Snow Crash

Snow Crash Neal Stephenson




Resenhas - Nevasca


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Antonio Luiz 10/01/2013

Falha de sistema
A edição brasileira de "Nevasca", romance de ficção científica cyberpunk de Neal Stephenson, publicado originalmente nos EUA em 1992, chegou às livrarias em setembro de 2008.

Muito bem vendido e cultuado nos EUA, esse livro fez poucos adeptos no Brasil. Para começar, o título e a capa não foram bem adaptados e não ajudaram a aclimatá-lo. O título original, "Snow Crash", refere-se a uma falha de sistema característica dos primeiros computadores Macintosh, que resultava numa tela de pontos aleatórios semelhante à estática de um televisor antigo sintonizado em canal não existente, efeito conhecido em português como "Chuvisco". Teria sido preferível usar essa palavra, o título em inglês ou outra adaptação qualquer (até o francês "Le Samouraï virtuel" soa mais convidativo). De resto, a tradução de Fábio Fernandes, fluente e coloquial, é bastante satisfatória. Excetuados uns poucos tropeços, principalmente no que se refere a unidades de medida.

A capa também não foi feliz. A composição parece vagamente inspirada na edição estadunidense (http://en.wikipedia.org/wiki/Snow_Crash ), mas deixou que se perdesse seu significado. Na capa original, o herói olhava para uma Los Angeles futurista através de um portão em uma muralha babilônica, aludindo a um segredo dos antigos sumérios que se mostra decisivo para a trama. A versão da Aleph mostra uma cidade tradicional (nada parecida com uma metrópole californiana) através de uma arcada convencional, em nada relacionada com o livro. Ninguém diria que se trata de ficção científica. A combinação de título e capa provavelmente não chamou, nas estantes, a atenção dos fãs do gênero, ao passo que texto e chamadas não são de entusiasmar os apreciadores de uma literatura mais tradicional.

De qualquer modo, é preciso dizer que um sucesso estrondoso seria de surpreender. Não merece, nem de longe, a influência que teve, nem a classificação (em 85º lugar) entre os 100 melhores romances em língua inglesa desde 1923, que lhe deram dois críticos da revista "Time" em 2005. É discutível até se deveria constar nem entre as cem melhores obras de ficção científica. Parece ter sido um dos livros de ficção científica mais superestimados de todos os tempos, além de já chegar fora do prazo de validade. Quase tudo que ali se apresentava como a última palavra em moda pseudointelectual já envelheceu e tornou-se lugar-comum ou maneirismo obsoleto. Vale notar que, embora não seja mencionado o ano dos acontecimentos, o personagem principal nasceu nos anos 70 e está na casa dos trinta, o que permite concluir que, a rigor, o futuro ali descrito estaria acontecendo... em 2010.

A obra inclui detalhes de especulação tecnológica divertidos ou interessantes, mesmo se não muito verossímeis, como skates supertecnológicos que valem pelos melhores carros da franquia James Bond e são usados por mensageiros apressados, equivalentes mais jovens e menos responsáveis dos piores motoqueiros de São Paulo. Também são curiosas as "coisas-ratos", cães de guarda cyborgs capazes de correr a velocidades supersônicas.

Já o "Metaverso", universo virtual imaginado nessa obra, certamente também pareceu interessante na época, mas hoje soa datado e parece mais pobre - e, ao mesmo tempo, mais elitista - que qualquer Second Life da vida. Vale notar que a expressão "avatar", hoje lugar-comum para as imagens que representam usuários da internet em fóruns e jogos e título de um dos maiores sucessos de Hollywood, foi popularizada (mas não inventada) por esse livro.

Também há algo de aproveitável no humor irônico em relação aos valores e ao modo de vida da classe média californiana de condomínios fechados mais ou menos análogos às nossas Alphavilles. No livro de Stephenson, esses condomínios se tornam estados soberanos em rede, chamados "franchulados" - uma tradução não inteiramente satisfatória de franchulates, cruzamento de "franquia" (franchise) e consulado (consulate), com suas próprias alfândegas, moedas, leis, prisões e, por assim dizer, justiça.

Mas é uma ironia superficial e em parte cúmplice: o autor vê com simpatia essa perspectiva de uma sociedade individualista, egoísta e fragmentada, concebida de acordo com as concepções libertarian ou anarcocapitalistas tão populares entre autores de ficção científica e geeks dos anos 90.

Não recua nem mesmo ante a consequência óbvia de fazer do crime organizado, principalmente a tradicional Máfia siciliana, um dos maiores beneficiários do sistema. Entre outras coisas, essa organização monopoliza o serviço de entrega de pizzas na América do Norte, com o compromisso de atender a qualquer pedido em até 30 minutos. Em caso de falha, o próprio capo de tutti i capi pedirá desculpas pessoalmente ao cliente - e o entregador, presumivelmente, perderá a vida.

Assim como um cartel do narcotráfico colombiano, a Máfia governa muitas comunidades e é pintada como humana e extremamente competente nessa atividade. Stephenson faz do supremo capo um dos seus heróis mais simpáticos e de sua organização uma benfeitora da humanidade. É o caso de nos perguntarmos se a verdadeira Máfia não ajudou a persuadir os críticos das qualidades dessa obra que tanto a exalta.

Já o que resta do governo federal dos Estados Unidos - que continua a ter um presidente e emitir uma moeda extremamente desvalorizada, apesar de controlar apenas uns poucos prédios e terrenos esparsos - não merece sequer a dignidade de ser um antagonista respeitável. Não passa de uma patética organização de pistoleiros e programadores medíocres contratada pelo verdadeiro vilão, L. Bob Rife, dono de uma igreja neopentecostal cujo nome e personalidade são claramente calcados no falecido L. Ron Hubbard, escritor de ficção científica que fundou a chamada Dianética e a seita da Cientologia.

A verdadeira chave do sucesso deste livro parece ter sido a adulação despudorada dos valores geek e teen. O personagem principal, Hiro Protagonist (sic), além de entregar pizzas, é o melhor hacker do mundo, um organizador de shows de fuzz-grunge que fazem sucesso estrondoso e de quebra é samurai, "o maior espadachim do mundo". Filho de um negro com uma coreana, é dono de aparência única e chamativa.

Um agregado de características mais que um tanto improvável, que só faz sentido enquanto devaneio de um nerd dos anos 90, fanático por videogames de ação com armas vistosas. Mais ou menos como Superman era o devaneio do nerd dos anos 30. É pobre e tem dificuldades com as mulheres, mas de resto é praticamente invencível e tem uma sorte inacreditável.

Vale notar que, para esse Protagonista com P maiúsculo, só há quatro coisas que a vaga "América" de seu tempo e realidade (conceito puramente geográfico, pois os Estados Unidos, enquanto nação, deixaram de existir) faz melhor que todo mundo: música, cinema, microcódigo (software) e entrega de pizza em alta velocidade, exatamente as quatro coisas que ele, modestamente, faz. Seu julgamento parece coincidir com o do autor e seu público e revela sua estreiteza, ao menos no que se refere ao primeiro item. Por "música", entende-se, única e exclusivamente, o pop norte-americano. Mesmo se a bem-sucedida banda que o personagem promove é liderada por um ucraniano.

O segundo personagem em importância é Y.T., uma adolescente skatista bonitinha, sócia de Hiro, que zomba dos piores vilões na cara deles, enfrenta os piores perigos e sempre se sai bem - é o Robin do Batman da história. Todo mundo a adora, inclusive o chefão da Máfia e o assustador Corvo, assassino munido de bombas de hidrogênio que é o mais temível agente do arquivilão. Por mais que tenha um aspecto cool e modernoso, Y.T. representa a mais brega e bobinha das fantasias femininas: o sonho de ser capaz de seduzir e manipular até os piores bandidos com beleza e jeitinho. Assim como Hiro, representa o que entre ficcionistas amadores é conhecido como uma "Mary Sue": um personagem idealizado, praticamente sem defeitos que representa uma projeção do desejo do autor - e eventualmente do leitor, se este estiver sintonizado nas mesmas expectativas e valores.

Os outros personagens são ainda mais estereotipados: arquivilão, namorada do herói a ser reconquistada, mafiosos, assassinos eficientes e silenciosos, russos toscos e brutais. As relações entre eles são forçadas e arbitrárias (sendo a mais forçada a maneira como Y.T. se torna protegida do chefão e paixão do assassino). A história, desconjuntada, tem mais cara de quadrinhos de super-heróis ou videogame, sem muita preocupação com plausibilidade e verossimilhança, do que com literatura. Muitas perseguições e tiroteios com veículos e armas vistosas, ainda que improváveis. O final, tosco e abrupto como um golpe de sabre, deixa inúmeras pontas soltas.

O aspecto especulativo, talvez o mais importante para o leitor de ficção científica, é um amontoado de bobagens a serviço da adulação da ideologia geek. Faz dos hackers literalmente os donos do mundo desde a Suméria, programando corpos e mentes por meio da religião e da cultura. Todo dado cultural, toda ideia é tratada como um programa que roda nos sistemas nervosos humanos e deles toma posse. Religiões e ideologias são vírus criados por antigos sumerianos - ou, talvez, simplesmente caídos do espaço - pelos quais os humanos são dominados.

Mas Stephenson acredita também em antivírus ou vírus benignos criados por "bons" hackers, que são aqueles das religiões com as quais simpatiza (aquelas que ele considera racionalistas e individualistas), a saber um imaginário judaísmo isento de legalismo e um imaginário cristianismo isento de hierarquia, teologia e dons do Espírito Santo, como "deveriam ser" se não fossem contaminados pelos vírus arcaizantes das prostitutas da Babilônia, culturadoras de Asherah... das quais a manifestação moderna seria o pentecostalismo e seu irracional "falar em línguas". Isto seria nada menos que o retorno à superfície e expressão direta de antigos programas sumérios, cuja língua, como "linguagem de máquina" original do cérebro humano, teria estranhos poderes.

Baseada numa versão especialmente fantasiosa de uma especulação de Richard Dawkins sobre a cultura como agregado de "memes" (informações que buscam reproduzir a si mesmas, independentemente de significado e utilidade) essa teoria é explicada de forma literariamente inábil, através de diálogos longos e tediosos do Protagonista com um bibliotecário virtual, no qual se misturam programação neurolinguística, teoria da informação, arqueologia mesopotâmica e uma leitura curiosamente fundamentalista da Bíblia - entre outras coisas, leva-se praticamente ao pé da letra o mito da Torre de Babel.

Além de dar por fatos estabelecidos e enciclopédicos teses bastante polêmicas sobre história e religião antigas, o narrador quer fazer crer que o sumeriano foi em algum momento a única linguagem humana, aparentemente ignorando que essa civilização conviveu com muitas outras, destacando-se apenas por ter sido uma das primeiras a desenvolver uma escrita. É mostrar um bocado de ignorância a respeito da existência de outras culturas, outras religiões e outras interpretações da história e da arqueologia.

Aparentemente, o autor ignorava, ativa ou passivamente, a existência de civilizações a leste da Mesopotâmia. Mais que isso, não conhece ou prefere não tomar conhecimento das complexidades e contradições de sua especulação e prefere disfarçá-las com as distrações pirotécnicas e um maniqueísmo dos mais ingênuos. Se tudo são programas que nos manipulam, por que preferir ser manipulados por estes e não por aqueles? Se tudo é código auto-replicante, se nenhuma expressão tem real significado ou conexão com o que seu autor pretende significar, que resta da experiência humana?

Ao que parece, apenas a satisfação de receber uma pizza em menos de trinta minutos e sentir-se um pouco mais seguro que os miseráveis refugiados asiáticos que vagam pelo mar em busca de um lugar onde pisar (e que os heróis se dedicarão a empurrar de volta para o mar), portadores todos de um temível vírus promíscuo, coletivista e pentecostal que ameaça liquidar o individualismo egocêntrico e solipsista dos geeks californianos.

É esse o programa com o qual Neal Stephenson quis nos inocular. Mas chegou tão atrasado e desconectado em relação à realidade brasileira de 2009 quanto um vírus escrito para o Windows 3.0 em um laptop Linux de hoje.
sagonTHX 10/01/2013minha estante
Antonio Luiz, parabéns. Sua resenha ficou ótima. Uma das melhores que li no Skoob até hoje. Por conta disso, desisti de comprar esse livro. Já tomei na cabeça com O Guardião e A Companhia Negra, por causa da sinopse. Concordo contido quanto a capa do livro. A norte-americana é zilhões de vezes melhor que a adaptação brasileira.


Orlando 15/04/2014minha estante
concordo com algumas coisas e discordo de outros, mas sua resenha é realmente ótima e acima da média do que normalmente se encontra no skoob e até mesmo em grandes sites por aí.

você toca em pontos chave sobre as falhas do livro, mas sobre a questão de ficar datado, isso ocorre com todas as obras do cyberpunk, inclusive com coisas em Neuromancer, esse sim merecedor de seu lugar entre os 100 mais.

a literatura cyberpunk tem essa característica de pegar as coisas muito próximas de si mesma e extrapolar com elas... por isso a questão da moda ser algo próximo do presente da época da obra do que algo futurista propriamente dito, como é o caso do já citado Neuromancer que usa a moda e o estilo punk como sendo predominante em muita coisa num futuro próximo, sendo que a moda é algo extremamente mutável e recorrente, faço essa concessão ao Nevasca (título péssimo mesmo, hein).

mas no geral achei um bom livro, tem umas boas referências e tem grande valor como sendo praticamente a última obra cyberpunk lançada antes do fim do movimento iniciado lá atrás por William Gibson e seus comparsas


Serpassan 29/05/2022minha estante
Parabenizo por sua maravilhosa resenha, há pouco tempo fiquei sabendo do livro ao ver um documentário na Netflix e recentemente baixei o livro, comecei a ler e não fluía de forma alguma, daí hoje ao ver sua resenha está muito óbvio que não tem condições de continuar a leitura, e realmente suas observações são super válida.


Nathaniel.Figueire 05/12/2022minha estante
"Mas é uma ironia superficial e em parte cúmplice: o autor vê com simpatia essa perspectiva de uma sociedade individualista, egoísta e fragmentada, concebida de acordo com as concepções libertarian ou anarcocapitalistas tão populares entre autores de ficção científica e geeks dos anos 90."

Eu estava discutindo exatamente isso, então não é somente minha impressão. Há todo um tom festivo em torno dessa sociedade extramente individualista, elitista e doentia que o romance constrói. Eu já não sou grande fâ de cyberpunk, e achei esse para lá de desinteressante.

Não terminei de ler (estou na metade), acabei pegando um leve spoiler na tua resenha, mas foi bom, porque acho que vou desistir. Não vou ficar perdendo meu tempo com elegias ao ancapistão e seus valores doentes de hiperindividualidade.


Mateusgv 23/07/2023minha estante
2023, lendo a 3ª edição (de 2022), os erros de tradução envolvendo unidades de medida ainda persistem, além de eventuais outros erros que podem confundir e muito a interpretação de alguém mais desatento ou sem conhecimento de inglês. Exemplo: uma cena envolvendo um helicóptero de repente trás as palavras ?avião das lâminas do rotor?, o que não faz sentido algum. Certamente uma tradução incorreta de "plane?, no inglês, que deveria ter sido traduzida para ?plano?, ou seja, o plano de rotação das lâminas. No geral me entreti pela história, mas vários erros como esses (e até erros de digitação, não apenas de tradução) me causaram um grande desconforto.


Alexandre 04/09/2023minha estante
Eu concordo que esse livro não deveria figurar nem entre os 100 do sci-fi mundial. A partir da página 250 se arrasta de várias maneiras. Apesar da descrição ser boa, o livro fica parado e parece que autor não sabe aonde vai chegar com aquilo tudo que ele descreve no começo do livro.




luke - among the living. 17/12/2022

Minha opinião sobre Snow Crash é dividida. Por um lado eu gostei da visão satírica do gênero cyberpunk que o livro apresenta, e dos momentos de comicidade nonsense.


Por outro, alguns capítulos extremamente descritivos e que explicam o enredo me deram sono, e eu nem sei se eles fizeram tanta diferença no final.
Alexandre 04/09/2023minha estante
Eu também tive a mesma impressão que a sua. As descrições do começo animam bastante mas depois lá na frente parece que o autor se perde e a personagem dela vai para casa dela como se a história toda fosse insignificante. Meio desconexo...perdi um tempão lendo esse livro


luke - among the living. 04/09/2023minha estante
Pois é cara, fiquei bastante decepcionado também, mal soube que nota dar, sabe?


Alexandre 04/09/2023minha estante
Exatamente...eu acabei dando 3 mas acho que uns 2 tá bem pago kk abraços




spoiler visualizar
Leandroaug 26/02/2024minha estante
Esse livro é difícil de terminar, concordo totalmente com a análise.


Mari Moraes 27/02/2024minha estante
Meu Deus, que análise incrivel! Vc conseguiu traduzir perfeitamente bem em palavras toda a experiência que eu venho tendo há 2 meses com esse livro que também não consigo terminar de jeito nenhum!




Chiquinho 27/07/2009

TERMINEI A LEITURA PARA PROVAR QUE SOU CAPAZ DE LER COISAS RUINS
É verdade, o livro chamou-me a atenção pela frase que traz na capa, como sendo um dos melhores livros da literatura inglesa dos últimos tempos. É uma grande mentira!
julio.filipe.5 29/05/2018minha estante
Hahahahah, eu acho que vou terminar a leitura do livro pelo mesmo motivo




Bruno 24/08/2022

Livro bom porém depende.
Devo admitir antes de mais nada q eu me encantei pelo livro logo de cara, o Hiro Protagonist e um personagem muito divertido, o da5id a Juanita a Y.T., todos personagens muiito bons e promissores no começo da história porém a reta final desse livro eu achei q deixou a desejar, não me incomoda o autor introduzir o vilão tardiamente porem qnd o corvo aparece vc compra na hora q ele e foda pq ele tem uma ótima apresentação só q isso meio q se perde no decorrer da história, o autor faz diversos foreshadowing q não se pagam muito bem, mas o q mais me incomodou foi a Y.T., a conclusão de arco dela foi totalmente sem graça, toda a força e personalidade q ela tinha no começo meio q morreu pra ele só se tornar mais uma ferramenta narrativa pro clímax da história fora q o jeito q ela age e muito fora da realidade de uma garota de 15 anos, isso me deixou um pouco triste mas no fim mesmo com tantos pontos negativos o livro aí da e muito bom, trata o metaverso como deve ser tratado, como uma ferramenta útil mas deixando claro q pode ser algo bem nocivo, sem glamourização como outras obras fazem, e apesar dos pesares ainda achei uma grande história com uma grande mensagem, sair da realidade não vai melhorar sua vida real.
Lau 25/08/2022minha estante
Caramba, podia jurar q o final seria bom... Gostei da resenha, apontou coisas importantes




Rodrigo 04/08/2010

Nevasca?
O livro me chamou a atenção desde que li o comentário na parte de trás do livro. Ninja? Pizza? Hacker? Na hora, me lembrei de tartaruga ninjas mutantes. E como ele é um dos 100 romances da revista Times, comprei na hora. O livro é bem escrito e o autor tem uma imaginação bem fértil, para quem gostou de Blade Runner, o caçador de andróides. vai gostar desse livro. Estilo mundo pós apocalíptico com a tecnologia avançada em várias áreas e as corporações tomando o lugar das nações. Teoria da Conspiração aparece muito e os personagens são carismáticos principalmente o nosso Hacker/Samurai/Entregador de Pizza. Recomendo
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Pistille 13/02/2010

Universo Geek
Toda obra de Neal Stephenson é voltada para para a comunidade geek.Seu livro Cryptonomicon é venerado no sub-mundo hacker. Enfim, se vc não gosta de cibercultura fuja deste livro.
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pcontop 17/08/2010

Tradução com problemas
A idéia do livro é muito interessante, mas a tradução deixa a desejar. Muitas vezes tive de traduzir mentalmente para o inglês para imaginar o que uma determinada frase significava.

Fora isso, recomendo fortemente. Um cyberpunk que não é sombrio, trazendo idéias novas ao gênero, e muito bem desenvolvido.
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Jean Thallis 09/07/2013

Quase a Beira do Lamentável
1. Aquele lance de pizza é verdadeiramente ridiculo, mas dei uma chance pro cara. Fui pra frente.

2. De repente o lance dos sumérios, no meio do livro, fica massa a coisa, daew pensei que dali pra frente ia ser um livro legal.

3. Final like Rambo, uma verdadeira porcaria de explosões típicas dos filmes do E.U.A, MUITO FRACO!

4. Livro mal escrito, mal chega perto de ser uma F.C quanto mais cyber punk...

5. Fábio Fernandes também traduziu o Neuromancer, e curtir muito Willian Gibson, então ninguem vem dar desculpinha de tradução.

6. No final das contas é Y.T que parece ser a personagem principal ao invés de Hiro, e devo dizer que Y.T é o único personagem bem bolado e cativante.

7. Três estrelas por causa da Y.T e por causa dos sumérios, caso contrário, abandona. De certo modo massante. Nada de excepcional.
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Rodrigo 28/10/2024

Leitura obrigatória
Para aqueles que se interessam por ficção-científica e, em especial, pelo gênero cyberpunk esta é uma leitura obrigatória. Em um mundo distópico, dominado por grandes corporações e onde vale a lei da selva, um grupo de hackers se desdobra para salvar o mundo da dominação, por parte de uma das corporações que ressuscita uma antiga tecnologia capaz de dominar e anular a mente das pessoas, em especial os próprios hackers. Muito legal, muito movimentado. Uma boa estória.
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Cris 22/02/2014

DERRETA SEUS NEURÔNIOS!
Romance cyberpunk culto. Um caldeirão pop/erudito onde fervilham influências de William Gibson, Phillip K. Dick, Umberto Eco, James Cameron e Michael Crichton.
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Orlando 09/05/2014

NEVASCA, DE NEAL STEPHENSON, É CHEIO DE BOAS IDEIAS, MAS SE ARRASTA NA EXECUÇÃO
Eleito um dos 100 melhores romances do século XX em língua inglesa pela revista Time (lista de 2005), Nevasca também carrega consigo o pesado título de “último romance cyberpunk lançado”. Não faz jus a nenhum dos dois, sendo o segundo muito mais uma mera convenção, ou mercadológica ou didática apenas. Isso faz de Nevasca um livro ruim? Com certeza não, apenas super-valorizado, mas não ruim; mesmo com suas falhas.

Ok, não sou um cara de querer livros sem falhas, isso é até meio imbecil da parte de qualquer tipo de apreciador. Um furo de roteiro, um personagem mal desenvolvido, um capítulo inútil ou alguma situação que não acrescenta nada ao desenvolvimento narrativo é coisa comum a qualquer livro. Nevasca não escapa a esta regra e tem todas essas coisas juntas. Normal. Dito isto, vamos ao que interessa.

Nevasca é a tradução para Snow Crash, aquele chuvisco que dava nas tvs antigamente quando um canal saia do ar… algo similar ao que acontecia nos antigos computadores Macintosh, situação que é a grande referência para a obra. Um crash no sistema e boom, tudo estava fora do ar. A tradução do título acabou eliminando alguns dos conceitos abordados na obra e algumas coisas acabaram soando estranhas no primeiro momento, mas as notas de rodapé vão nos orientando aos poucos da situação e vamos no familiarizando com as mudanças necessárias ao título traduzida. Poderia ter ficado Snow Crash mesmo, não faria mal nenhum.

A primeira coisa que interessa saber da obra de Neal Stephenson é que ela é muito boa, no entanto Nevasca padece de um excesso de ser cool o tempo todo, de ser cult a cada novo conceito ou personagem que o autor nos apresenta… e acredite, ele nos apresenta muitos. Chega uma hora que você não sabe mais se Steaphenson está realmente narrando sua história de forma séria e coerente ou se está constantemente tirando um sarro com o leitor, com a literatura de Sci-fi em geral ou se está fazendo tudo isso ao mesmo tempo em uma narrativa que já flertava com a desconstrução e com o fragmentário de uma época pré-internet comercial (Nevasca foi lançado nos EUA em 1992).

Logo de cara, quando estamos lendo as primeiras páginas de Nevasca, a sensação que se tem é essa de sarro constante. Todo o lance com a entrega de pizzas para apresentar a máfia, o protagonista da obra e de como ele conhece sua coadjuvante ao final da sequência maluca que abre o livro parece só isso: piada. Nessa parte toda você fica conhecendo um pouco sobre Hiro Protagonist (o herói protagonista de Nevasca no que é claramente uma “sacadinha cool” do autor para sacanear a narrativa clássica com seus heróis protagonistas) e do outro lado a dita coadjuvante YT (trocadilho para whitye, algo como Branquinha na gíria afro-americana).

É importante notar que até mesmo entre esses dois personagens as regras da narrativa são constantemente quebradas, pois os rótulos de protagonista e coadjuvante são, o tempo todo, mandados às favas por Stephenson que joga o tempo todo sua narrativa para diferentes focos. Ora a ação é toda focada em Hiro, depois um capítulo inteiro em YT, volta para Hiro, segue para alguma situação completamente estranha e mirabolante que serve apenas para contextualizar o universo do livro e depois volta para um dos dois personagens principais da obra.


Ok, vamos focar em Hiro e YT. Hiro é mestiço de afro por parte de pai e coreano por parte de mãe; ele anda sempre com duas espadas samurais: uma katana e uma wakizashi. Hiro é um samurai das ruas, um tipo de mercenário que vende seus serviços em Los Angeles, local da maior parte da ação de Nevasca; já foi policial, entregador de pizzas para a máfia (calma, falo disso mais adiante), promoter de uma banda de rock e um dos maiores hackers do Metaverso, a versão de Steaphenson para o mundo virtual. Em Nevasca o Metaverso é o cyberespaço, o mesmo que a Matrix é em Neuromancer de William Gibson (lançado em 1984) e o mesmo que a Grade é no filme Tron.

Nosso Protagonist, por sinal, é um dos programadores responsáveis pela criação do próprio Metaverso. Hiro é uma das coisas que me incomodou muito durante a leitura de Nevasca, pois fiquei constantemente me perguntando como alguém consegue ser um expert em técnicas de combate samurai com katanas e ainda consegue ser um dos melhores programadores hackers vivos atuante.

Imagino, dentro de minhas limitações, que tanto ser um exímio samurai espadachim e um hacker de primeira qualidade sejam duas coisas que demandem um tempo absurdo para adquirir conhecimento, técnicas, estilo próprio e claro, aprimorar tudo isso. Sem esquecer as outras ocupações de Hiro, dentre as quais está caçar informações e fazer upload para a biblioteca de dados da Central Intelligence Corporation – CIC, uma espécie de órgão que ganha dinheiro através do acesso pago a esses bancos de informações disponibilizados por hackers free lancers ou pelos próprios empregados da CIC.

Resumo, Hiro parece ter sido criado como uma grande piada depois de algum tempo de leitura… depois, ou antes, sei lá, você pode começar a pensar que Steaphenson estava falando muito sério quando inventou tudo isso para seu herói e tocou um fora-se para a lógica e a coerência entre ser hacker e ser samurai, enquanto você passa horas navegando pelo Metaverso coletando dados para vender por aí.


YT por sua vez é uma garota de 15 anos, trabalha como kourier, uma espécie de entregador skatista da empresa Radicks. No trânsito caótico das vias privatizadas de LA no universo de Nevasca, os kouriers são uma ótima opção de entrega rápida, são os office boys definitivos. Vestida em seu macacão cheio de truques e apetrechos tecnológicos, YT é outro personagem que parece pura paródia de bad girl futurista: peita a tudo e a todos, tem sempre uma resposta sagaz e uma tiradinha de onda com qualquer pessoa por mais perigosa que seja, dos mafiosos aos traficantes de rua, dos caras da CIA aos policiais, qualquer um em contato com a “branquinha” vai ser fatalmente ironizado e humilhado com gestos e palavras, não importa o quão perigoso seja.

Toda vez que YT aparece nos seus capítulos de destaque é o que sobra: petulância, arrogância, tiradinha de onda, uma sequência de ação e um corte narrativo de volta para Hiro.

O background de Nevasca, como já disse, é praticamente todo na cidade de LA. Nesse mundo ouvimos falar dos EUA como um todo completamente desmembrado com suas partes e pedaços territoriais vendidos a todo tipo de franquia. Nesse contexto o que temos são pequenas partes-territórios sob propriedade de algum tipo de corporação como a Cosa Nostra, a máfia que entrega pizzas, um grande conglomerado empresarial-familiar com franquias espalhadas por todo o antigo território dos EUA. Temos também a Hong Kong do Sr. Lee, especializada em tecnologia e dona das Coisas-Rato, tem também os Portões Celestiais do Reverendo Wayne, uma espécie de “fast food” religioso, tem o cartel de drogas dos Narcolombianos e por aí vai. Cada franquia dessas é como uma cidade-estado com suas próprias leis, força policial e diretrizes, todas querendo se matar, caso seja possível. Em Nevasca elas são chamadas também de Franchulados, um trocadilho para Franchise e Consulado… sacou? sacou? Mais uma “sacada genial” do autor.

O conceito é ótimo. Imagine só os EUA todo picotado, vendido em partes para corporações de todo tipo e afogado em uma imensa crise inflacionária… pois é, é esse o mapa que Nevasca nos traz da grande potência ali por meados de, pasmem, 2010… é isso mesmo, Nevasca deve se passar por volta desse ano, já que o pai de Hiro lutou durante a Segunda Grande Guerra Mundial, ecos da guerra do Vietnã ainda são sentidos e Hiro tem, ao que tudo indica, uns 34 a 35 anos, já que é dito que o mesmo nasceu na década de 1970. Ok, dou um desconto para o “futuro” de Steaphenson, pois não é bem um futuro, é mais uma realidade alternativa com alguns saltos tecnológicos aqui e ali, mas nada tão mirabolante a ponto de dizermos que o autor acerta ou erra em suas previsões, já que, a meu ver, ele não tenta fazer isso em momento algum. Ponto para ele.

Dando o desconto do excesso de “sacadinhas e tiradinhas” para ser cult, Nevasca é rico em seu próprio metaverso e nos mostra a todo instante uma fauna e uma flora cheios de conceitos, aplicações e ideias divertidas. A própria trama da obra é rica em complexidade e tem uma narrativa igualmente complexa, cheia de quebras sequenciais, detalhes e uma conspiração absurda rolando ao logo das quase 500 páginas do livro.

É essa conspiração que enreda Hiro e YT e mais uma miríade de situações e personagens ora interessantes, ora completamente idiotas em situações idem. O excesso de personagens que entram e saem de cena até começa parecendo interessante, mas chega um momento que você esquece que alguns deles passaram por sua leitura enquanto outros apareceram para dar desdobramentos importante ao processo narrativo e depois somem abruptamente do mapa como Juanita, ex-namorada de Hiro, depois ex-esposa de Da5id Meier (assim mesmo, com esse 5 aí no meio), hacker tão ou mais habilidoso que Hiro no Metaverso.


Fatalmente Da5id é uma das primeiras vítimas humanas a ser infectada por pelo vírus conhecido como Snow Crash, um vírus que, através da interface do Metaverso pode “infectar” o cérebro de hackers a partir de sua estrutura binária. Da5id tem sua função clara na trama: mostrar o Snow Crash em ação dentro do Metaverso, depois disso ele sai de cena… Juanita, por sua vez aparece, faz tipinho, caras e bocas, fala bonito, entrega a Hiro uma cartão virtual com uma pilha de dados chamada Babel/Infocalypse e some para só aparecer fazendo algo em prol da narrativa do livro lá pelas 60 páginas antes do final…

O próprio “vilão” do “filme”, um motoqueiro psicótico chamado Corvo é outro amontoado de absurdos de todo tipo… o cara caçava baleias (ele é um aleuta), anda com uma bomba nuclear acoplada a sua moto e é a linha de frente de L. Bob Rife, uma espécie de mega-empressário do ramo de telecomunicação e fibras óticas, Rife também é uma espécie de líder “religioso” e dono do Enterprise, um porta-aviões que viaja mundo afora coletando refugiados por aí como uma grande favela fluvial e levando-os para o que sobrou do território americano após um longo percurso de volta.

A trama básica de Nevasca gira em torno da conspiração absurda que envolve um culto religioso, uma droga física chamada Snow Crash, um vírus de computador também chamado de Snow Crash, a CIA e bombas nucleares, incluindo-se a que está na moto do Corvo que, depois de um tempo, parece que foi esquecida por Steaphenson em algum lugar por aí.

Como temática geral não tenho medo de dizer que Nevasca é ótimo, no entanto peca como estrutura narrativa. O excesso de informação inútil da obra chega a ser irritante, bem como os personagens que entram ali só para fazer tipinho sem dar uma evolução real ao material da trama que, complexa por si só, vai se arrastando em coisas como a história de um merdinha qualquer dentro da máfia que tem de entregar algo para alguém e chegando lá descobre-se que estavam esperando que YT fosse fazer a entrega e não o dito merdinha (Frank “o bombado”, ou alguma idiotice do tipo), isso tudo para apresentar depois o Tio Enzo, o dono da franquia mafiosa Cosa Nostra de entregas de Pizzas… de dispensável para baixo e umas boas 10 páginas de livro sem sentido algum do ponto de vista narrativo. Isso só não é pior do que as páginas gastas para falar sobre um memorando dentro da CIA que versa sobre como as pessoas deveriam usar os rolos de papel higiênico nos banheiros do prédio. Uma das coisas mais imbecis que já li nos últimos anos… não, calma, acho que empata com a parte dos piratas querendo comer bundas em alto mar.


Do outro lado temos as partes de pesquisa histórica as quais Steaphenson dedica atenção e erudição soberbas para falar da torre de Babel, da Suméria, do deus Enki, do culto a Asherah, do surgimento de formas de linguagem (o que parece ser uma grande paixão do autor) e de como isso tudo está relacionado tanto com o Snow Crash virtual quanto com o Snow Crash real. Tudo isso explanado em extensas conversas entre Hiro e um programa de computador chamado Bibliotecário. Coisa de primeiríssima qualidade para quem gosta de relacionar aspectos históricos com ficção.

Aí do nada corta para alguma coisa maluca como YT entrando em uma grande extensão de terreno baldio para conseguir comprar Snow Crash (a droga), fazer tipinho de bad-girl fodona de 15 anos enquanto Ng, um vietnamita cyborg sem pernas e braços e todo conectado ao seu grande furgão que mais parece um tanque de guerra bota pra fuder numa mini-guerra contra os traficantes-vendedores e seus atiradores de elite. Tudo para conseguir uma amostra física da droga que depois não tem resultado algum de forma direta na trama, só cena foda de ação mesmo… segue cena de ação e depois mais uma penca de teoria da conspiração suméria de como transformar linguagem em vírus biológico e coisas do tipo. Segue mais cena de ação com Hiro indo de encontra ao Enterprise que ainda estava em alto mar, toma tiro, espadada, navios piratas comedores de bunda afundando, gente sendo arpoada pelo Corvo… coisa normal em Nevasca.

Como disse anteriormente, o livro está cheio de boas ideias, passagens memoráveis, umas cenas de ação muito boas e bem descritas, completamente focadas no desenvolvimento da trama e com alto teor de violência condizente com o contexto social mostrado como um todo. O problema de Nevasca parece ter sido o fato de que Steaphenson correu a rédea solta na hora de entregar seu material final sem uma boa olhada editorial para limpar coisas aqui e ali que só foram enxerto e enrolarão pura. Se o foco fosse a trama complexa da conspiração, a relação das duas variantes de Snow Crash e a Jangada (modo como se referiam ao Enterprise), Nevasca poderia ter sido algo no mesmo nível de Neuromancer. Mas não é.

Vale a leitura? Sim, com certeza vale, mas acho que se as expectativas forem menores, o apreço pela obra fluí mais facilmente e a apreciação se dá num nível mais amistoso e tolerante com as besteiras que pulam na cara da gente como se fosse coisas geniais. Nevasca é o típico exemplo de autor canibalizado por sua própria generalidade e que vai escrevendo e pondo ideias no papel enquanto a narrativa, a alma de todo bom livro, vai ficando em segundo plano em prol da exposição das meras ideias legais que o autor tem. Esse fato fica mais que evidente quando você nota ali pelas 40 páginas antes do final que ele está sendo apressado, forçado, empurrado nas poucas páginas que sobraram para dar um desfecho minimamente decente a tudo aquilo.

A conclusão do livro é anti-climática, o que nos é entregue nos 45 do segundo tempo deixa a desejar ao que nos é entregue página a página; o que é uma grande pena quando você olha para aquele tijolo de papel em suas mãos e nota que umas 130 páginas das 440 do total poderiam ter sido redirecionadas para um fluxo narrativo melhor e com foco desfecho da trama complexa que deixa pontas soltas no final e situação inconclusivas em boa quantidade. Ok, o autor já havia deixado claro que estava quebrando e brincando com a narrativa o tempo todo, já num prelúdio do hipertexto tão alardeado na era virtual, mas ainda assim estamos falando de um livro que tem uma narrativa e, infelizmente, essa narrativa ficou prejudicada em seu desfecho após páginas e páginas de tantas ideias fantásticas.

De 0 a 10? Nevasca leva um 6,0 pela proposta geral, ambientação e trama. O livro é aquele típico livro que, comumente, tem resenhas pomposas e cheias de frase frescas e do tipo “um caldeirão de referências pop/cult que fervilham no metaverso do real e no imaginário cyber-contemporâneo”… coisa de gente lesa. Não integra a lista de indispensáveis com toda certeza, mas se você pegar em uma promoção por aí, vá em frente, a parte lá dos Sumérios, Enki e os nam-shub são ótimas mesmo e um samurai mestiço e hacker é algo bem divertido se você desprendido das amarras de um Neuromancer, por exemplo, coisa da qual eu não consegui me desvencilhar.



Nevasca (Snow Crash no original)

Autor: Neal Stephenson

Gênero: Ficção Científica, Cyberpunk

Tradução: Fábio Fernandes

2º Edição

Ano: 2008

Número de páginas: 440

Acabamento: Brochura e lombada quadrada

Formato: 16x23cm

site: http://www.pontozero.net.br/?p=3057
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Marcos 26/05/2015

Hiro Protagonist é um entregador de pizzas da empresa CosaNostra. Estamos em um futuro pós-moderno em que a configuração atual de mundo tal qual como conhecemos não existe mais. Agora os países foram divididos em cidades-estados governadas por grandes corporações privadas que conseguiram muito sucesso e poder associando-se à máfia. A CosaNostra é uma delas.

Nesse novo mundo há duas realidades em paralelo: o mundo real e um mundo virtual alternativo chamado Metaverso, em que as pessoas, ao logarem, tem uma espécie de segunda vida. Hiro, quando não está trabalhando, é um hacker que ajudou a criar esse universo. Em ambos os lados ele é um samurai com exímias habilidades com espadas. Quando menos se espera, um novo vírus começa a se espalhar no Metaverso e "matando" várias hackers conhecidos. Hiro então se vê na missão de descobrir a fone dessa contaminação e, ao se afundar mais em sua jornada, descobre que há algo também no mundo real que ameaça a humanidade.

Snow Crash é um clássico do cyberpunk e um dos primeiros livros a abordar a realidade virtual de maneira clara e profunda. Confesso que tenho pouca familiaridade com o gênero tendo lendo apenas um livro do mesmo e não gostado tanto. Quando comecei a leitura deste fui cheio de dedos mas, a medida que me aprofundei na história, comecei a gostar.

Há elementos de mistério, ação e, claro, muita ficção científica ao longo de todo o livro. Mesmo com a narrativa um pouco arrastada impressa pelo autor, gostei da agilidade com que as cenas ocorrem durante o enredo. Essa edição da Aleph possui nova tradução, um dos pontos que mais li críticas em resenhas do livro, e tem um bom trabalho de capa e folha de guarda. Recomendo a leitura a todos que gostem do gênero ou que queiram conhecê-lo.

site: http://www.capaetitulo.com.br/2015/05/minirresenha-snow-crash-de-neal.html
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Café & Espadas 08/06/2015

Resenha Snow Crash
Em 2008, a Editora Aleph lançava o título Nevasca, obra do autor Neal Stephenson que já angariava certo prestígio com a crítica americana por meio de obras como Zodiac. A projeção definitiva de Neal veio com a publicação de Snow Crash – republicado pela Aleph, com o título original, em março deste ano.

Na capa da linda e simplista edição – melhor que a de Nevasca, diga-se de passagem -, pipocam as várias críticas positivas sobre a obra: a mais notável, sem dúvidas, a de que o livro é considerado um dos cem melhores romances de língua inglesa segundo o The New York Times – isso sem contar o que o próprio Willian Gibson fala sobre o livro. Logo a curiosidade que já vinha desde 2008 se intensificou exponencialmente junto a expectativa pela leitura de mais uma grande obra de cyberpunk.

Mas…

Neal Stephenson entrega uma grande explosão de criatividade. Uma grande e descontrolada explosão, que derruba todas as estruturas que uma história com boa tessitura deve possuir. Uma mistura de elementos que não combinam, jogados em jorros profusos ao leitor, que possui os seus pontos positivos que podem garantir momentos de boa leitura, mas não são suficientes para tornar essa história tão memorável quanto se espera.

Hiro Protagonist é um entregador de pizza no mundo real, mas dentro do Metaverso, ele é uma lenda, um príncipe samurai. No enredo de Snow Crash, os Estados Unidos agora é composto por diversas cidades-estados independentes governadas por corporações privadas. Uma delas é a máfia CosaNostra, para a qual Hiro trabalha como entregador.

Hiro é também um dos desenvolvedores do Metaverso, uma realidade virtual compartilhada por milhares e milhares de pessoas em todo o mundo. É dentro desse cyberespaço que um novo vírus começa a se espalhar e afetar pessoas tanto dentro quanto fora do Metaverso e o nosso Protagonist se vê envolvido em uma perigosa e violenta corrida contra o tempo para evitar a difusão dessa ameaça.

Antes de tudo, devemos dar os devidos créditos ao que merece algum elogio. A obra conseguiu ainda em 1992 anunciar os ambientes virtuais imersivos, realidades alternativas – algo iniciado em Neuromancer de Gibson, mas aqui, ganhando uma robustez verossímil, tanto que hoje vemos a implementação deste conceito em várias áreas da computação.

Stephenson é um visionário quando o assunto é futuro, e podemos notar isso nos pilares de sua narrativa, mesmo que nesses nossos dias de contato íntimo com a tecnologia, os termos usados por ele já sejam comuns. A história também faz uma ligação interessante com a antiga civilização suméria e a sua devoção ao poder presente nas palavras e na programação cognitiva, o que se revela como algo essencial para a trama. Tudo isso regado com um humor picante, capaz de arrancar aquelas risadas de canto de boca e uma constante desconstrução dos valores sociais americanos. Mas tudo para por aí.

Ao atentar para as características desse mundo corporativo compulsivo do autor, reparamos a tal explosão grande e descontrolada de criatividade. São tantos elementos heterogêneos – a começar pelo protagonista: entregador de pizza e samurai (?) – que tudo vira um grande aglomerado de ideias e detalhes bobos que não influenciam em nada no geral e só tornam a leitura lenta e a narrativa algo que beira a verborragia. Stephenson tenta colocar algum sentido maior, uma grandiosidade por trás de cada engrenagem da sua história – como a universidade dos entregadores de pizza, uma instituição que ele tenta empurrar como algo interessante, mas que soa mais como um insulto à inteligência humana.

Os personagens não possuem nada de memorável. Falta personalidade a Hiro, sobra esforço em fazer Y.T. descer por nossas goelas, com inúmeros clichês de construção: o linguajar descolado, a arrogância diante dos “homens poderosos” e os golpes de sensualidade maquiados de “gênio indomável”. A relação entre os dois não convence e não parece nem com uma sociedade, o que era a proposta inicial segundo o enredo, nem como amizade.

Snow Crash é como aquele prato de aparência requintada, que o chef olha, analisa, degusta e diz: a ideia é boa, mas está muito mal executada.

Neal escreveu um livro que almejava fazer os fãs consumidores de tecnologia e ficção científica se sentirem saciados por anos, mas ele não conseguiu reprogramar o cyberpunk. Faltou aquilo que realmente nos prende a uma história, sem algemas ou força bruta: coesão e simplicidade.


site: http://cafeespadas.com/?p=3133
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Fernanda 09/10/2015

Resenha: Snow Crash
CONFIRA A RESENHA NO BLOG:

site: http://www.segredosemlivros.com/2015/10/resenha-snow-crash-neal-stephenson.html
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