Malu 21/06/2022
Pra ser sincera, fiquei um pouco decepcionada com a leitura. Alexandre Dumas é autor do meu livro favorito, "O Conde de Monte Cristo", então peguei pra ler "Os Três Mosqueteiros" com uma expectativa um pouco alta. Porém, o livro não me agradou muito. A história não me prendeu, achei a leitura bem arrastada, e a forma como ela foi escrita me deu a impressão de que tinha uns "cortes" na linha narrativa, às vezes era difícil acompanhar a construção e o desenvolvimento dos fatos porque parecia que tinha coisa faltando. Com relação a essa última ressalva, não sei se isso está presente desde a primeira edição ou se isso é um problema da edição em específico que peguei pra ler, então não estou certa se atribuo esse último problema ao autor em si.
Apesar de não ter agradado, foi uma experiência válida. Nem só de livros bons e envolventes vive o leitor, não é? Tem que ter os livros ruins/mais ou menos pra valorizarmos os bons Kkkk Pra mim, a única coisa que vai ficar realmente marcada nesse livro é o exemplo de amizade e lealdade que ele mostra. D'Artagnan, Athos, Porthos e Aramis são um quarteto invejável, se todos tivessem um amigo que é 10% do que qualquer um deles é uns com os outros, ninguém morreria sozinho e sem amigo no mundo. Uma amizade que supera todas as adversidades; persiste mesmo que todos tomem caminhos totalmente distintos, que não teme o perigo quando a questão é dar a cara à tapa (ou à morte, pq vai gostar de resolver as coisa na espada assim lá longe, ninguém sabe conversar nessa história. Isso foi uma das coisas que me irritou e muito no livro) quando precisa ajudar um amigo; que comemora sinceramente as vitórias individuais sem inveja e nem vontade de puxar o tapete do coleguinha; nos momentos de desavenças internas (pq não há amor no mundo que elimine a possibilidade de brigas, né?), o afeto mútuo dá a eles força de vontade pra fazerem as pazes e superar rancores... É o paraíso em forma de amizade, gente kkkkk
Além disso, também achei o mistério em torno da história de Athos interessante... Por mais que D'Artagnan seja nitidamente o protagonista, Athos acabou se sobressaindo mais aos meus olhos. Na minha opinião, é o personagem mais interessante, complexo e bem desenvolvido desse rolê todo. Com exceção dele, no geral achei que os personagens não foram rasos, mas o Alexandre podia ter trabalhado mais neles, alguns pontos ficaram em aberto ou então os nós foram atados muito superficialmente. São personagens medianos, tinham um grande potencial mas faltou mais desenvolvimento, queria que eles tivessem sido mais bem explorados. A impressão que eu tive foi que o autor "sacrificou" os personagens em prol do desenvolvimento da trama principal. Isso me incomodou um pouco.
Foram esses dois pontos, a questão da amizade e a história de Athos, que me fizeram das 3 estrelas e não uma nota mais baixa... Pq, no geral, não classifico como sendo um livro que me marcou e nem que me prendeu.
Foi ok. É isso.