Resenhas - Arsène Lupin Ladrão de Casaca

Cinara... 19/09/2020

"Às vezes me pergunto por que nem todo mundo escolhe ser ladrão. Com um pouco de habilidade e reflexão, não existe trabalho mais sedutor. Profissão pacata... digna de um pai de família... Cômoda até demais... chega a ser maçante. "

Primeira leitura que eu fiz desse livro foi por causa do filme Ladrão de Casaca de 1955 do diretor Alfred Hitchcock com o maravilhoso Cary Grant e a Grace Kelly...
Agora me deu o fogo novamente para ler por causa da série da Netflix Lupin, lê-se tanto esse livro na série que eu tinha que ler novamente ??
O legal do livro é que você nunca sabe o que está acontecendo! ?

Clio0 30/05/2022

Arsène Lupin é o reverso da medalha de outra famosa criação: Sherlock Holmes.

O famoso detetive normalmente se esforça em resolver casos e seu companheiro Watson os relata, já Arsène é um criminoso responsável por criar planos e empregar táticas mirabolantes para realizá-los e, embora à vezes haja a presença do autor ego de Leblanc como um escritor fazendo sua biografia, a maior parte dos contos tem o próprio Lupin como narrador.

Essa peculiaridade da escrita pode desnortear alguns leitores, pois Lupin demora para se revelar quando disfarçado. Seus pensamentos e atos realmente simulam os de seus alter-egos, transformando as histórias em algo similar as antigas charadas.

As histórias contidas nesse volume não são exatamente a sua origem - tendo sido primeiramente publicado em uma revista, elas tinham por objetivo prender a atenção e não criar uma mitologia.

Deve-se manter em mente que o personagem é uma paródia, uma brincadeira trazida pelo humor mordaz dos franceses e colorido pelas várias épocas em que foi escritos, do início do século XX até os dias atuais. Tentar lhe dar uma roupagem série ou empregar ideologias modernas como foi feito na série pode ser uma faca de dois gumes.

Recomendo.

Welliton.Moreira 27/04/2021

Sagaz, debochado, carismático e um gênio... Esse é Arsène Lupin
LEBLANC, Maurice. Arsène Lupin o Ladrão de Casaca. Ed. Principis. 2021

O Ladrão de Casaca é uma coletânea de contos que se interligam durante o desenrolar. Arsène Lupin é um galante ladrão com capacidades intelectuais de forma incrível, sem falar no quanto é carismático.
Como todo bom cavalheiro que se prese, Lupin possui suas regras e condutas, por exemplo, não se utilizar de violência e rouba somente dos ricos, podemos compará-lo a um Robin Hood. Sendo um personagem muito sagaz, após completar seus crimes deixa sempre um cartãozinho de visitas para mostrar que passou por ali.
Os contos vão seguindo uma ordem cronológica e com isso instiga ainda mais a curiosidade de nós leitores. Além de suas habilidades mentais aguçadas, Lupin é um ladrão de mil e um disfarces, e cada conto desperta aquela vontade de saber como o nosso elegante ladrão de casaca estará usando.
Maurice Leblanc fez seu personagem enganar até mesmo os leitores, pois por mais na cara que esteja quem é Lupin em cada conto, sempre há um ar de mistério em volta de tudo.
Este livro é de uma escrita e histórias incrivelmente agradáveis e divertidas, leitura bem rápida, com muita fluidez e quando me vi, já era fã de Lupin. Esse personagem para os franceses é de uma importância tão grande assim como Sherlock Holmes é para Londres. Não consegui encontrar pontos negativos, só sei que recomendo muito e estou ansioso por ler as demais aventuras desse caricato personagem maroto.

Michela Wakami 18/01/2022

O livro é dividido em capítulos, e nem todos estão interligados.
Um em particular, fiquei tão confusa, que precisei relê-lo, para entender, o que estava acontecendo.

Lupin, muitas vezes aparece com outros nomes.
Ele usa muitos disfarces, por isso tem que prestar muita atenção.


Tem um outro, que achei muito viajado, O colar da rainha.
Lupin é um ser super dotado na malandragem.

Os dois primeiros capítulos , e o último, são os melhores, na minha opinião, gostei demais.

O último capítulo, é uma introdução para o segundo livro.

Valeu a leitura. Que venham os próximos.

Wes 30/07/2021

Já queria ler esse livro há tempo. Sempre ouvi falar de Lupin, ainda mais com o hype da série (que ainda tenho que assistir). Até que, coincidentemente, esse seria o livro do mês no projeto de leitura coletiva que acompanho pelo canal Ler Antes de Morrer (canal perfeito, se inscrevam).

Gosto de clássicos. Sempre foi um desafio que gostei de enfrentar. Então, mergulhei de cabeça nesse livro, que nos apresenta uma série de contos do ladrão mais aclamado da França e de toda a Europa ocidental.

Empurrei com a barriga. Definitivamente não gostei. Não desenvolvi nenhuma conexão ou afinidade com o Lupin, porque foi impossível. A descrição e caracterização do personagem principal, essenciais num livro, são quase inexistentes nessa obra e todos os personagens são vagos. Os únicos contos dos quais gostei foram "O Colar da Rainha", "O sete de copas" e "O cofre-forte da sra. Imbert".

Publicado pela primeira vez em 1907, em O Ladrão de Casaca, Maurice Leblanc tenta rivalizar com o Conan Doyle e suas aventuras com Sherlock Holmes, numa disputa que envolveu até atritos judiciais (talvez a única coisa relacionada ao livro que me proporcionou alguma emoção), mas, sinceramente? Sherlock Holmes, maior e melhor.

Perdão aos fãs de Lupin. Odeio maltratar livros assim, ainda mais de um autor renomado e clássico. Mas esperava bem mais. Um dia assisto a série, não será difícil ser melhor que o livro.

Pam 25/01/2022

Uma boa introdução, tem potencial para mais.
Eu gostei de finalmente conhecer Arsène Lupin, e certas expectativas foram alcançadas, mas outras não muito. É um livro bom, mas não conseguiu por enquanto ser muito mais do que isso.

O Lupin é muito carismático e inteligente, o que ajuda bastante a me deixar curiosa para ler mais, mas achei a narração meio bagunçada e os plots previsíveis. O livro é uma coleção de contos e muitas vezes eu me peguei confusa sobre quem estava narrando ou o que estava acontecendo. Alguns contos também nas primeiras informações fica previsível sobre qual será a resolução, e isso me frustrou considerando que chamam o Arsène Lupin de "Sherlock Holmes francês" e geralmente o Conan Doyle sempre me surpreendia com seus desfechos que às vezes mesmo que fossem meio “absurdos”, tinham o seu sentido. Às vezes o Lupin faz ou descobre coisas que não ficaram claras pra mim como ele conseguiu, o que também me decepcionou. Mas em geral, quando ele explica é muito legal e divertido.

Como ainda tenho muitos livros pela frente, estou na esperança que haja uma evolução, não vou desistir por causa do começo fraco, até porque os livros são curtinhos, então dá pra ler rapidinho. E como Sherlock Holmes foi citado, vale falar que tem umas citações muito legais a ele! Foi de aquecer o coração de qualquer fã.

Bárbara Paradiso 11/08/2021

O que dizer?!
???Eu achava que tinha chego ao topo do favoritismo pelas histórias policiais e investigativas de Hercule Poirot e Sherlock Holmes...meus personagens preferidos.

???Mas não é que me surge Arséne Lupin? Que personagem! Engraçado que eu nunca tinha conseguido juntar a genialidade de Sherlock ou Poirot num personagem ladrão, e ainda por cima, conseguir gostar dele no mesmo nível!

???Amei! Amei!
Pretendo ler os outros da saga Lupin! Leiam!

Victoria (Vic) 24/05/2021

eu gostei MUITO das primeiras histórias, achei Lupin extremamente interessante, charmoso, engraçado e um ótimo anti-herói! mas depois o livro foi ficando meio arrastado... gostei apenas da primeira metade, então não pretendo por enquanto ler os próximos, mas foi ótimo conhecer Arsene Lupin.

DeniseSC 29/08/2024

O ladrão gentleman
Este foi o meu primeiro livro de Maurice Leblanc e a leitura me agradou muito, me lembra os livros de Arthur Conan Doyle, o formato de contos breves que as vezes tem ligações e três si, a temática de crimes e as descrições dos lugares, avenidas e obras daquela época.
A diferença aqui, é que não acompanhamos um detetive nato, mas sim um ladrão perspicaz, extrovertido, inteligente e apreciador das artes, que mesmo sendo um fora da lei, tem princípios que o impedem de cometer crimes vis como assassinatos e violências, furtando apenas dos extremamente ricos.
O paralelo entre os autores não foi apenas coincidência, no último conto temos Lupin escapando entre os dedos de Sholmes (Nome alterado por motivos jurídicos na obra de Leblanc).
Sem spoilers devo dizer que recomendo fortemente a leitura, e que me peguei caindo em um esquema de pirâmide ao descobrir que a coletânea de contos remonta mais de 20 livros! Mal posso esperar para me pegar torcendo para que o ladrão de casaca escape em todos eles!

Elianne.Franchella 20/07/2021

Para relaxar
Aventuras simples, foi a minha "sessão da tarde". O personagem é inteligente e abusado - há momentos em que vc pensa: precisava fazer isso?

Taina 14/09/2021

Bom passatempo
Resolvi ler o livro depois de ter assistido a série. O livro é composto de nove histórias das quais duas ou três me levaram ao tédio, mas de maneira geral, é interessante e bastante criativo.
Penso que à época em que foi escrito deve ter sido verdadeiro sucesso (justificável) e a fama que carrega até os dias de hoje o faz meritório de ser lido.
Em suma, um bom passatempo.

Cosmonauta 09/11/2022

Arsène Lupin
"Arsène Lupin entre nós! O impecável ladrão de quem se contavam as proezas em todos os jornais há meses! A enigmática personagem com quem o velho Ganimard, o nosso melhor policial, tinha iniciado um duelo de morte cujas peripécias se desenrolaram de modo tão pitoresco! Arsène Lupin, o ladrão de casaca que só operava nos castelos e salões..."

Tradução de Luciene Ribeiro dos Santos

Ana Luiza 27/03/2021

Para fans de Sherlock Holmes e Hercules Poirot
Nunca pensei que fosse me divertir com um romance policial ao contrário. Mas foi uma descoberta e tanto. Quero dizer: o que sobra para o gênero depois que tu sabe quem é o culpado? A minha reposta é o "como". E vou dizer que pensar nisso como um desafio, pode fornecer ao leitor uma exercícios de imaginação e disrupção. Ler Arsene Lupin foi divertido, curioso e singular. E, para aqueles que gostarem do livro, recomendo assistirem a série.

Leonardo_css 08/07/2020

Sensacional
Curte Sherlock Holmes e seus mistérios? É porque você ainda não conheceu Arsene Lupin, o maior ladrão que já conheci.

O livro é divertidíssimo e bem peculiar. Sabe porque? Você acaba querendo que o ladrão se dê muito bem! Haha.

São diversos casos contados e que você fica pensando "como ele vai sair dessa".

E ah, ele acaba se encontrando com o Sherlock...leia e veja por aí só.

Craotchky 31/08/2023

O outro lado da moeda
"Trabalhava por gosto e vocação, mas também para divertir-se."

Sendo, cronologicamente, a primeira obra do famoso ladrão francês Arsène Lupin, O ladrão de casaca é um livro constituído por histórias curtas e independentes; em outras palavras, o volume reúne contos até então publicados por Maurice Leblanc, protagonizados pelo seu principal personagem. Nota-se que houve uma leve tentativa de atribuir certa coesão ao todo, mas sinceramente não havia necessidade, uma vez que cada capítulo se sustenta sozinho. Generosamente, poderíamos nos referir ao livro como um romance episódico...

O fato é que O ladrão de casaca é um livro leve, divertido, criativo, sarcástico e, por vezes, engraçado. Leblanc conseguiu criar um personagem carismático, elegante, confiante e claro, sagaz. Ao mesmo tempo, o autor conseguiu criar um personagem que, embora seja "do mal" dificilimamente (inventei essa palavra agora) será taxado pelo(a) leitor(a) de vilão, porque, como diz na contracapa desta edição, "[...] ridicularizando os burgueses, ajudando os fracos, Arsène Lupin é um Robin Hood da Belle Époque."

A frase destacada acima faz mesmo sentido. Lupin meio que tem e respeita um código moral todo próprio. Realmente ele rouba apenas pessoas extremamente ricas e não costuma empregar meios violentos para cometer seus crimes; sua principal arma é a astúcia. Interessante também que Lupin frequentemente utiliza disfarces e outros nomes, o que, durante uma parte dos contos, esconde sua identidade até de quem está lendo! Ele vai se revelando aos poucos, através de suas ações, afinal:

"Por que hei de ter uma aparência definida? Por que não evitar o perigo de uma personalidade sempre igual? Meus atos já me revelam bastante. Tanto melhor que não possam nunca dizer com certeza: 'Eis aqui Arsène Lupin'. O essencial é que digam sem medo de errar: 'Arsène Lupin fez isso'."

Sim, algumas coisinhas podem soar meio forçadas às vezes, mas nada que se possa condenar veementemente. Não fica tão claro, também, como Lupin sabia determinados elementos de um caso; no máximo esse conhecimento fica sugerido implicitamente, ou fica como que subentendido. Mas é outra coisa que raramente acontece, e a meu ver praticamente não prejudica o todo.

Sem dúvida, o grande momento do livro é quando Arsène Lupin se vê cara a cara com Sherlock Holmes, ou melhor, Herlock Sholmes. Penso que o autor jogou bastante bem com as possibilidades desse encontro, sobretudo no escasso espaço de um conto. Pelo que senti, Leblanc trata Herlock com respeito. Ao final, quando interrogado sobre a razão de não ter prendido Lupin quando teve uma manifesta oportunidade que lhe caíra no colo, Herlock responde: "[...] quando se trata de um adversário como Arsène Lupin, Herlock Sholmes não aproveita as oportunidades... ele as cria."

Claro que Leblanc favorece sua criação, mas não consigo ver qualquer intenção pejorativa para com o personagem de Sir Arthur. O desfecho é ousado ao deixar claro que Maurice planejava colocar os rivais frente a frente novamente. Não resta dúvida que lerei Arsène Lupin contra Herlock Sholmes; não posso perder mais um confronto.

CURIOSIDADES:
• Em 1955 o mestre Hitchcock adaptou o livro no filme "To catch a thief". (Essa nem eu sabia!)
• Após Conan Doyle apelar para a justiça contra o uso de seu personagem pelo autor francês, Leblanc foi proibido de usá-lo. Assim, apenas trocando a posição da letra S, nasceu Herlock Sholmes. Herlock Sholmes mora na Parker Street e cultiva uma amizade profunda com o sr. Wilson. (hahahahahahah)
• Uma provocação/cutucada de Leblanc(?): "[...]Herlock Sholmes, o mais extraordinário decifrador de enigmas jamais visto, a prodigiosa personagem que parece forjada pela imaginação de um romancista [...]"
• Em sua autobiografia (já resenhei ela por aqui, inclusive) Conan Doyle conta uma histórica curiosa: "Numa dessas ocasiões, quando eu entrava no salão para participar de um torneio de bilhar amador, o atendente me entregou um pequeno embrulho que havia sido deixado para mim. Ao abri-lo encontrei um pedaço de giz comum, cor verde, igual aos que se usam para jogar bilhar. Divertido com o incidente, guardei o giz no bolso do colete e usei-o durante a partida. Depois, continuei a usá-lo, até que um dia, meses mais tarde, ao esfregar a ponta do taco, a superfície do giz cedeu e descobri que ele era oco. Do orifício assim exposto puxei uma tira de papel com as palavras: 'De Arsène lupin para Sherlock Holmes'."