I-Juca Pirama

I-Juca Pirama Gonçalves Dias




Resenhas - I-Juca Pirama, Os Timbiras, Outros Poemas


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Clio0 22/10/2024

Toda vez que leio Gonçalves Dias, tenho a impressão que seus versos se tornam menores ao serem apenas lidos ao invés de declamados.

A cadência de suas frases simples e rimas constantes parecem pedir voz alta e plena atenção, e é isso o que Juca Pirama é. Um último canto de guerra que segue ao toque dos tambores e ao ritmo do coração do bravo.

O sacrifício da honra pelo dever filial e aquele dado pelo orgulho são os temas centrais que ainda permanece como um dos clássicos do autor.

Recomendo.Toda vez que leio Gonçalves Dias, tenho a impressão que seus versos se tornam menores ao serem apenas lidos ao invés de declamados.

A cadência de suas frases simples e rimas constantes parecem pedir voz alta e plena atenção, e é isso o que Juca Pirama é. Um último canto de guerra que segue ao toque dos tambores e ao ritmo do coração do bravo.

O sacrifício da honra pelo dever filial e aquele dado pelo orgulho são os temas centrais que ainda permanece como um dos clássicos do autor.

Recomendo.
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Diego 29/03/2021

Romantismo indianista
Muito bom o livro.
I-Juca-Pirama é espetacular! A Canção do Tamoio também!
Apenas os Timbiras achei um pouco cansativo, mas talvez eu o tenha lido em um momento em que o cansaço não me deixou desfrutar toda a beleza da epopeia.
Vale muito a pena ler este livro.
Relerei em breve.
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Ana Alice 20/04/2021

I-Juca-Pirama e a representação do indígena no século XIX

O aclamado poema “I Juca Pirama”, de autoria de Gonçalves Dias, é um dos maiores exemplos da primeira geração do romantismo brasileiro. Composto por dez cantos com versos metricamente variáveis, ele narra a história de um índio Tupi que, após se embrenhar na mata com seu pai cego, acaba preso por indígenas Timbira para a realização de um ritual antropofágico. 
Assim como as demais obras indianistas, “I-Juca-Pirama” é caracterizada por apresentar a figura do índio como o herói nacional, de forma análoga aos cavaleiros medievais no romantismo europeu. Desse modo, elementos da cultura nativa são essenciais para a compreensão da história, a exemplo do velho pai que percebeu que seu filho estivera em um ritual antropofágico apenas pelo odor acre de suas tintas corporais. Tais elementos também estão presentes na estrutura do poema, como é possível perceber pela musicalidade, que visa imitar os tambores indígenas, presente nos versos que narram os acontecimentos posteriores à captura do índio Tupi. No entanto, essa musicalidade não se aplica a todo o poema, uma vez que, nos cantos marcados pelas falas dos personagens retratados, o ritmo é consideravelmente mais suave.
“I-Juca-Pirama” é, sobretudo, uma obra dramática. O seu título, que significa “aquele digno de morrer”, faz jus à dramatização da jornada do índio idealizado como herói nacional, quem é constantemente colocado à prova dos valores de honra e coragem cultivados pelo seu povo. Assim, todos os acontecimentos são extremamente simbólicos, desde a renegação e vergonha sentida pelo pai ao fechar os olhos para não ver o seu filho, ainda que já fosse cego, até a rejeição do índio como um bom sacrifício pelo chefe do povo Timbira. O poema, além de ser cativante, está repleto de reviravoltas as quais fazem com que o leitor experimente um misto de ansiedade e euforia quanto à resolução do conflito e o fim da jornada heróica do protagonista, o qual acontece com a luta entre o índio Tupi e a aldeia Timbira, uma última prova de coragem. 
A obra, por possuir poucas páginas e uma linguagem relativamente mais fácil do que as demais obras do período, é recomendável a todos aqueles que queiram se introduzir na leitura da literatura romântica brasileira, mas não sabem por onde começar. Também é uma excelente indicação para aqueles que queiram conhecer um pouco mais sobre a mentalidade do século XIX a respeito da figura idealizada do índio e compreender os seus desdobramentos na folclorização da cultura indígena, que persiste nos dias de hoje.
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Daniel Teles 29/06/2021

Não estou preparado
Não posso dizer que gostei. Tampouco que detestei. A verdade é que não estava preparado para este livro. São dois contos em versos contando uma história do universo indígena. O primeiro eu gostei, já o segundo eu me perdi muitas vezes, e acabei não apreciando tanto. Decidi colocar 4 estrelas mesmo assim. Eu não entendi a história, porque ainda não tenho bagagem literária suficiente para entendê-la, e não porque o livro é ruim.
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Ana Paula Hoffmann 13/03/2022

Um clássico da literatura brasileira, I-Juca-Pirama remota ao indianismo do século XIX, o qual, apesar de descrever um indígena bastante heroico, retrata e traz para a nossa literatura o nacional. O ritmo, a métrica, as rimas e os vocabulários são incríveis!

Sobre Os Timbiras, confesso que foi uma leitura árdua. Um texto que não está em sua completude, pelo fato de o autor falecer altes de finalizar, o que acarreta também em aspectos que ainda poderiam ser revistos na parte já escrita. A tentativa de uma epopeia nacional é bastante simbólica, por isso se faz válida a leitura.
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helenaslodk 05/02/2024

Dei uma nota baixa pro livro pq eu sou "burra" e não sei se entendi a história por inteiro, isso porque poesia não é o meu estilo de escrita favorito. Achei I-Juca-Pirama tranquilo de ler, meu problema foi com Os Timbiras que bastante coisa pra mim passou batido e eu fui so seguindo sem entender.
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Bianca.Santos 22/06/2020

Meu canto de morte
obra que vale a pena a leitura, um clássico indispensável do maior representante da primeira geração do nosso Romantismo. No entanto, a leitura é sim muito difícil, pelo fato de conter inúmeras palavras e expressões indígenas de difícil compreensão, porém o livro fornece uma tradução bastante explicativa.I-Juca Pirama, narra uma história belíssima, emocionante, que permite um mergulho em seu enredo.I-Juca Pirama, é inesquecível, a leitura desse clássico é indispensável!Sou extremamente apaixonada por esse poema.
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

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grazisouzajb 17/03/2022

I-Juca-Pirama
É um poema legal e foi interessante conhecer um pouco mais do romantismo brasileiro mas não é o meu tipo de livro.
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Sara 01/09/2023

6/24 (2023)
Sempre gostei dessa história desde que foi mencionada na aula de literatura, então finalmente li.

Com uma escrita bem característica dos poemas indianistas, mistura dialetos e expressões nada comuns hoje em dia, ajudando na imersão da história. Além disso, expões os valores daquela cultura muito bem.
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Lucas 24/02/2021

Me surpreendi! A lembrança que eu tinha da escrita de autores do romantismo era de quando li Iracema, no meu primeiro colegial, e tinha achado extremamente pedante e desagradável de ler. Hoje comecei a ler Gonçalves Dias com um certo pé atrás, mas foi extremamente agradável.
Para além disso, deixo minha mais completa admiração pela poesia brasileira, tão bela e rica
Leonhard 24/02/2021minha estante
Eu não lia até uns cinco/seis anos atrás. Mas quando leio livros que são passados no ensino fundamental/médio pra galera é impossível não voltar no tempo e imaginar como seria a nossa reação. Bem, no seu caso, fazer um comparativo.




Calð 08/10/2020

Poemas e poesias
Pra quem gosta de poemas e poesias, algumas engraçadas até demais, outras sérias, aqui está o livro perfeito, poucas páginas, mais inesquecíveis cada uma das palavras que estão lá dentro
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bella 11/04/2022

li pra um trabalho de escola, mas é bem legal! a narrativa é em forma de poemas, o que deixa bem mais legal de se ler.
no geral foi uma experiência bacana.
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Mr. Jonas 06/02/2018

I - Juca Pirama
O poema I - Juca Pirama possui 484
versos divididos em 10 cantos. O título do poema é tirado da língua tupi e
significa ?aquele que vai ser morto.? O poema descreve o drama vivido por um
índio tupi, sobrevivente de sua tribo, que é capturado pelos timbiras e deve
ser morto em um ritual. Porém, deve antes relatar suas façanhas, para provar
que é digno de ser sacrificado.

O tupi revela que deixou sozinho o pai velho e cego, pedindo para ser libertado a
fim de cuidar dele, que não deve tardar a morrer. Promete voltar a ser
prisioneiro depois que o pai morrer. O cacique timbira consente em libertá-lo,
mas sem a promessa de voltar por não querer ?com carne vil enfraquecer os
fortes?.
Liberto,
o guerreiro tupi volta ao local onde deixara o pai. Pelo cheiro das tintas no
corpo do filho, o pai percebe que ele fora preso e libertado, o que contraria a
ética indígena. Com indignação, o pai exige que voltem ambos à tribo dos
timbiras.

Chegando lá, o filho é amaldiçoado pelo pai,
pois teria chorado em presença dos inimigos, desonrando os tupis. Para provar
sua coragem, o filho se lança em combate contra toda a tribo timbira. O barulho
da disputa faz o pai perceber que o filho lutava bravamente. O chefe timbira,
então, pede-lhe que pare, pois já tinha provado seu valor. Pai e filho se
abraçam, reconciliados, pois a honra tupi fora restaurada. A história é contada
por um velho índio timbira, como uma recordação.
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Tiago Bessa 19/07/2018

I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias
Análise da obra Gonçalves Dias publicou o livro Últimos cantos e deve ter sido escrito entre 1848 e 1851, e na obra se encontra o poema I – Juca Pirama.
I – Juca Pirama é considerada pelos críticos como um dos mais elaborados poemas do Romantismo brasileiro.
O título do poema é tirado da língua tupi e significa, conforme explica o próprio autor, “o que há de ser morto, e que é digno de ser morto.” Embora tenha nome próprio, “Juca Pirama” não tem nada a ver com o nome do índio aprisionado pelos Timbiras.
Apesar de ter uma fama narrativa que configura o gênero épico e um conteúdo dramatizável, predomina no poema o gênero lírico – um lirismo fácil e espontâneo, perpassado das emoções e subjetividade do poeta. Como é próprio do romantismo, estilo a que está ligado Gonçalves Dias, é um lirismo que brota do coração e da “imaginação criadora” do poeta e que expressa bem o sentimentalismo romântico. A obra é indianista e vale ressaltar a musicalidade dos versos que é uma característica típica de Gonçalves Dias. O poema I–Juca Pirama nos dá uma visão mais próxima do índio, ligado aos seus costumes, idealizado e moldado ao gosto romântico. O índio integrado no ambiente natural, e principalmente adequado a um sentimento de honra, reflete o pensamento ocidental de honra tão típico das novelas de cavalaria medievais - é o caso do texto Rei Arthur e a Távola Redonda. Se os europeus podiam encontrar na Idade Média as origens da nacionalidade, o mesmo não aconteceu com os brasileiros. Provavelmente por essa razão, a volta ao passado, mesclada ao culto do bom selvagem, encontra na figura do indígena o símbolo exato e adequada para a realização da pesquisa lírica e heróica do passado. O índio é então redescoberto, embora sua recriação poética dê idéia da redescoberta de uma raça que estava adormecida pela tradição e que foi revivida pelo poeta. O idealismo, a etnografia fantasiada , as situações desenvolvidas como episódios da grande gesta heróica e trágica da civilização indígena brasileira, a qual sofre a degradação do branco conquistador e colonizador, têm na sua forma e na sua composição reflexos da epopéia. da tragédia clássica e dos romances de gesta da Idade Média. Assim o índio que conhecemos nos versos bem elaborados de Gonçalves Dias é uma figura poética, um símbolo. Gonçalves Dias centra I – Juca Pirama num estado de coisas que ganham uma enorme importância pela inevitável transgressão cometida pelo herói, transgressão de cunho romanesco (o choro diante da morte) que quando transposta a literatura gera uma incrível idealização dos estados de alma. Como exemplo, podemos citar as reações causadas pelo "suposto medo da morte". Com isso, o autor transforma a alma indígena em correlativos dos seus próprios movimentos, sublinhando a afetividade e o choque entre os afetos: há uma interpenetração de afetos (amor,ódio, vingança etc.) que estabelece uma harmonia romântica entre o ser que está sendo julgado e a sua natureza - a natureza indígena, com a consequente preferência pelas cenas e momentos que correspondem ao teor das emoções. Daí as avalanches de bravura e de louvor à honra e ao caráter. Foco narrativo I – Juca – Pirama é narrado em 3ª pessoa por um índio timbira que relata às gerações posteriores as proezas do guerreiro tupi que lá esteve. A posição do narrador é distante, revelando-se onisciente e onipresente. O poema descreve, a partir de um “flash-back”, a estória de um índio tupi que, por ser um bravo e corajoso guerreiro, deveria ter sua carne comida numa cerimônia religiosa (antropofagia). Tempo / Ação / espaço O autor, através do narrador timbira, não faz menção ao lugar em que decorre a ação; sabe-se, entretanto, que os timbiras viviam no interior do Brasil, ao contrário dos Tupis, que se localizavam no litoral.
Quanto ao tempo, não há uma indicação explícita, mas percebe-se que é a época da colonização portuguesa, quando os índios já estavam sendo dizimados pelo branco, como diz, no seu canto de morte, o guerreiro Tupi – um triste remanescente “da tribo pujante/ que agora anda errante”.
Personagens I - Juca Pirama - típico herói romantizado, perfeito, sem mácula que desperta bons sentimentos no homem burguês leitor. O velho tupi - simboliza a tradição secular dos índios tupis. É o pai de I – Juca Pirama. Os timbiras - índios ferozes e canibais. O velho timbira - narrador e personagem ocular da estória. Temática O índio adequado a um forte sentimento de honra, simboliza a própria força natural do ameríndio, sua alta cultura acerca de seu povo representado no modo como este acata o rígido código de ética de seu povo.
O índio brasileiro é um clone do cavaleiro medieval das novelas européias românticas como as de Walter Scott.
Estrutura da obra A metrificação de Gonçalves Dias é bastante original, pois “menospreza regras de mera convenção”. O poeta sempre busca a forma ideal para cada assunto, adequando bem forma e conteúdo.
Em I – Juca – Pirama, alterna versos longos e curtos, ora para descrever (verso lento), ora para dar a impressão do rufar dos tambores no ritual indígena.
O poema nos é apresentado em dez cantos, organizados em forma de composição épico – dramática. Todos sempre pautam pela apresentação de um índio cujo caráter e heroísmo são salientados a cada instante.
Canto 1 - Apresentação e descrição da tribo dos Timbiras. Como está descrevendo o ambiente, o autor usa um verso mais lento e caudaloso, que é hendecassílabo (onze sílabas). A estrofe é sempre de seis versos (sextilha) e as rimas obedecem ao esquema: AA (paralelas) e BCCB (opostas ou intercaladas). Canto 2 - Narra a festa canibalística dos timbiras e a aflição do guerreiro tupi que será sacrificado. O poeta alterna o decassílabo (dez sílabas) com o tetrassílabo (quatro sílabas), o que sugere o início do ritual com o rufar dos tambores. As estrofes são de quatro versos (quarteto) e o poeta só rima os tetrassílabos. Canto 3 - Apresentação do guerreiro tupi – I – Juca Pirama. Sem se preocupar com rimas e estrofação, o poeta volta a usar o decassílabo (com algumas irregularidades), novamente num ritmo mais lento, que se casa bem com a apresentação feita do chefe Timbira. Canto 4 - I - Juca Pirama aprisionado pelos Timbiras declama o seu canto de morte e pede ao Timbiras que deixem-no ir para cuidar do pai alquebrado e cego. O verso pentassílabo (cinco sílabas), num ritmo ligeiro, dá a impressão do rufar dos tambores. As estrofes com exceção da primeira (sextilha), têm oito versos (oitavas), e as rimas seguem o esquema AAA (paralelas) e BCCB (opostas e intercaladas). Canto 5 - Ao escutarem o canto de morte do guerreiro tupi, os timbiras entendem ser aquilo um ato de covardia e desse modo desqualificam-no para o sacrifício. Dando a impressão do conflito que se estabelece e refletindo o diálogo nervoso, entre o chefe Timbira e o índio Tupi, o poeta altera o decassílabo com versos mais ou menos livres. Não há preocupação nem com estrofes nem com rimas. Canto 6 - O filho volta ao pai que ao pressentir o cheiro de tinta dos timbiras que é específica para o sacrifício desconfia do filho e ambos partem novamente para a tribo dos timbiras para sanarem ato tão vergonhoso para o povo tupi. Reproduzindo o diálogo entre pai e filho e também a decepção daquele, o poeta usa decassílabo juntamente com passagens mais ou menos livres. Não há preocupação com rimas ou estrofes. Canto 7 - Sob alegação de que os tupis são fracos, o chefe dos timbiras não permite a consumação do ritual. Num ritmo constante, marcado pelo heptassílabo (sete sílabas), o poeta reproduz a fala segura do pai humilhado e do chefe Timbira. A estrofação e as rimas são livres. Canto 8 - O pai envergonhado maldiz o suposto filho covarde. Para expressar a maldição proferida pelo velho pai, num ritmo bem marcado e seguro, o poeta usa o verso eneassílabo (nove sílabas), distribuindo-os em oitavas, com rimas alternadas e paralelas. Canto 9 - Enraivecido o guerreiro tupi lança o seu grito de guerra e derrota a todos valentemente em nome de sua honra. Casando-se com o tom narrativo e a reação altiva do índio Tupi, o poeta usa novamente o decassílabo com estrofação e rimas livres. Canto 10 - O velho Timbira ( narrador ) rende-se frente ao poder do tupi e diz a célebre frase: "meninos, eu vi". Alternando o hendecassílabo com pentassílabo, o poeta fecha o poema, de forma harmoniosa e ordenada, o que reflete o fim do conflito e a serenidade dos espíritos. Casando com essa ordem restabelecida, as estrofes vêm arrumadas em sextilhas e as rimas obedecem ao esquema AA (paralelas) e BCCB (opostas e intercaladas). Enredo O poema narra o drama de I-Juca Pirama (aquele que vai morrer), último descendente da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga. Movido pela amor filial, pois o índio tupi era arrimo de seu pai, velho e cego, I-Juca Pirama, contrariando a ética do índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisioneiro: "Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes." Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que percebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indignado, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que ferido em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras. Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pode-lhe que pare a luta, reconhecendo sua barvura. Pai e filho se abraçam - estava preservada a dignidade dos tupis.

site: https://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/i/i_juca_pirama
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