PC_ 10/01/2013pcdifícil resenhar ou resumir o livro para quem nao conhece o estilo de guimarães rosa.
para quem conhece sabe que a resenha ou resumo é um tanto inútil, pois o prazer está mais na linguagem e no transcorrer da história do que propriamente na trama dos contos.
do primeiro conto ( burrinho pedrês) ao último conto ( a hora e a vez de augusto matraga) , cada palavra é imperdível.
para quem vai lê-lo pela primeira vez, paciência, leva-se um tempo para se acostumar ao estilo "original" de escrita do autor, e também não se assuste caso tenha que consultar o dicionário e o google várias vezes, pois abundam palavras pouco usuais e raras no uso habitual da língua ( o autor o faz propositadamente, isso inclusive é citado num do contos, na fala de um dos personagens, "o poder das palavras raras" ) e referências a elementos do meio rural e agreste, como animais, plantas, etc...
como disse, é um livro para ser lido com paciência, com calma, pois parte do prazer da leitura vem da observação da forma, não necessariamente do seu conteúdo, que também é excelente.
enfim, histórias criativas, narradas na forma original de guimarães rosa.
atentem para o último conto , que poderia ser transformado num livro, mas que por alguma razão, talvez singeleza, o autor manteve sob a forma de conto.
embora meu conto preferido seja o burrinho pedres, todos os outros contos sao excelentes, mas inegavelmente , o conto mais citado e considerado o melhor é "a hora e a vez de augusto matraga".
bom, como é impossível resumir todos os contos numa resenha de poucas linhas digo apenas que vale muito a pena ser lido.
ps: já li o livro 5 vezes e a cada leitura descubro algo novo no livro, um detalhe, uma preciosidade deixada pelo autor, para ser garimpada.
na última leitura descobri que fazia mençao a uma raça de gado já extinta na idade média, como se existisse no universo de seus vaqueiros, fora novas descobertas de "brincadeiras" vocabulares do autor.