Dois destinos

Dois destinos Wilkie Collins




Resenhas - Dois destinos


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Rafaelle 11/11/2020

Dois destinos
Conheci a escrita do Wilkie Collins através do livro A pobre senhorita Finch enviada no clube de leitores da Pedrazul. Foi paixão à primeira leitura, a escrita dele é fluida, gostosa de ler e o enredo com reviravoltas surpreendentes. Foi por conta desse livro que me vi procurando publicações antigas do autor na Estante virtual e nas trocas do Skoob e me deparei com Dois destinos, publicado no Brasil em 1959.

O livro começa com um casal americano recém chegado à Inglaterra indo a um jantar oferecido por um casal inglês, os Germaine. Porém, o que era para ser uma reunião agradável, se torna constrangedor quando as esposas de todos os convidados se recusam a ir, todas alegando uma indisposição repentina. Logo fica claro que é uma desfeita à sra. Germaine. A sra. Germaine, abatida pela desfeita e grata pelo carinho e acolhimento do casal americano, únicos que a tratam bem, entrega-lhes um relato, escrito por seu marido, contando como ela veio a se tornar a sra. Germaine e qual a sua vida pregressa. Ela pede que o casal leia e julgue por si só se uma mulher honesta pode frequentar aquela casa. 

É aí que passamos a acompanhar a história de amor de George e Mary. Um amor que começou com uma paixão pura de infância e que nem o tempo e nem as dificuldades da vida é capaz de destruir. Esse livro tem uma pegada mística que nunca encontrei em outros clássicos. O destino faz de tudo para unir esse casal apesar de todos os desencontros que eles tem no decorrer dos anos. Com direito à aparições, projeção astral, catalepsia, esse livro se torna uma das obras clássicas mais inusitadas que já li. 

O romance, embora às vezes um tanto piegas, é encantador. Não houve um momento em que eu não estava torcendo para o casal ficar junto. O escândalo que envolve a mocinha é algo realmente terrível para a época e me surpreendi por ver alguém que passou por tudo aquilo poder ter um final feliz. Lendo clássicos muitas vezes nos acostumamos com mocinhas que são consideradas "indignas" por atos de outros serem impossibilitadas de ter um final feliz. Wilkie Collins não fez isso e foi uma surpresa muito positiva. E não se preocupe porque isso não é spoiler, nós já começamos o livro sabendo que o casal ficou junto. Li esse livro em dois dias porque foi absolutamente impossível largar enquanto não terminei. 

Fica minha recomendação para quem quer ler um clássico diferente. A tradução, embora de 1959, é muito boa de ler. Não encontrei muitas palavras que sejam fora de uso, somente tive um estranhamento inicial com o tanto de acento circunflexo usado na época mas logo acostumei. E já aproveito e também deixo um apelo para as editoras trazerem mais livros desse autor incrível e muitas vezes esquecido aqui no Brasil. 
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