Kaci 05/03/2019
Didática Magna, ou a Arte de Ensinar Tudo a Todos
O autor foi considerado o "pai da didática moderna", pelo seu pensamento diferenciado da época em que o escreveu: 1649, quando ainda vigoravam métodos hostis e até violentos de educação de crianças, seja com a palmatória, seja com uma centralidade do processo educativo, voltada para o professor, sem haver uma preocupação com a criança, que era considerada como um "mini" adulto.
São mais de 400 páginas divididas por 33 capítulos dedicados a um pensar sobre métodos de ensino, sobretudo à universalidade, ou seja, a capacidade de ensinar tudo a qualquer pessoa que deseje aprender. Há no livro, uma visão utilitarista do conhecimento, segundo a qual o ensino só se fará completo se o indivíduo perceber uma utilidade na aplicação de tais conhecimentos. Assim, Comenius desenvolve seu método universalizante embasado na natureza, sua contemplação e nas muitas lições que ela pode prover aos seres humanos, sobre a noção de tempo do Criador, ao imprimir um tempo para cada coisa na Terra. Dessa forma, a educação também deve ser lenta e gradual, partindo de aspectos mais simples para conceitos mais complexos.
Trata da disciplina e de sua necessidade na escola sem que para isto, espancamentos e gritarias sejam aplicados nas crianças, mas que a boa didática influencie positivamente, estimulando um comportamento curioso e saudável, em que não haja lugar para o tédio, o que levaria a criança à desobediência.
Enfim, um livro com muitos aspectos inovadores para a época em que foi escrito e ao mesmo tempo, bem voltado para as questões de seu tempo, com forte influência religiosa, sobretudo protestante.