Tarciano 02/05/2021
Impressões...
É desafiador resumir sucintamente o conteúdo deste livro.
Dentro do vasto arcabouço teórico-filosófico solidamente fundamentado, é possível identificar como ponto de partida as análises sobre os enquadramentos, uma espécie de normatividade, da vida, e as considerações acerca de sua precariedade, entendida como uma condição radical da vulnerabilidade da existência humana, especialmente no contexto das vidas que não recebem o devido reconhecimento público (visíveis).
As condições de vulnerabilidade da vida remetem à sua ontologia, ou seja, à própria natureza da existência humana, pois o simples fato de existirmos nos expõe a um processo de modelagem e a uma inserção na estrutura social. Todavia, as questões abordadas neste texto suscitam reflexões sobre os mecanismos e modalidades de violência e violação dessa existência, gerando uma condição precária, amplamente difundida, por vezes desapercebida ou não reconhecida, e que, sob determinadas circunstâncias políticas, pode se tornar intensificada ou veementemente repudiada.
É impraticável resumir de maneira abrangente em poucas palavras, porém, gostaria de provocar uma reflexão que permeia grande parte dos capítulos: não se trata apenas de levar uma vida boa ou qualificada, mas sim de questionar se a vida é, e em que medida, verdadeiramente vivível em sua totalidade.