Kolombeski 02/08/2015
Resenha Crítica: Sebastian
Imagine que você está prestes a realizar uma viagem para um país no qual você ficará hospedado na casa de um parente seu, mas descobre que, para infelicidade geral, ele morreu e você terá que cancelar o passeio. Então, seja complacência do destino ou mero fruto do acaso, um primo distante fica sabendo do ocorrido e dispõe a casa dele para você morar enquanto estiver naquele país. Agora, imagine também que esse primo é, além de um dos caras mais poderosos do local, a pessoa perfeita, que gosta das mesmas coisas que você, que fala a mesma “linguagem literária”, enfim, que te completa. O que você, leitor, faria? Agarraria essa aventura sem medo do que poderia acontecer ou deixaria as fantasias todas de lado e conviveria com ele numa boa?
Acho que todos os leitores, sem exceção, têm uma personagem de alguma história ou de algum livro que, se pudesse, traria à vida real. Em Sebastian não é nada diferente, aposto que muita (MUITA) gente se identificaria com alguém e teria esse desejo. É difícil não o ter, para ser sincero, visto que a autora, Bella Prudencio, nos apresenta figuras tão semelhantes à complexidade humana, com características inigualáveis e invejáveis. Outra coisa que me chamou bastante atenção nas personagens foram as marcas deixadas pela autora; em certos momentos da história eu conseguia distinguir claramente as ideologias e pensamentos dela porque ficavam explícitas na fala de Solveig (abro aqui um parêntese e ressalvo: em outro contexto isso seria ruim, pois o escritor deve saber separar o que é seu e o que é de seu personagem, contudo, nesse caso, a personalidade da protagonista se alinhou à de Bella).
O enredo é formado pelos altos e baixos da emoção dos protagonistas, fazendo com que em nenhum momento a leitura se torne cansativa e entediante. Por outro lado, acaba tornando tudo parcialmente previsível e sem o fator surpresa. Vale lembrar que essa não é uma história para crianças, já que o livro é recheado de erotismo.
Levando em consideração que esse é o romance de estreia da autora (e que estreia!), é de se esperar que toda a escrita e linguagem utilizada na obra seja simples e fácil de entender. Porém, diferentemente de outros livros assim, Sebastian traz uma sensação de comodidade e conforto a quem lê. Arrisco dizer que se fosse escrito por um autor mais experiente o livro não seria o mesmo.
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