser uma leitura impactante e que me causou muita indignação, terminei o livro com uma sensação de resistência e de perseverança de uma pessoa que enfrenta inúmeros problemas, mas que não desiste de seus objetivos - ainda que tão simples. É um clássico que merece ser lido e que nos desperta reflexões assustadoramente atuais.

“Ele me bateu hoje porque disse queu pisquei prum rapaz na igreja. Eu podia tá cum uma coisa no olho, mas eu num pisquei. Eu nem olho prus home. Essa é que é a verdade. Eu olho pras mulher, sim, porque num tenho medo delas.”

site: https://www.instagram.com/book.ster/
Lidíssima 27/02/2020minha estante
Zero defeitos


ray 16/04/2020minha estante
Ja quero ler!




Flávia Menezes 17/01/2024

? A COR DO CORAÇÃO ?
?A Cor Púrpura? é um romance epistolar da escritora, poeta e ativista feminista norte-americana Alice Malsenior Tallulah-Kate Walker, que foi originalmente lançado em 1982. No ano seguinte, a autora recebeu por ele o Prêmio Pulitzer e o ?National Book Award?.

Em 1985, seu romance foi adaptado para o cinema com a direção de Steven Spielberg, sendo protagonizado por Whoopi Goldberg, e ainda contando com as presenças de Danny Glover (como Albert) e Oprah Winfrey (como Sofia). Em 2005, foi feita uma adaptação musical do romance que estreou no Teatro Broadway, em Nova York ficando em cartaz por três anos, e em 2016 recebeu uma nova montagem vencedora de 2 prêmios Tony e Grammy de melhor ?Álbum de Teatro Musical?.

No último Natal (2023), Spielberg e Oprah se uniram junto à Warner Brothers Pictures e lançaram um remake desse grande clássico!

Com uma escrita que utiliza uma linguagem simplória, com seus erros gramaticais e regionalismos que retrata a fala usada na região agrária dos Estados Unidos, o livro narra a história de uma garota de 14 anos chamada Celie, onde acompanharemos os próximos 30 anos da sua vida.

Ambientado nos anos 1930, essa narrativa feita através de cartas escritas para Deus e para Nettie, irmã da protagonista, vai criando esse clima de intimidade entre Celie e o leitor, a cada página em que vamos recebendo relatos tão detalhados sobre uma vida repleta de muita violência e crueldade.

Muito embora a história tenha como pano de fundo o racismo e a segregação no sul dos Estados Unidos, o machismo e o patriarcado, e das carências educacionais para as mulheres (especialmente de mulheres negras), também acompanhamos os bonitos relatos da protagonista sobre a sua descoberta da amizade, do amor, da força e do poder que a educação possui em conceder a uma pessoa os direitos que lhe são devidos como ser humano.

Além das cartas de Celie, também acompanhamos as cartas que a sua irmã Nettie lhe enviava contando sobre a sua vida logo após a separação das duas, e preciso dizer que essa é uma das partes mais belas desta história.

Diferente de Celie, Nettie foi aquela para quem o pai incentivou sua educação, se tornando assim uma mulher que através dos seus estudos ganha o mundo, saindo da bolha de crueldades e violências em que viviam, para conhecer outras partes do país, e ver todas as diferenças da vida que os negros do norte levavam, quando decidiu expandir ainda mais as suas possibilidades e partir para uma missão na África.

Seus relatos sobre a África são uma verdadeira aula de história, onde aprendemos sobre os costumes e crenças de um povo que tem seu próprio modo de viver, e que muito se diferencia da visão e da vida do negro norte-americano. Foram tantos os ensinamentos que recebi lendo os relatos da Nettie, que me senti como se realmente tivesse tido uma aula de cultura africana, e a isso inclui o fato de ter sido lembrada sobre a importância do consumo de inhame para a nossa saúde.

Esta é uma história simples, que fala sobre uma vida repleta de violência, dores e cicatrizes, porém que através da sua natureza agridoce, também é capaz de arrebatar os nossos corações, nos fazendo rir tanto quanto chorar, mas principalmente de nos conscientizar de como os atos de crueldade deixam marcas profundas por toda uma vida, se tornando (inclusive!) cumulativos.

Afinal, as estações vêm e vão, os anos se passam, mas a verdade é que algumas feridas permanecerão abertas para sempre nos lembrar da responsabilidade que precisamos assumir no exato momento em que nos aproximamos mais de alguém, ou de quando nos decidimos por trazer ao mundo uma nova vida.
Leo Moura 17/01/2024minha estante
Ótima resenha, Flavia! Esses livros com relatos mais sofridos costumam nos ensinar bastante.


Flávia Menezes 17/01/2024minha estante
Muito obrigada, Leo!! ?
Um livrinho com um apelo mais dramático tem horas que é tão bom! E esse é um grande clássico. Alice traz uma miscelânea de mulheres e suas personalidades que não há como não aplaudir e de pé um livro desses! ???


Núbia Cortinhas 18/01/2024minha estante
Flávia, que resenha gostosa de ler! Se o filme já é emocionante, imagine o livro!?!! Mais um pra lista!


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Núbia querida muito obrigada! ?
Acredita que eu nunca vi o filme? Então a leitura foi uma surpresa pra mim. Mas é um livro que vale mesmo a pena ser lido! ?


Cleber 18/01/2024minha estante
Adorei a resenha, Flávia! Gostei do filme do Spilberg e lançaram um filme musical, acho que chega esse ano por aqui.


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Cleber, muito obrigada! Esse é um livro que merece uma bela resenha! ?
Você assistiu ao filme do Spielberg de 1985 ou o remake que saiu neste último Natal? Eu até atualizei a resenha pra incluir esse, porque como não vi nenhuma das adaptações, fui procurar o trailer do remake e já me interessei!!
Vi também sobre esse musical aqui no Brasil. Que bacana isso, porque esse é um livro com uma temática tão importante de ser sempre relembrada.


Gabriela_Sut 18/01/2024minha estante
Resenha linda e super completa de um livro que eu amo ??


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Gabi, que bom que gostou, porque eu me lembrei disso, de que esse era seu livro predileto enquanto escrevia. E tem razão? que bela história! A Nettie foi a minha preferida, e eu vi as cenas da África no trailer da nova adaptação que saiu ano passado? que lindo! Já estou louca pra assistir!


Yasmin V. 18/01/2024minha estante
Ai, eu amo a carta que a Celie escreve pra Nettie, contando sobre a conversa que ela e a Shug tiveram sobre Deus.. ?

"Eu acho que Deus deve ficar fora de si se você passa pela cor púrpura num campo qualquer e nem repara" ??


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Yasmin, essa parte foi bela mesmo!
Que delicadeza a escrita da Alice e como até nas partes mais sofridas ela consegue nos tocar de uma forma tão profunda! ?


Cleber 18/01/2024minha estante
Assisti o filme de 1985 com a Whoopi Goldberg, mas quero ver o remake tbm :)


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Esse foi um clássico, não é Cleber! Mas bom saber pra ver os dois! ?


Fabio.Nunes 18/01/2024minha estante
Fiz um comentário gigantesco e essa droga de skoob acho q não publicou...


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Skoob e seus boicotes, Fábio!! Eu entendo!!!
Poxa! Agora fiquei curiosa com o comentário ?


Fabio.Nunes 18/01/2024minha estante
Cara, que ódio que me deu agora. Deixa passar o furor. Amanhã coloco de novo rsrs


Flávia Menezes 18/01/2024minha estante
Claro, meu querido! Eu super te entendo! Esse skoob é de deixar a gente possesso! ?


Fabio.Nunes 19/01/2024minha estante
Bem, vamo lá.
Esse livro foi marcante pelo processo de autodescoberta da Celie, que saiu de um espaço de dominação e abuso para um ambiente propício à consciência de si mesma, sem julgamentos. É aí que entra a personagem mais incrível do livro, Shug.

"A gente fica sim muito preocupado com Deus. Mas depois que a gente sente que Deus ama a gente aí a gente quer fazer o melhor que pode para agradar ele com o que a gente gosta de fazer."

"Todas essas cara parecem muito felizes, Shug falou. Grandes e rosada. Olho claro e inocente, como se eles num subessem que os outros tão se fudendo na primeira página. Mas eles são as mesmas pessoa, ela falou."

"A última coisa que os negro querem pensar do deus deles é que ele tem cabelo pixaim. (...) Deus era branco, e era homem, eu perdi o interesse."

Essa personagem é um símbolo de força extraordinário. Pra mim, o ponto alto do livro (fora a narrativa, claro).


Flávia Menezes 19/01/2024minha estante
Fábio, que bom ler seus comentários, porque você o que você escreveu aqui é tudo o que esse livro tem de especial: esse desenvolvimento e autodescoberta da Celie. E muito graças à outras mulheres ao seu redor, em especial a Shug. Esses quotes que você citou, traduz muito do que esse livro é, e eu entendo o que quis dizer sobre o quanto esse é um livro incrível.
Obrigada por ter voltado para me contar. Que quotes! Valem muito a pena ficar registrado aqui!


Ana Sá 24/01/2024minha estante
Resenha à altura deste livraço! Os relatos de Nettie também foram um ponto alto pra mim! Você me deixou com vontade de reler o livro!




Bruna Suelen 20/01/2024

Alguma coisa púrpura...
Essa história se passa no Sul dos Estados Unidos entre 1900 a 1940, e é sobre uma mulher negra marcada pela violência física e sexual tanto da parte do seu ?pai? quanto do seu marido com quem ela é obrigada a se casar para proteger sua irmã Nettie de passar pelo mesmo que ela passou. Mas também vai ser marcada pela vivência de um grande amor e pela descoberta de uma coragem que ela nunca se imaginou capaz de ter.

O livro é narrado em forma de cartas que Celie escreve para Deus porque foi convencida de que mataria sua mãe se contasse à ela sobre os abusos que sofria. Esses abusos resultaram em duas gravidez, e essas crianças foram dadas pelo ?pai? a um casal de missionários.

Depois que Celie se casa com o Sinhô____ ela continua tendo uma vida sofrida, de trabalho árduo, seja cuidando dos filhos dele; cuidando da casa ou trabalhando na roça. Sempre submissa e passando por mais violência.

Nettie tinha fugido de casa e estava morando com eles, até ser expulsa pelo Sinhô____ . Ela saiu prometendo a Celie que sempre escreveria. Mas essas cartas nunca chegaram a mão da Celie (pelo menos não por uns bons anos). No futuro ela ficará sabendo que a irmã está trabalhando na África como missionária, com aquele mesmo casal que recebeu os filhos da Celie.

Outra personagem importante nessa história se chama Shug Avery, uma mulher dona de seu próprio nariz, ela é cantora e descrita como muito bonita (não preciso dizer que ela não é muito bem vista pela sociedade). Ela e o Sinhô____ foram apaixonados na adolescência, mas foram proibidos de se casar pelo pai dele, mesmo assim continuariam a se encontrar ao longo dos anos. Também tiveram três filhos juntos. No início do livro, Celie encontra uma foto de Shug e desde então fica fascinada por essa mulher.

Elas acabam tendo que conviver porque Shug está doente e Sinhô____ à leva pra casa já que não tem ninguém que cuide dela. Nesse tempo que Shug passa com eles, ela e Celie acabam desenvolvendo uma estreita relação.

No decorrer da história Shug será uma peça importante de encorajamento para que Celie ande com suas próprias pernas e abandone a vida que tem com o Sinhô____, além de despertar Celie para sua sexualidade.

Devo mencionar o casal Sofia e Harpo (Harpo é filho do Sinhô____), eles se amam, mas têm uma relação muito turbulenta porque Sofia não é submissa igual Celie, e Harpo tem essa figura de como uma mulher deve ser, ou seja, se não obedecer o marido ela deve apanhar. Então ele tenta implementar esse comportamento com a Sofia mais ela não deixa barato e revida a agressão. Em um determinado momento eles acabam se separando e a vida da uma rasteira das grandes na pobre Sofia.

Vou terminar por aqui. Você precisa ler esse livro, ele é muito mais do que deu para escrever, cheio de camadas. Apesar de todo sofrimento ao longo da história no final você acaba respirando aliviado. Só tive um pouco de dificuldade porque a escrita tem erros (propositais claro) que me faziam ter que ler mas de uma vez.
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Lenas 23/02/2022

Apesar do impacto emocional de alguns momentos da vida da Celie, gostei bastante de ler esse livro.

Achei muito interessante os diversos tópicos que foram surgindo e como a Celie explorou cada um deles.

Uma leitura cativante e comovente que com certeza revisitarei no futuro. Recomendadíssimo.
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Pam 29/06/2021

Visceral, porém maravilhoso!
Eu sinto que não sou digna de falar desse livro... simplesmente maravilhoso! Nada que eu escreva vai chegar aos pés dele.

A história da Celie é tão triste, e acompanhar isso do ponto de vista dela, que muitas vezes por ingenuidade, não entendia direito as coisas erradas, é mais verdadeiro e devastador, ainda mais quando vemos que ELA SENTE que tem algo errado. Com o tempo, a Celie vai amadurecendo e se empoderando, a jornada dela é incrível. Os sentimentos e reações dela são tão sinceros, e a escrita do livro, totalmente informal e regional, deixa tudo ainda mais autêntico. Eu me senti vivendo a vida da Celie porque as palavras dela falaram muito fortemente e de um jeito único comigo.

As reflexões que o livro faz são incríveis, dá pra ver e aprender muito sobre tanta coisa, o livro aborda racismo, misoginia, sexualidade, vivência LGBTQIA+, até eurocentrismo e religião. Algumas críticas são escancaradas, outras mais sutis, mas é tudo tão inteligente e bem elaborado, fiquei apaixonada!

A relação da Celie com a irmã é algo que tenho que destacar. O amor entre elas é tão bonito, eu adoro ler relações entre irmãos bem construídas e essa daqui é excelente! As duas o tempo todo se importam tanto uma com a outra, sempre tentando se ajudar de alguma forma e usando o amor entre elas como um apoio... LINDÍSSIMO!

Por fim, eu achei o final desse livro impecável, eu não poderia imaginar melhor. Senti que ele deu uma mensagem de redenção e renovação, não tem nada melhor.

"Eu sou pobre, eu sou preta, eu posso ser feia e num saber cuzinhar, uma voz falou pra toda coisa que tava escutando. MAS EU TÔ AQUI."
Black Flower 17/03/2023minha estante
Eu vi o musical dele ontem. Rapaz... Isso é extremamente pesado. A história é pesada, mas de sumária importância. Os temas que ela aborda e a riqueza de detalhes são de marejar os olhos de qualquer um.




Clio0 03/01/2012

Uma das histórias mais tristes e reais que você pode ler em toda a sua vida.

O enredo é simples, a vida de uma menina negra que é oprimida diariamente pelo marido que não a ama e pelos filhos dele, que graças a vida e a influência dela vão pouco a pouco se transformando.

Não pense nisso como um romancezinho água-com-açúcar, porque não é. Nesse livro a violência chega a ser gráfica, Alice Walker não mede palavras ao retratar o abuso provocado pela misoginia.

O final feliz em vista não existe; o que a autora faz é narrar aquele dito tão popular: você colhe o que planta.

A personagem principal e todos a sua volta transmitem isso... enquanto suas ações são medíocres e mesquinhas, suas vidas também o são, mas quando começam a mudar, os acontecimentos a sua volta também mudam. E quem não muda vai piorando cada vez mais.

Há um ótimo filme de 1986 dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg e Danny Glover.
Aline Michele 08/04/2021minha estante
Parabéns pela resenha! Fiquei com vontade de ler


Pedróviz 08/04/2021minha estante
Uma boa resenha faz toda a diferença.


Gerson 08/04/2021minha estante
Livro maravilhoso!!!




Rodriguinho @literario.rojo 19/01/2022


A Cor Púrpura é um romance de grande importância para a literatura norte americana negra como também vencedor do prêmio Pulitzer em 1983, e escrito pela autora negra Alice Walker, (vocês que estão acompanhando as últimas resenhas a autora eu a citei na resenha do livro “Colorismo”, pegaram as referências ?)

A Cor Púrpura é aquele livro no qual você encerra e deixa por alguns dias e se reflete sobre o peso que a obra tem de impactante. Para resenhar necessita de uma reflexão e descrever o que sentiu durante toda a leitura, e foi o que fiz e agora estou aqui repassando um pouco dessa experiência marcante.

Ambientado no sul dos Estados Unidos, em uma área rural na Geórgia no intervalo entre guerras, teremos a história de Celie, jovem negra, nascida na pobreza em uma cidade segregada. Celie é violentada, forçada a separar dos filhos e da sua irmã no qual tanto ama, para ser obrigada a casar com um homem violento e temos uma reviravolta quando seu marido leva para dentro de casa a amante Shug Avery, por estar doente precisa de cuidados, a mesma é uma mulher moderna a frente do seu tempo, é cantora faz sucesso e tem uma liberdade diferente da nossa jovem Celie, o que achamos que seria uma batalha acaba se construindo uma amizade entre as personagens e com isso Celie passa a se auto descobrir e assim se libertando das amarras que a sufocaram por anos e Celie passa a pensar fora da sua bolha.

Celie nos narra sua trajetória através de cartas a Deus e outros personagens, é um romance epistolar com uma linguagem simples e sensível, a personagem possui pouco estudo e com isso apresenta bastantes dificuldade em escrever suas cartas e isso notamos durante a leitura o que humaniza e nos aproxima da realidade da personagem. Essas cartas a Deus para Celie é uma forma de encarar como a vida foi limitada a ela e com o transcorrer da narrativa e Celie vai se desconstruindo ela direciona a carta a sua irmã.
Jacy 19/01/2022minha estante
Um dos meus melhores livros!!!! ?


Rafael Kerr 19/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Me chamo Rafael Kerr e sou escritor. Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria - O oráculo. Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




Nado 07/04/2021

Romance epistolar que é um dos mais relevantes livros da literatura americana. A premissa da obra parece ser bem simples: uma mulher escreve cartas para Deus para desabafar tudo o que vivencia. Porém, o que parece singelo se torna um texto forte, reflexivo e tão importante para os dias de hoje nos quais ainda se vê atos de retrocesso em toda parte.
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O enredo traz a história de Celie, uma mulher preta que desde os seus 14 anos escreve cartas para Deus como uma forma de contar para alguém os abusos sexuais que sofre do próprio pai, com o qual ela tem dois filhos. Não bastasse esse sofrimento tão cedo, ela é obrigada a se casar com um recém viúvo que tem quatro filhos e que vê nela apenas a cuidadora da casa e das crianças.
Durante a leitura dessas cartas, o leitor acompanha toda a rotina na vida de Celie e as agressões que sempre sofre do seu marido que a trata das piores maneiras possíveis. Até que o improvável acontece, ele traz a amante para dentro de casa e a vida de Celie tem uma inesperada reviravolta.
Alice Walker retratou períodos do início do século XX abordando temas como o racismo, machismo, patriarcado, feminicídio e tantos outros que não estão extintos da sociedade e que, infelizmente, vemos indícios de que tudo está muito longe da acabar.
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A Cor Púrpura foi adaptado para o cinema no ano de 1985 sendo indicado a 11 prêmios Oscar e considerado o melhor filme do ano como grande favorito a levar algumas estatuetas para casa. Curiosamente o longa não ganhou nenhum prêmio na noite nos restando a pergunta retórica: Por que?
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Essa foi uma das leituras mais tocantes que fiz nos últimos meses, a história de Celie me pegou de jeito desde a primeira página. Agradeço ao @olivroviroufilmeseriehq que me convidou para fazer parte da leitura conjunta com o sensacional grupo @lendomulherespretas que é gerido carinhosamente pela @jacy.black. Agradeço também ao @eu_rafaprado que indica esse livro para mim desde quando nos conhecemos como um de seus livros da vida. Meu obrigado a todos vocês por me apresentarem essa obra-prima.
João Paulo 07/04/2021minha estante
O filme é um dos meus favoritos ?




pslover_ 25/09/2024

Mais uma leitura potente e que propicia reflexões sobre racismo e sexismo.
A cor púrpura é sim uma história terrivelmente triste, mas, é também uma linda história sobre amor, esperança e superação, um retrato inabalável da dor de uma mulher que não ousava discordar, mais no momento em que se dá conta de que sim, ela tem esse direito, vê sua vida se transformar.
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Dear.Manoel.Neto 17/05/2022

A inocência de saber discutir temas importantes com emoção
Depois de conhecer as músicas do musical da Broadway, da montagem brasileira, até mesmo alguns recortes de performances (na verdade muitos), e o próprio filme, achei que nada mais nessa história poderia me surpreender, e que engano meu, primeiramente, essa edição especial de capa dura (lindíssima), contendo prefácios especiais dão uma emoção a mais, e não só isso, a narração em primeira pessoa, em sua maior parte pelo ponto de vista da Celie em forma de cartas, torna tudo mais íntimo e real.

E apesar de não ser uma biografia, não seria essa, a história de diversas mulheres negras, que sofreram e ainda sofrem com o racismo, ou abusadas por seus familiares, agredidas por seus maridos, ou ainda são julgadas apenas por serem mulheres, pelas roupas que decidem vestir e pela sua sexualidade.

O livro aborda esses temas bastante pesados, mas sem esquecer de nos dar esperança que dias melhores virão, debate religião, mas não segue uma coisa específica, e sim abre nossos olhos para algo além do que é nos apresentado na bíblia ou igreja, algo bem mais real e do coração.

Somos recheados de mulheres fortes aqui, cada uma com sua personalidade, passando por suas dificuldades e lutas, mas ter a Celie como protagonista é fundamental para o andamento de tudo, já que sua inocência é pura, e assim conseguimos entender suas atitudes, questionamentos, reflexões, fazendo com que aos poucos ela vá desabrochando, no sentindo sexual, afetivo, religioso, e assim amadurecendo e se tornando uma mulher cada vez forte.

?Eu vivi tão ocupada pensando nele queu na verdade nunca reparei nada do que Deus faz. Nem na espiga de milho (como será que ele faz isso?) nem na cor púrpura (de onde será que ela vem?). Nem nas florzinha silvestre. Nada. Agora que meus olho tão abrindo, eu pareço boba.?
Dear.Manoel.Neto 17/05/2022minha estante
Mal posso esperar pro remake do filme, em musical agora??


V_______ 17/05/2022minha estante
Ótima resenha!


Dear.Manoel.Neto 18/05/2022minha estante
Obrigado!




Nicole Pazzini 28/05/2024

Neste livro temos a história da Celie, uma mulher negra que vive no interior dos Estados Unidos. É um livro bem pesado e dolorido em muitas passagens, pois Celie sofre todos os tipos de abuso: sexual, moral, psicológico e social. Celie escreve cartas para Deus e sua escrita é um tanto 'rústica', mas isso não torna o livro massante.
Celie vive um uma fazenda com sua família e praticamente vive trabalhando. Ela tem uma irmã que ama de paixão, a Nattie, e elas se veem separadas. Celie é praticamente vendida para o 'Sr.' que passa a ser seu esposo. Nisso, o ciclo de violência não finda (já que em casa ela chegou a ter DOIS FILHOS do seu pai que acabaram sendo doados por ele). Ela continua a fazer todos as tarefas domésticas, trabalhar no campo, cuidar dos filhos do marido... enfim, é um sofrimento sem igual.
Tudo muda quando Shung (amante do marido) passa a morar com eles por um tempo, pois ela está doente. Quem acaba cuidando dela é a própria Celie. E aqui parei para refletir: é um ABSURDO completo isso, o marido colocar a amante para a mulher cuidar, mas dentre todas as coisas que a personagem já passou até a chegada de Shung, parece que isso é irrisório.
Shung é uma mulher livre, com autoridade, independência, algo completamente diferente de Celie que é totalmente submissão a todas as pessoas. No fim, Shung e Celie se tornam grandes amigas. Shung vem para tirar Celie dessa redoma, mostrar seu potencial enquanto mulher, fazendo ela entender diversas coisas que no fim, mudam sua vida para muito melhor.

É um livro bem pesado de ler por ter todas as esferas de violência possíveis, mas ele também é lindo, pois abarca bem o quanto mulheres podem levantar mulheres, o quanto é possível renascer, viver, se entender mais e mais.

Eu adorei! Acredito que vá entrar para os favoritos do ano.
Margô 07/06/2024minha estante
Ôi Nicole, vi a sua sensível resenha da Cor Púrpura. Esta obra que em boa parte da narrativa nos traz a dor em sua forma mais profunda, atingindo o universo feminino, e as feridas do racismo, me contagiou sobremaneira... Está entre os 10 melhores livros ? que já li. Obrigada por ter compartilhado a resenha!


Nicole Pazzini 07/06/2024minha estante
Também está entre os dez melhores que li, sem dúvidas, valeu muito a pena. Nos faz refletir em tantas coisas? Celie é tão forte. Penso se eu teria forças para suportar tudo que ela passou.


Margô 08/06/2024minha estante
Nicole, vc viu o filme? É simplesmente lindooo! A primeira versão.??


Nicole Pazzini 08/06/2024minha estante
Não vi ainda!! Quero muito ver o primeiro, vi que tem um mais atual que parece ser musical.


Margô 08/06/2024minha estante
Isso mesmo. Gostei mais da produção do Steve Spilberg...




Wendy95 02/04/2023

"Essa vida logo acaba, eu falo. O céu dura pra sempre."
Um clássico!
É impossível não se emocionar, se pôr no lugar da protagonista, viver seus medos, temores, dores.

Celie simplesmente escolhe viver, e assim passa por todo tipo de humilhação e abusos.

É uma história sobre racismo, sexismo, e as várias camadas que esses temas trazem, dolorido e real.

Mas mesmo com as adversidades, Celie continua mantendo sua fé, firme e forte, com um coração esperançoso, e vemos ao longo da sua vida as mudanças necessárias e as pessoas que a cercam e que ela ama sendo importantes para todo esse processo.

Com um formato epistolar, vamos passeando por todas as fases da vida da nossa protagonista, bem como a da sua irmã Nettie. Confesso que gostei, achei a leitura fluída e não me trouxe nenhum desconforto e o final foi emocionante.
Um livro que te faz refletir sobre a vida, as escolhas que fazemos, e com a inclusão de temas que são recorrentes na sociedade.

"E eu logo li a minha sorte. Dizia, porque você é o que é, seu futuro será feliz e brilhante."
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Lizia.Yohanna 02/11/2023

Tô arrasada
Esse livro já começou me fazendo chorar vey como pode? Primeira página e eu já me desmanchei em lágrimas.
A cada página eu ia ficando mais triste e mais encantada com a escrita e a história desse livro. A personagem principal é uma das mulheres mais fortes que já vi e o jeito que ela foi mudando, amadurecendo, se conhecendo e se aceitando no decorrer da história me deixou encantada e ainda mais apaixonada por essa leitura.
Amei ver o ponto de vista da Nettie também e o crescimento da personagem. As mudanças dos outros personagens, a aceitação que foi tão simples em relação a sexualidade da Celie me deixou encantada.
Apesar de todo o sofrimento e de tantas verdades jogadas em nossa cara durante essa leitura eu achei o final bem satisfatório e indico muito a leitura desse livro.
Mr_Clio 03/11/2023minha estante
Vi o filme, dirigido pelo Spielberg muitos anos atrás, e que revelou Whoopi Goldberg como grande atriz. Fiquei muito impactado à época. Um "soco no estômago" que todo "cidadão de bem" certamente precisa levar.


Rodolfo120 03/11/2023minha estante
O filme é ducaraio mesmo! E olha que não gosto de drama.




Gessyka.Loyola 27/06/2024

Querido Deus...
Adorei esse livro. Foi emocionante e aflitivo acompanhar a história dessas irmãs e sua trajetória. A incerteza de saber se um dia se reencontrariam e as emoções das novas descobertas de Celie.
A única coisa foi minha dificuldade com a escrita.
?A cor púrpura reconta as opressões impostas àquelas humanidades racializadas que podem reescrever a História. A cor púrpura existe para que escrevamos cartas usando a tinta da infância, honrando as meninas que precisam acertar as contas com Deus.?
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